Nota de solidariedade ao Rio Grande do Sul

Diante de mais uma tragédia climática que atinge o estado do Rio Grande do Sul – resultando, até o momento, em 32 mortos e mais de 70 desaparecidos – o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) vem a público se unir às entidades de todo país para manifestar o mais profundo pesar e total solidariedade às vítimas das chuvas. 

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul estima em 14,8 mil o número de pessoas fora de casa, sendo que 4.645 delas em abrigos e 10.242 desalojadas. Ao todo, 154 dos 496 municípios do RS registraram algum tipo de problema, afetando cerca de 71,3 mil pessoas.

Após decretar estado de calamidade pública, o governo do Rio Grande do Sul reativou o canal de doações para a conta SOS Rio Grande do Sul, por meio da chave PIX (CNPJ 92.958.800/00001-38), pelo Banrisul.

Engenharia de Produção é o tema de maio do ‘Encontros com Tecnologia’ do Clube de Engenharia

As Cinco Décadas da Engenharia de Produção no Estado do Rio de Janeiro" é o tema de maio do “Encontros com Tecnologia” do Clube de Engenharia, que será realizado no próximo dia 8 de maio, quarta-feira, às 18h, na sede da entidade. Os preletores convidados são os professores José Rodrigues de Farias Filho, diretor da Escola Engenharia da UFF e Celso Francisco Moraes, professor da Engenharia de Produção da UERJ.

O Clube de Engenharia realiza a 34ª edição do evento “Encontros com Tecnologia”, que reúne profissionais de diversas áreas, sempre com o objetivo de trocar informações e experiências sobre o universo tecnológico. Durante a primeira quarta-feira do mês, exceto feriados, a entidade realiza o evento, levando especialistas para conversar sobre temas que interessam a todos que lidam com ciência, tecnologia e inovação e empreendedorismo de base tecnológica.

O encontro também propicia a oportunidade de networking temático, estimulando a interação entre os participantes, que enriquecem o evento com seus conhecimentos e experiências.

No tema de maio será abordada a importância da Engenharia de Produção. A necessidade de aprimoramento da gestão, tanto em processos industriais quanto nos demais setores, exigiu a criação de uma especialidade na Engenharia capaz de melhorar a eficiência e a eficácia de pessoas e máquinas. É uma área do conhecimento de vital importância para o Estado do Rio de Janeiro, que conta com a formação de novos engenheiros de produção há cerca de 50 anos, bem como para o Brasil. Num momento em que o país busca trilhar o caminho da neo-industrialização, cabe também ser evidenciado o quanto esse ramo é capaz de contribuir com a realização das ideias na prática. Para melhor conhecer como as universidades vivenciam os desafios da formação de qualidade e de atender às necessidades socioeconômicas regionais e nacionais.

Mais informações e inscrições

https://portalclubedeengenharia.org.br/event/as-cinco-decadas-da-engenharia-de-producao-no-estado-do-rio-de-janeiro

MAIO AMARELO: mês é dedicado à conscientização no trânsito

Maio é reconhecido internacionalmente como o Mês da Conscientização no Trânsito, também conhecido como Maio Amarelo. Este mês é dedicado a ações que promovem a segurança viária e chamam a atenção para o alto índice de mortes e feridos em acidentes de trânsito em todo o mundo.

A Engenharia de Tráfego desempenha um papel fundamental na conscientização sobre segurança no trânsito, pois envolve o planejamento, projeto e operação de sistemas viários para garantir a movimentação segura e eficiente de pessoas e bens. Ela utiliza princípios técnicos e científicos para resolver problemas de fluxo de tráfego, congestionamento, segurança de pedestres e motoristas, e muito mais.

Entre as formas de atuação da Engenharia de Tráfego estão a análise de dados sobre acidentes, para identificar áreas de risco e desenvolver soluções; melhorias de infraestruturas, com projetos de trânsito e reorganização e redesenho de vias, faixas de pedestres, redutores de velocidade e sinalização; uso de tecnologias avançadas, como semáforos inteligentes e sistemas de monitoramento, para melhorar o fluxo de tráfego e a segurança; e orientação em campanhas educativas sobre leis de trânsito, sinais e comportamentos seguros.

Conheça alguns dos principais desafios enfrentados pela Engenharia de Tráfego:

  • Sobrecarga do espaço e fluxo do trânsito: com o aumento da população e do número de veículos, as cidades enfrentam o desafio de gerenciar o espaço limitado para acomodar um fluxo crescente de tráfego.

  • Aumento do índice de acidentes: a segurança é uma preocupação constante, e a Engenharia de Tráfego busca reduzir o número de acidentes através de melhorias no desenho viário e na sinalização.

  • Superlotação em transportes públicos: garantir que o transporte público seja capaz de atender à demanda crescente é essencial para uma mobilidade urbana eficiente.

  • Falta de vias específicas para ciclistas: a promoção de modos de transporte sustentáveis, como a bicicleta, requer a criação de infraestrutura adequada, como ciclovias seguras.

  • Infraestrutura de transportes em geral: a manutenção e expansão da infraestrutura existente, bem como a implementação de novas tecnologias, são fundamentais para melhorar a mobilidade urbana.

  • Poluição do meio ambiente: a Engenharia de Tráfego também enfrenta o desafio de desenvolver soluções que minimizem o impacto ambiental do sistema de transportes.

O Maio Amarelo nos lembra que cada indivíduo tem um papel a desempenhar na redução dos acidentes de trânsito e na preservação de vidas. Assim, o Crea-RJ, como Conselho Profissional dos engenheiros de tráfego, acredita que a conscientização seja um passo fundamental para a mudança de comportamento e estes profissionais podem ajudar a fornecer as ferramentas necessárias para tornar o ir e vir mais seguro para todos. Esses desafios exigem uma abordagem multidisciplinar, combinando planejamento urbano, tecnologia e políticas públicas para criar sistemas de tráfego que sejam seguros, eficientes e sustentáveis.

COMUNICADO IMPORTANTE: Certidão de Acervo Técnico

Em virtude do concurso da Caixa Econômica Federal, previsto no Edital 01/2024/NS, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) informa que houve um aumento de mais de 300% nos pedidos de Certidões de Acervo Técnico junto ao Conselho, nos últimos dias. Essa demanda excepcional resultou em dificuldades na liberação dos documentos. Entretanto, mais de 80% dos pedidos já foram atendidos pelo Crea-RJ, que está empenhado em responder a todas as solicitações o mais brevemente possível.

Além da enorme demanda – que surgiu por causa do concurso – esta gestão do Crea-RJ já constatou a defasagem tecnológica dos Sistemas de Informação da Autarquia. Com isso a área de Tecnologia da Informação já está planejando a evolução dos processos de tecnologia internos, visando alcançar maior disponibilidade, estabilidade e segurança das informações.

Em contrapartida, o Crea-RJ está oficiando a Caixa Econômica, solicitando a ampliação do prazo do edital do concurso e que a estatal aceite também o protocolo de solicitação de certidões, feito pelo candidato, para que o certame possa atender o maior número possível de profissionais.

Dia do Trabalho é marco histórico na luta por direitos

O 1º de maio é um feriado pelo Dia Internacional do Trabalhado. Ele é celebrado anualmente em quase todos os países do mundo, sendo feriado em muitos deles. A origem dessa data tem origem no episódio conhecido como a Revolta de Haymarket, que ocorreu em Chicago, nos Estados Unidos, no dia 1º de maio de 1886. Naquele dia, milhares de trabalhadores fizeram greve e foram às ruas reivindicando a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias e melhores condições de trabalho.

Na época, a jornada diária dos trabalhadores chegava a 17 horas de atividades,  enfrentando salários baixos, falta de segurança e más condições de saúde. Durante a manifestação em Chicago, houve confrontos com a polícia, resultando em prisões e mortes de trabalhadores. Esse evento inspirou e deflagrou uma sequência de muitas outras manifestações em diversas regiões, não só nos Estados Unidos, mas também em outros países.

As manifestações operárias culminaram em uma série de direitos, previstos em leis e sancionados por constituições. No período entreguerras, a duração máxima da jornada de trabalho foi fixada em oito horas, na maioria dos países industrializados. Entretanto, mesmo após mais de um século desde os eventos de Chicago, ainda existem desafios enfrentados pelos trabalhadores em todo o mundo. Questões como salários mínimos condizentes, segurança no trabalho, igualdade de gênero e condições dignas de emprego continuam a ser relevantes.

O 1° de Maio não é uma data festiva, mas um dia para lembrar a importância do trabalho e dos direitos dos trabalhadores, em reconhecimento às suas contribuições para o desenvolvimento e manutenção da sociedade, destacando a necessidade contínua de proteger seus interesses. Na ocasião, trabalhadores de diferentes países, refletem, compartilham experiências e buscam por melhores condições de trabalho. Por meio de manifestações, protestos e reivindicações, os sindicatos, movimentos sociais e outras formas de representação aproveitam o momento para pressionar por mudanças e conscientizar a população sobre os direitos trabalhistas.

Salário Mínimo Profissional 

O Crea-RJ compõe a Frente de Valorização Profissional das Áreas Tecnológicas, um projeto do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, lançado em 2024. Uma das ações efetivas vem ao encontro a um antigo anseio dos profissionais do Sistema Confea/Crea e Mútua: o cumprimento do Salário Mínimo Profissional em editais de concursos públicos. Por meio do site confeavaloriza.com.br é possível denunciar oportunidades e editais de concursos que não cumprem o salário mínimo profissional ou até mesmo exorbitam as atribuições técnicas das vagas.

Regulamentado pela Lei Federal nº 4950-A, o Salário Mínimo Profissional é a remuneração mínima obrigatória devida por serviços prestados pelos profissionais diplomados com relação a empregos, cargos, funções, atividades e tarefas abrangidas pelo Sistema Confea/Crea e Mútua.

Participe da Frente de Valorização Profissional das Áreas Tecnológicas. Quem valoriza, denuncia!

Muito além do backstage: CREA, CAU e CRT estreiam fiscalização em conjunto nos preparativos para o show da Madonna, em Copacabana

A equipe de fiscais do Crea, CAU e CRT se reúne na entrada do canteiro de obras-300 funcionários e 270 toneladas de equipamentos

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) e o Conselho Regional de Técnicos do Rio (CRT) enviaram nesta terça-feira, dia 30 de abril, fiscais para verificar a atuação de engenheiros, arquitetos e técnicos industriais na montagem da infraestrutura de um dos maiores megaeventos do país, o show da cantora Madonna, que deve levar pelo menos 1 milhão de pessoas à Praia de Copacabana, no dia 4 de maio.

– Essa parceria inédita é uma demonstração da unidade entre os conselhos em resguardar e garantir aos profissionais a fiscalização em todas as áreas de atuação -- afirmou Cosme Chiniara, gerente de fiscalização do Crea-RJ, que percorreu durante uma hora e meia as instalações da “infraestrutura de um show do tamanho que Madonna merece”.

Na atual gestão do presidente do Crea-RJ, o engenheiro Miguel Fernández, foi criado um grupo de trabalho para a fiscalização de megaeventos, com o objetivo de coibir o exercício ilegal das profissões ligadas ao conselho por leigos, fato que ainda hoje acontece. Esta ação tem o objetivo de proteger preventivamente o público usuário de equipamentos culturais e de entretenimento, na medida em que se garante que apenas profissionais e empresas habilitadas atuem nessas atividades. A experiência já foi bem-sucedida no desfile das escolas de samba do carnaval deste ano, quando fiscais do Crea-RJ montaram uma base no Sambódromo, e puderam acompanhar de perto a execução dos serviços por 300 engenheiros de cerca de cem empresas. No carnaval, o Crea atuou em conjunto com o CAU.

Todo grande show tem uma área importante, chamada de backstage, onde ficam os camarins dos artistas. A infraestrutura da montagem de um megaevento como o da Madonna é um show à parte, com muita gente trabalhando sem parar, muita tecnologia e equipamentos de altíssima precisão. Tem até estação meteorológica, onde deve atuar um profissional com registro no Crea. No show de Madonna, são nada menos que 270 toneladas de equipamentos, que incluem quilômetros de cabos e centenas de “cases” (aquelas caixas enormes que levam todo tipo de apetrecho), além de oito telões de led e 12 geradores de energia (com um total de 4.400 Kva, potência suficiente para gerar energia para meio Barrashopping).

Durante hora e meia, os fiscais dos três conselhos percorreram as instalações do show de Madonna numa área de cerca de 2.200 metros quadrados à beira-mar. No local trabalham cerca de 300 funcionários e desde o dia 14, quando começaram os trabalhos, não há registro de acidente, afirmam os técnicos de segurança do trabalho.

– O grande desafio de montar uma estrutura dessas aqui é o solo de areia – explica o coordenador da montagem, Leonardo Gontijo, a serviço da empresa Bônus Track, que recebeu os fiscais do Crea, CAU e CRT.

Gontijo tem experiência na produção de outros dois shows de Madonna, além de dez réveillons da orla de Copacabana. Sem parar um minuto, Gontijo delegou a Douglas dos Santos a tarefa de ciceronear os fiscais dos conselhos. Eles percorreram praticamente todas as áreas do show, incluindo os setores VIP da prefeitura e do Itaú, que patrocina o evento. No total, cerca de 10 mil VIPs deverão assistir ao show. Eles estarão acomodados diante do palco, onde há também visão para a passarela que liga o centro do show ao Copacabana Palace. Pela passarela sobre a Avenida Atlântica, Madonna vai passar de carrinho e desembarcar, para pegar um elevador que a levará até a parte traseira do palco.

O gerente de fiscalização do Crea, Cosme Chiniara, comentou que a coordenação da montagem do evento demonstrou boa vontade, fornecendo as informações solicitadas pelo Conselho. Cosme observa que foram registradas 23 ARTs (Anotação de Responsabilidade Técnica), de 19 engenheiros. Com as ARTs, o Crea pode acompanhar, em caso de necessidade, os responsáveis técnicos pelo evento. Há 13 empresas de engenharia atuando no local.


Um dos responsáveis pela infraestrutura do show, Douglas dos Santos e o gerente de Fiscalização do Crea-RJ, Cosme Chiniara ( à direita) diante do palco onde Madonna vai cantar

O diretor de fiscalização e normas do CRT, Luiz Antônio Rocha, afirmou que é histórico o momento em que os fiscais atuam em conjunto para se fazer um trabalho de segurança para quem estiver no evento.

– É o primeiro trabalho de vários que virão. Estamos de parabéns em firmar essa parceria entre os conselhos – afirmou Luiz Antônio Rocha, que estimou em 150 a 200 técnicos atuando na montagem do show.

Rocha lembrou que os técnicos atuam principalmente na parte elétrica e na edificação para instalação do piso. “É um trabalho de uma responsabilidade tremenda”, observou Rocha., acompanhado do coordenador de fiscalização, Silair Cabral, e uma equipe de fiscais do CRT.

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo enviou como representante o fiscal José Roberto Freire, que participou da visita técnica. Ele teve contato com uma das duas arquitetas que estão atuando no local. Freire destacou a importância que é a parceria inédita firmada pelos três conselhos profissionais.

– É importantíssima essa fiscalização em conjunto porque ajuda a garantir a segurança do evento, não somente para o público, como o próprio staff do evento – afirmou.

Helio Suêvo, o engenheiro ferroviário que se apaixonou pela ferrovia aos 5 anos de idade

Aos cinco anos de idade, em 1948, o pequeno Helio Suêvo pegava o trem para passear na casa da família, em Muriqui, na Costa Verde fluminense. Essas viagens de trem acabaram entrando na memória afetiva de Helio, que menos de três décadas depois se formava em Engenharia e começava a trabalhar na Rede Ferroviária Federal, como engenheiro estagiário. O ano em que concluiu o curso na Escola Nacional de Engenharia também o marcou por causa de um dos maiores acidentes ferroviários do Rio, o da estação de Magno, perto do subúrbio de Madureira, que matou mais de 30 pessoas e deixou duas centenas de feridos.

– Com o acidente, o então presidente Geisel demitiu toda a diretoria da Rede Ferroviária, colocando um general como interventor – lembra Helio Suêvo, que hoje é vice-presidente da Associação de Engenheiros Ferroviários (Aenfer).

A Aenfer comemora nesta terça os 170 anos da ferrovia no Brasil. Autor do livro “A Formação das Estradas Ferro no Rio”, Helio Suêvo é uma espécie de guardião da memória das ferrovias no Brasil. Ele está escrevendo um novo livro, agora sobre o ramal de Mangaratiba, o trem de sua infância.

O primeiro emprego de Helio foi na Estrada de Ferro Leopoldina. Depois de formado, ele fez um curso de especialização em Engenharia Ferroviária. Trabalhava de dia como engenheiro estagiário e estudava à noite. Um ano depois, passou a exercer o cargo de engenheiro ferroviário residente em Mangaratiba, a 105 quilômetros do Rio.

– Eu comecei a andar de trem para aquela região com apenas cinco anos de idade. Alguns trens ainda tinham locomotiva a vapor. Nunca poderia imaginar que anos depois trabalharia na Rede Ferroviária Federal (estatal que foi privatizada em 1999) – conta Helio Suêvo.

Com a família, ele andou até de Macaquinho, o trem de madeira que saía da Estação de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, em direção à Costa Verde. Mais tarde, Suêvo foi o responsável pela interdição da ponte do Canal de São Francisco, que acabou resultando na extinção do Macaquinho, por pressão das empresas de trens de carga.

Aposentado desde 2004, Helio Suêvo é hoje consultor de Engenharia Ferroviária. Por 29 anos, ele acompanhou boa parte da história das ferrovias no Brasil.

– A ferrovia é um brinquedo muito caro e no Brasil deixou de ser uma política de estado para ser uma política de governos – observa o engenheiro.

Enquanto Estados Unidos, Rússia e China mantêm ativa sua rede ferroviária, o Brasil passou de 38 mil quilômetros de ferrovia, em 1957, para, no máximo, 31 mil hoje, dos quais 29 mil quilômetros estão sob concessão de seis empresas de carga. Suêvo lembra que a redução das ferrovias começou por volta de 1957 no governo Juscelino Kubitschek, sob a pressão da indústria automobilística americana. Os Estados Unidos, entretanto, investiu nas rodovias, mas ainda mantêm 280 mil quilômetros de ferrovias. Enquanto isso, a China – a segunda economia do mundo – lidera o segmento de trens de alta velocidade (350 Km/hora) com uma rede ferroviária de 40 mil quilômetros, de um total de 150 mil quilômetros de ferrovias.

Dia do Ferroviário e os 170 Anos de Ferrovias no Brasil

O Dia do Ferroviário é comemorado em 30 de abril. A escolha da data está ligada a um importante momento histórico brasileiro. Na mesma data, em 1854, a locomotiva "Baroneza" inaugurou a primeira ferrovia brasileira, ligando Guia de Pacobaíba, em Porto Mauá, a Fragoso, em Magé, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. A locomotiva possuía sete metros e meio de comprimento, 2,5 metros de largura e 3,40 de altura, pesando cerca de 17 toneladas. Possuía duas chaminés, um farol e dois estribos.

A viagem inaugural, que teve um percurso de 14,5 km e contou com a presença do Imperador Dom Pedro II, representou o início de uma jornada que ajudaria a moldar o Brasil. 

A estação de Fragoso foi escolhida como terminal após estudos do engenheiro inglês William Bagge. Por conta de sua proximidade da Raiz da Serra, era o local mais adequado para receber as mercadorias e embarcá-las nos trens que seguiam até o Porto de Mauá, onde eram transferidas para navios a vapor e exportados para vários países. A chegada da ferrovia à cidade de Petrópolis, transpondo a Serra do Mar, aconteceu somente 29 anos depois, em 1883. 

Inspirado por suas viagens à Europa, onde presenciou o desenvolvimento das ferrovias, Irineu Evangelista de Sousa, um importante industrial, banqueiro e político brasileiro - o Barão de Mauá, idealizou uma linha férrea que, inicialmente, transportaria a Família Imperial ao clima ameno de Petrópolis. A malha ferroviária rapidamente se expandiu, principalmente no Sudeste, para facilitar o escoamento da produção cafeeira da Região Serrana fluminense para o Porto do Rio, impulsionando a urbanização e a integração das regiões produtoras.

A ideia na prática

A construção da Estrada de Ferro Mauá enfrentou diversos desafios, desde a importação de materiais e locomotivas da Inglaterra até a necessidade de escavação de túneis e construção de pontes em terrenos acidentados da Serra dos Órgãos. Para financiar a obra, Mauá utilizou recursos próprios e contraiu empréstimos com bancos ingleses. A mão de obra era composta por cerca de 2 mil trabalhadores, divididos entre escravos, libertos e imigrantes europeus, principalmente alemães e italianos. As condições de trabalho eram precárias, com longas jornadas e altos índices de acidentes.

A ferrovia foi construída com tecnologia de ponta para a época, utilizando trilhos de bitola larga (1,676m) e locomotivas a vapor importadas inglesas. A linha férrea contava com 14,5 km de extensão, incluindo 4 túneis e 17 pontes, algumas com estruturas metálicas inovadoras para a época.

Breve histórico

Durante a República Velha (1889-1930), a expansão da malha ferroviária continuou, impulsionada pela política de "encilhamento". O governo concedia subsídios para a construção de ferrovias, visando a integrar o país e estimular o desenvolvimento econômico. Ferrovias como a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, construída em meio à selva amazônica, marcaram esse período.

Já durante a era Vargas (1930-1945), o Estado assume um papel central na economia e as ferrovias são nacionalizadas e integradas na Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA). O foco se volta para o transporte de cargas, impulsionando a industrialização e a integração nacional.

A partir da década de 1960, as ferrovias brasileiras entraram em declínio. A priorização do transporte rodoviário e a falta de investimentos públicos resultaram na descapitalização e sucateamento da malha ferroviária. Nos últimos anos, o financiamento da recuperação das ferrovias brasileiras tem marcado o debate sobre o transporte e o desenvolvimento nacional. Novas tecnologias e investimentos em infraestrutura visam a modernizar o setor e aumentar sua eficiência.

O papel da Engenharia 

O desenvolvimento das ferrovias no Brasil está diretamente ligado às áreas abrangidas pelo Sistema Confea/Crea e Mútua.  Desde a idealização e planejamento até a construção e operação, os profissionais dessas áreas tiveram papel preponderante para a implementação desse modal no país.

No século XIX, a infraestrutura de locomoção pela vasta extensão territorial brasileira era precária. Para a implantação das ferrovias, foi necessário superar desafios geográficos, por meio de mapeamento e topografia, já que conhecer o terreno era essencial para definir o traçado ideal das ferrovias, levando em conta fatores como declives, cursos d'água e obstáculos naturais. Além disso, a construção de pontes, túneis para transpor rios, montanhas e outras barreiras naturais e a terraplenagem e os cortes de terra para a instalação dos trilhos foram fundamentais para a viabilidade das ferrovias. Da mesma forma, as condições climáticas do Brasil, como chuvas intensas e temperaturas elevadas, e planejamento dos traçados em território tão específico exigiram soluções inovadoras para garantir sua segurança e a durabilidade.

Crea-RJ comemora e alerta

Desde o século XIX, engenheiros dedicaram seu talento e conhecimento para a concepção, planejamento e construção das ferrovias, conectando cidades, estados e regiões, encurtando distâncias e impulsionando o transporte de pessoas e mercadorias. Esse modal desempenhou um papel crucial no fortalecimento da economia, na expansão do comércio e na formação de um país cada vez mais integrado.

Na celebração dos 170 anos, o Crea-RJ parabeniza todos os Engenheiros Ferroviários que, ao longo da história, contribuíram para o desenvolvimento das ferrovias no Brasil. Que esse possa ser um momento de reflexão sobre a importância de valorizar e incentivar investimentos nesse significativo meio de transporte para o progresso e a unificação do país.

Aenfer mobiliza setor nos 170 anos

A Associação de Engenheiros Ferroviários – Aenfer e o Trem do Corcovado, em parceria com a Abifer, realizarão eventos para comemorar os 170 anos da Primeira Ferrovia do Brasil, dia 30 de abril, às 10 horas, na sede da Aenfer e dia 10 de maio, no Centro Cultural do Trem do Corcovado.

Na ocasião, os convidados conhecerão um pouco da história, contada pelo vice-presidente da Aenfer, engenheiro Helio Suêvo. Também haverá a apresentação do Coral “Som Bonde Carioca”, o lançamento de selo comemorativo e o descerramento de uma placa em alusão aos 170 anos de ferrovias no Brasil.

Além dessa programação, a Aenfer juntou-se às empresas Supervia, Metrô, VLT e Central (Bonde de Santa Teresa) para promover um apitaço, onde os maquinistas irão apitar os trens no mesmo horário, às 13 horas.

Crea-RJ já começou a fiscalizar exercício legal da profissão no show da Madonna

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) já começou a fiscalizar o exercício da profissão de engenheiro no show da Madonna, que deverá reunir cerca de um milhão de pessoas no próximo dia 4, em Copacabana. Fiscais do Crea estiveram na semana passada no local do megaevento e enviaram ofício aos organizadores, pedindo os nomes dos engenheiros e das empresas prestadoras de serviço.

– É importante ressaltar que o trabalho de fiscalização do Crea tem a função principal de garantir o exercício legal da profissão. Com isso, rastreamos os responsáveis técnicos por todo tipo de serviço executado por eles no evento – observa o superintendente técnico do Crea-RJ, o engenheiro Leonardo Dutra.

Dutra lembrou que na próxima terça-feira, dia 30, fiscais do Crea-RJ, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio (CAU/RJ) e do Conselho Regional dos Técnicos Industriais (CRT) vão ao local do megaevento fiscalizar o exercício legal da profissão de cada conselho. É a primeira vez que acontece uma fiscalização em conjunto, o que é resultado de uma parceria também inédita firmada pelos presidentes dos três conselhos. 

– Esse trabalho em conjunto dá maior agilidade e rapidez na apuração se há responsável técnico por uma atividade e qual o conselho ao qual esse profissional pertence – explica Leonardo Dutra.

Na atual gestão do presidente do Crea-RJ, o engenheiro Miguel Fernández, foi criado um grupo de trabalho para a fiscalização de megaeventos, com o objetivo de coibir o exercício ilegal das profissões ligadas ao conselho por leigos, fato que ainda hoje acontece. Esta ação tem o objetivo de proteger preventivamente o público usuário de equipamentos culturais e de entretenimento, na medida em que se garante que apenas profissionais e empresas habilitadas atuem nessas atividades. A experiência já foi bem-sucedida no desfile das escolas de samba do carnaval deste ano, quando fiscais do Crea-RJ montaram uma base no Sambódromo, e puderam acompanhar de perto a execução dos serviços por 300 engenheiros de cerca de cem empresas.  No carnaval, o Crea atuou em conjunto com o CAU.

Valorização profissional: Crea-RJ promove lançamento de livro de professor de Engenharia

A Inspetoria de Niterói do Crea-RJ foi palco para o lançamento oficial do livro “Diretrizes de Logística Urbana para as Cidades Brasileiras: Fundamentos e Proposições”, do professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF), engenheiro eletricista Antônio Carlos Sá de Gusmão. 

O evento ocorreu no dia 25 de abril e contou com a presença de professores e alunos da universidade, e também de outros profissionais da área. A tarde de autógrafos, além de prestigiar o autor, foi uma oportunidade para conversar sobre a operação logística de carga urbana, que deve ser considerada uma questão de relevância no planejamento das cidades.

Segundo a Editora Dialética, responsável pela publicação do livro, a pesquisa é relevante para a área de logística e oferece soluções concretas para os desafios enfrentados nos centros urbanos brasileiros, pois aborda de forma clara e embasada as diretrizes de carga urbana, considerando aspectos como sustentabilidade e eficiência.

Presente ao evento, representando o presidente do Crea-RJ, Miguel Fernandez, a Terceira Diretora-financeira Denise Baptista Alves ressaltou a importância de ações do Crea, como o apoio ao lançamento do livro, para a valorização profissional. "É um compromisso do Crea-RJ o apoio e incentivo à divulgação da produção acadêmica", afirmou.

A obra é resultado da tese de doutorado do professor Antônio Gusmão, apresentada para obtenção do título de Doutor em Engenharia de Transportes no Programa de Engenharia de Transportes do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro – COPPE/UFRJ. 

Com mais de 40 anos de experiência, o autor vem se dedicando à pesquisa e estudos em Logística Urbana (City Logistics), tendo sido professor colaborador no Laboratório de Sistemas Inteligentes de Transportes na COPPE/UFRJ, no período de março de 2016 a março de 2021, quando aperfeiçoou sua expertise no assunto.

Para o professor Gusmão, o livro é sua forma de colaborar com o setor. “O objetivo foi trazer uma contribuição, por meio da proposição das diretrizes, e preencher uma lacuna, ainda existente, de publicações específicas na área de Logística Urbana, especialmente no Brasil, no que concerne a diretrizes para a eficiência da distribuição de mercadorias nas cidades, sejam elas, de grande ou médio porte.

 

Sobre a obra

Os impactos causados por meio do transporte rodoviário na distribuição de mercadorias sobre o sistema viário e de transportes em área urbana merecem uma análise mais apropriada, pois ainda existe a problemática da eficiente distribuição da carga nos diversos centros urbanos, em especial, no Brasil.

A concepção Logística Urbana, que vem sendo empregada em diversas cidades ao redor do mundo com sucesso, é um campo de conhecimento que tem como objetivo a otimização global das operações logísticas em áreas urbanas e que pode trazer benefícios relevantes na sua prática para as cidades brasileiras.

Neste contexto, em que as políticas públicas atuais praticadas no planejamento urbano ainda requerem diretrizes que possibilitem a eficiência da distribuição de mercadorias nas cidades, o presente livro tem por objetivo contemplar um conjunto de diretrizes, com base na pesquisa com profissionais da área de transportes, e que contribuirão para o desenvolvimento da movimentação de carga na área urbana, levando a um desenvolvimento sustentável das cidades.

Para adquirir o livro, acesse aqui o site da editora.