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Crea Júnior leva estudantes de engenharia a uma viagem aos bastidores do Sambódromo

A 15 dias do Carnaval, um grupo de estudantes de engenharia de diversas faculdades teve direito a uma aula prática numa das maiores obras de engenharia do país, que é também o palco do maior desfile de carnaval do mundo – o Sambódromo, na região central do Rio de Janeiro. A visita técnica que levou fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (CREA-RJ) a apresentarem aos estudantes os bastidores da Sapucaí foi organizada pelo Crea Júnior, o programa do CREA voltado para os estudantes com o objetivo de promover a interlocução e a integração entre o Conselho, os estudantes e os gestores das instituições de ensino superior que ministram cursos nas áreas das Engenharias, da Agronomia e das Geociências (Geografia, Geologia e Meteorologia).

O coordenador do Crea Júnior, Eduardo Santos, considerou a atividade muito importante para o desenvolvimento do programa.

“A visita técnica ao Sambódromo foi uma oportunidade valiosa para os estudantes compreenderem a importância da fiscalização, da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e do papel do CREA-RJ no mercado de engenharia”, afirmou Santos, agradecendo o apoio recebido pela presidência e pela gerência de fiscalização do CREA:

“O apoio irrestrito da fiscalização foi essencial para a realização da visita, demonstrando o compromisso do CREA-RJ com a qualidade e segurança das atividades no Sambódromo. Além disso, a sinergia entre a Superintendência Técnica e Estratégica se mostrou fundamental para garantir que eventos dessa magnitude possam continuar acontecendo de forma organizada e dentro das normas técnicas do Conselho”, destacou Santos.

O gerente de fiscalização do CREA-RJ, Cosme Chiniara, conduziu a visita técnica ao Sambódromo, que contou com a participação de fiscais, que forneceram aos estudantes informações fundamentais para a boa execução da fiscalização que está empenhada principalmente no combate ao exercício ilegal da profissão. Cosme ressaltou que a visita contribuiu bastante para dar visibilidade ao trabalho da fiscalização.

Depois de serem recebidos pelo presidente do CREA-RJ, engenheiro Miguel Fernández, e pela assessora da presidência, Mickaela Midon, os estudantes partiram para o Sambódromo, onde foram recebidos pelos fiscais. Na sede do CREA, o presidente parabenizou os estudantes pelo engajamento no Crea Júnior e deu uma breve explicação sobre a estrutura do Conselho. 

Na visita técnica que durou cerca de duas horas, os estudantes tiveram a oportunidade de receber informações sobre as responsabilidades dos engenheiros envolvidos nos serviços em andamento no Camarote da Prefeitura do Rio de Janeiro. Todos usavam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), conforme exigido pela fiscalização do CREA. Bastante empolgados e cheios de curiosidade, os estudantes visitaram a Dispersão e Apoteose, onde as escolas de samba terminam o desfile; verificaram a infraestrutura das arquibancadas; e percorreram vários pontos da Passarela do Samba. Na pista, posaram para fotos com os fiscais.

Os fiscais abordaram temas essenciais para o exercício da profissão, como obrigatoriedade e emissão da ART para a realização de serviços e obras de engenharia; processos de fiscalização e autuação; e orientação sobre boas práticas na engenharia. O gerente da fiscalização, Cosme Chiniara, ressaltou a importância do trabalho pedagógico da fiscalização.

“O CREA está mais empenhado em orientar do que multar”, observou Chiniara.

Sem parar de fotografar e filmar tudo o que viam, os estudantes pareciam sedentos de informação prática para complementar suas atividades acadêmicas.

Um deles era o estudante de engenharia civil da Universidade de Vassouras, do campus Maricá, Wellington Luiz Rocha, no 10º período:

“O Crea Júnior se tornou uma ferramenta muito importante para quem está estudando engenharia no Rio de Janeiro. Com esse projeto você adquire conhecimento prático, já que estamos quase sempre muito presos à teoria. Aqui você vê na prática o que aprende na faculdade, você vê na sua frente como se comporta uma estrutura que você estuda no papel”, contou Wellington, que ficou muito impressionado com tudo o que viu no Sambódromo.

“Até então não havia feito uma visita técnica com essa dimensão. O conhecimento é algo que ninguém tira de você; eu recomendo a todo estudante que venha participar do Crea Júnior”, afirmou Wellington, pretende estudar também engenharia elétrica.

Ana Beatriz de Figueiredo Pereira, estudante de engenharia mecânica, na Universidade Veiga de Almeida, também ficou impressionada com a quantidade de gente trabalhando no Sambódromo para produzir o maior espetáculo da terra. 

“A visita serviu para confirmar pra mim como a engenharia é importante e como os engenheiros devem ser responsáveis para que dê tudo certo numa festa como essa”, observou Ana Beatriz. 

Formada como tecnóloga em rede de computadores e telecomunicações desde 2005, Walessa Pedrosa, de 42 anos, está no 7º período de engenharia civil na Unig, de Nova Iguaçu, e a cada dia se convence mais da importância de participar do Crea Júnior.

“Estou no Crea-RJ desde 2022 e só vejo vantagem no aprimoramento da minha formação acadêmica e profissional”, afirmou Walessa, após a visita técnica ao Sambódromo.

Sob a coordenação do engenheiro José Carlos Sussekind, a Passarela do Samba foi construída em um período de apenas quatro meses, com a participação de 2.690 operários que trabalhavam 24 horas por dia. Sua estrutura, em peças pré-moldadas de concreto, mede 700 metros de extensão e 13 metros de largura e apresenta capacidade para cerca de 60 mil pessoas.

Além de mudar permanentemente a paisagem urbana da região onde ele foi instalado, o Sambódromo mudava também a forma de organização dos desfiles, tornando-os mais grandiosos e profissionais e divididos em dois dias, o que não acontecia nos anos anteriores. Este ano será realizado em três dias.

A estrutura do Sambódromo foi planejada para acomodar a complexa logística do Carnaval, incluindo as necessidades das escolas de samba, dos artistas, dos membros da organização e do público em geral. As arquibancadas são divididas em setores, cada um com sua própria estrutura de apoio, incluindo banheiros, áreas de alimentação e espaços para serviços de emergência. Além disso, o Sambódromo é equipado com sistemas de iluminação e som de última geração, garantindo que os desfiles ocorram com o máximo de visibilidade e qualidade sonora.

Como participar do CREA JR-RJ

Para participar do programa Crea Júnior, o estudante deve acessar o site www.crea-rj.org.br. Depois, clique em Registro Online; vá até a seção Estudantes, clique em Faça Parte! e complete seu cadastro. Qualquer dúvida, envie e-mail para creajunior-rj@crea-rj.org.br

Crea-RJ realiza a primeira reunião do GT de Mobilidade Urbana de 2025

O Crea-RJ realizou, no dia 12 de fevereiro, na sede do Conselho, no Centro do Rio, a primeira reunião ordinária do Grupo de Trabalho de Mobilidade Urbana em 2025. O relatório da Agetransp voltou a ser pauta no debate, dessa vez com novos dados da operação na SuperVia. Rafael Poubel, gerente da Câmara Técnica de Transporte da Agetransp, apresentou os tipos de ocorrências registradas e sua relação com a evasão de passageiros.

“A gente trouxe a questão desse aumento de ocorrências desde o ano de 2021. Verificamos que pelo menos 70% dessas ocorrências estão relacionadas às questões de segurança pública, como delitos contra concessionária, vandalismos e acesso indevido às áreas da concessionária. Então, verificando essa questão, a agência tem tentado buscar o diálogo com as Secretaria de Segurança, com os órgãos responsáveis pela segurança, com o Estado, tentando trazer uma melhoria nesse sentido para a concessionária, porque melhorando a segurança você melhora automaticamente a qualidade da concessão, diminuindo esses vandalismos e esses furtos você tem uma operação com menos problemas, uma operação mais regular, que sofre menos interferências externas e isso pode recuperar o tempo de viagem em intervalos menores e, principalmente, a segurança para o passageiro. A segurança e o conforto desse passageiro é necessário para que se traga esse passageiro de volta a um sistema de transporte tão importante para o Rio de Janeiro, como é o sistema de transporte ferroviário”, afirma Poubel. 

Além do relatório, também foram discutidos temas como a mudança da concessão do sistema ferroviário; o projeto da estrada de ferro entre Rio de Janeiro e o Espírito Santo (EF 118); e a possibilidade de convidar novas lideranças para os próximos encontros.

Alexandre Almeida, coordenador do Grupo de Trabalho de Mobilidade Urbana, reforçou o papel do GT na luta pela melhora do serviço ferroviário.

“Nesse processo de transição da operadora Supervia, ficou decidido na reunião que iremos chamar os representantes da Secretaria de Transporte da Central Logística para nos explicar como é que está esse processo, e se podemos fornecer algum tipo de contribuição. Sem dúvida, o sistema de transporte ferroviário do Rio de Janeiro vem se degradando muito nos últimos anos. É fundamental que o sistema volte a prestar um serviço de qualidade para a população, e o nosso GT está aqui para ajudar nesse sentido”, alerta Alexandre Almeida.

Além de Alexandre Almeida e Rafael Poubel, compareceram à reunião os conselheiros Antonio Batista, Licinio Machado Rogério e Vera Bacelar, além da convidada externa Eunice Horácio, da Semove, e ainda os funcionários do Crea-RJ Haroldo Enes, José Lazaroni e Lacimar Marques. 

A próxima reunião do GT de Mobilidade Urbana ficou agendada para a última semana de março.

Confira as fotos!

Clube de Engenharia realiza a palestra “A industrialização e o desenvolvimento: a experiência da China”

 

O Clube de Engenharia realiza, no dia 19 de fevereiro, das 17h às 20h, a palestra “A industrialização e o desenvolvimento: a experiência da China”, ministrada pelo presidente do Instituto Pereira Passos (IPP), Elias Jabbour.

A China, com seu gigantismo populacional e territorial, se tornou também uma potência econômica. Superou seu atraso apostando num modelo de industrialização exitoso, o que também está impactando a geopolítica mundial. Elias Jabbour vai contar como se deu esse processo nas últimas décadas e que lições ele pode trazer para o Brasil.  

Jabbour é professor associado licenciado dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Econômicas e em Relações Internacionais da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Ele é  autor de livros e artigos sobre o modelo econômico chinês. Sua principal obra, “China: o socialismo do século 21”, escrito em parceria com Alberto Gabriele, recebeu o Special Book Award of China 2022, prêmio dado por Pequim aos melhores livros estrangeiros sobre o país. Foi consultor sênior do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco dos BRICS, e atualmente preside o Instituto Pereira Passos (IPP), da Prefeitura do Rio.

A realização do evento é do presidente do Clube de Engenharia, engenheiro Francis Bogossian, com o apoio do Crea-RJ, Senge-RJ, Fisenge, Firjan e ACRJ.

O evento será realizado na sede do Clube de Engenharia, na Avenida Rio Branco, 124, 20º andar, Centro, Rio de Janeiro, em formato híbrido, com transmissão pelo Sympla Zoom.

As inscrições podem ser feitas pelo link: 

https://www.sympla.com.br/evento-online/a-industrializacao-e-o-desenvolvimento-a-experiencia-da-china/2825779?referrer=www.google.com

 

Data: 19/02

Horário: Das 17h às 20h

Evento híbrido

Transmissão: Sympla Zoom

Local: Av. Rio Branco, 124 – 20º andar – Centro – Rio de Janeiro

Dia Mundial do Rádio

13 de fevereiro é o Dia Mundial do Rádio. A data foi criada oficialmente em 2011 pela Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (Unesco), em homenagem à primeira emissão de um programa da Rádio das Nações Unidas (United Nations Radio), em 13 de fevereiro de 1946, e tem como objetivo conscientizar o acesso à informação e à expressão por meio do rádio, sejam eles grandes grupos radiofônicos ou sejam as rádios comunitárias, e valorizar os comunicadores e seus ouvintes. 

Apesar da criação e avanço tecnológico de outros veículos, o rádio ainda é um meio de comunicação que se faz presente em diversos lugares devido a sua facilidade em ser acessado. A proximidade das emissoras e comunicadores na transmissão da informação de forma instantânea cria um vínculo direto com o ouvinte. O rádio faz parte do cotidiano das pessoas, especialmente em um país continental como o Brasil, tornando-se um companheiro de todas as horas e um importante meio de informação, entretenimento e uma ferramenta de combate às notícias falsas. 

Ele também é um espaço para diversas vozes se manifestarem, serem representadas e ouvidas de modo democrático. As estações de rádios oferecem uma ampla variedade de programas, de conteúdo e pontos de vista, refletindo a diversidade de seu público. O rádio tem acompanhado a evolução tecnológica, permanecendo inclusivo e representativo, considerando sua capilaridade e a natureza dos serviços de comunicação de caráter local que prestam ao bairro ou comunidade atendida. As rádios comunitárias e educativas são instrumentos importantes que respondem facilmente ao apelo do público por diversidade na redação e no conteúdo editorial. 

O rádio dá a todos, independentemente do nível de instrução, a chance de participar. Além disso, o rádio também é essencial em situações de emergência para o acesso a informações confiáveis, mesmo nos dias de hoje, já que os desastres podem atingir a infraestrutura ou a eletricidade e, assim, interromper outros sistemas de comunicação, como o fornecimento de Internet. 

Um público informado, com competências de Alfabetização Mediática e Informacional – AMI, também é necessário, para que os ouvintes descubram, consumam e respondam criticamente ao conteúdo que ouvem. Cada vez mais, as emissoras de rádio estão incluindo programas de alfabetização midiática e informacional em sua programação, de modo que seus ouvintes possam apreciar as informações e as notícias de qualidade que as rádios oferecem a essas pessoas.

O Dia Mundial da Rádio é o resultado de um extenso processo de consulta que envolve todas as partes interessadas: associações de radiodifusão; rádios públicas, comerciais, comunitárias e internacionais; instituições, agências, programas e fundos das Nações Unidas; ONGs; universidades; fundações e agências bilaterais de desenvolvimento, bem como Comissões Nacionais da UNESCO e Delegações Permanentes que representam os seus Estados-membros – relativamente a uma proposta apresentada pela Academia Espanhola de Rádio.

Breve história do rádio

No contexto da Revolução Industrial, século XVIII, com as mudanças na configuração das cidades com o crescimento urbano, uma comunicação direta e abrangente era necessária, e foi nesse cenário que as pesquisas sobre o som começaram a ser desenhadas, levando a sua condução sem que fosse preciso o olho humano acompanhar sua trajetória. Assim, vários nomes contribuíram para a sua descoberta, de ser transmitido de um receptor para outro. Quem recebeu todos os créditos foi o italiano Guglielmo Marconi, mas em 1864, o físico escocês James Clerk Maxwell, lançou a teoria que uma perturbação eletromagnética se propagava no espaço vazio atraída pelo éter. 

Em 1887, o alemão, Heinrich Rudolf Hertz, inspirado na teoria de Maxwell criou um aparelho com duas varinhas metálicas de 8 cm a uma distância de 2 cm uma da outra. As varinhas geraram ondas entre elas que viajavam a 300 mil Km por segundo e foram chamadas de ondas hertzianas. 

Já Marconi em 1895 repetiu a experiência de Hertz, transmitindo os sinais através do éter. Marconi conseguiu descobrir o princípio do funcionamento da antena guiando as ondas através do espaço. Em 1896, ele enviou mensagens de Dover (Inglaterra) para Vimeux (França) em código Morse, numa distância de 32 milhas numa velocidade de 20 palavras por minuto. Logo depois ele conseguiu enviar uma mensagem de S.O.S. a uma distância de mais de 140 Km e transmitiu sinais de telégrafo sem fio. 

Em 1908, foram construídas as primeiras válvulas e as válvulas ampliadoras. No início da década de 20 um jovem empregado da Westinghouse,  Frank Conrad construiu um transmissor, sempre o testando nas suas horas de folga e tocando discos em uma garagem em  Pittsburgh, na cidade da Pensilvânia. Aos poucos, as pessoas que possuíam rádios amadores foram se tornando um público fiel ao passatempo de Conrad e começaram a escrever para ele pedindo suas músicas favoritas. 

Depois disso, algumas lojas de Pittsburgh começaram a vender aparelhos receptores de rádio “especialmente adaptados” para ouvir a Westinghouse Station. Em 2 de novembro a Westinghouse implantou a KDK-A que transmitiu as eleições presidenciais americanas daquele ano. Os resultados das urnas eram imediatamente passados à emissora, que os narrava. O rádio já se transformava em um fenômeno relevante na formação da opinião pública americana, com um rápido crescimento no território estadunidense. 

De quatro emissoras no começo de 1921, os Estados Unidos já em 1922 contava com mais de 300 estações de rádio. Com a mesma rapidez que a influência norte-americana crescia no mundo, o rádio igualmente se espalhou. Na Europa, a maioria dos países decidiu que o rádio era de utilidade pública e deveria ficar nas mãos do estado como sociedade independente de direito público, que é o caso da BBC de Londres. No continente americano, as concessões foram cedidas pelo governo a iniciativas particulares. Durante toda a década de 20 o rádio ia se expandindo e se consolidando em vários países do mundo. 

O rádio no Brasil

No Brasil, quem é considerado o inventor do rádio é o padre Landell de Moura. Por arquivos, como consta no livro Histórias que o rádio não contou, de Reynaldo Tavares, a descoberta foi anterior à de Marconi, mas não recebeu seus créditos por ter sido considerado louco para a sua época e a Igreja Católica também foi contra as suas pesquisas, tendo até seu local de trabalho incendiado. 

E o título de "pai do rádio" é atribuído ao cientista e educador Roquette-Pinto, que esteve à frente de uma das primeiras transmissões de rádio realizadas em 7 de setembro de 1922, no Rio de Janeiro. Na ocasião, foi transmitido o discurso do então presidente da república, Epitácio Pessoa. Os aparelhos receptores estavam instalados em Niterói, Petrópolis e São Paulo. Um ano depois, Roquette-Pinto fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, atual Rádio MEC. Porém, anos antes (1919) a Rádio Club Pernambuco já realizava uma transmissão inédita, de forma experimental, ainda que sem grande repercussão.

O rádio chegou à casa das pessoas a partir da década de 1930. Em 1932, Getúlio Vargas sancionou uma lei que autorizava a transmissão de propaganda pelas emissoras: foi o incentivo que faltava. Empresas começaram a investir e os aparelhos de rádio ficaram mais baratos. Nas emissoras, a música popular e os programas de entretenimento ganharam espaço. Quando a televisão chegou ao Brasil, em 1950, parecia que viria a substituir o rádio de forma definitiva, mas as telenovelas são uma herança do rádio, as radionovelas. E até hoje o rádio é uma tradição da comunicação, presentes nos lares das famílias brasileiras, independentemente da renda e posições políticas. 

O Crea-RJ parabeniza todos os radialistas, comunicadores que levam informações com qualidade para seus ouvintes, criando novos imaginários na sociedade contemporânea através das ondas sonoras, mostrando a diversidade de culturas e possibilidades para a construção de um futuro melhor. 

Fontes: Unesco e Governo Federal

Entenda melhor o que são Mudanças Climáticas

 

As mudanças climáticas são transformações que ocorrem gradualmente no meio ambiente, principalmente nos aspectos do clima e da temperatura. Elas podem ter causas naturais como alterações na radiação solar e dos movimentos orbitais da terra, ou podem ser as consequências das ações humanas como desmatamento, poluição e emissão de gases de efeito estufa. 

A partir da Revolução Industrial, passou-se a emitir quantidades significativas de gases de efeito estufa (GEE), em especial o dióxido de carbono. Neste período, a concentração original de 280 ppm4 deste gás cresceu até os atuais 400 ppm5, intensificando significativamente o efeito estufa. Assim, as atividades humanas passaram a ter influência importante nas mudanças climáticas.

Com o aumento do efeito estufa, causado pela queima de combustíveis fósseis por parte da humanidade, a temperatura do planeta está subindo e a intensidade das mudanças climáticas tem acelerado de maneira não natural. De acordo com o serviço de mudanças climáticas Copernicus, as concentrações atmosféricas de CO2 em 2024 foram as maiores dos últimos dois milhões de anos. 

Em 2024, a mudança climática intensificou 26 dos 29 eventos de temperatura analisados pela Atribuição do Clima Mundial (WWA - World Weather Attribution), como secas intensas, escassez de água, incêndios severos, aumento do nível do mar, inundações, derretimento do gelo polar, tempestades catastróficas e declínio da biodiversidade. Esses eventos levaram a mais de 3 mil mortes e deixaram milhões de pessoas desabrigadas. 

O efeito estufa

O efeito estufa corresponde a uma camada de gases que cobre a superfície da Terra. Essa camada composta principalmente por gás carbônico (CO²), metano (CH4), N²O (óxido nitroso) e vapor d’água, é um fenômeno natural fundamental para manutenção da vida na Terra, pois sem ela o planeta poderia se tornar muito frio, inviabilizando a sobrevivência de diversas espécies.

Parte da radiação solar que chega ao planeta é refletida e retorna diretamente para o espaço, outra parte é absorvida pelos oceanos e pela superfície terrestre e uma parte é retida por esta camada de gases que causa o chamado efeito estufa. Porém, muitas atividades humanas emitem uma grande quantidade de gases formadores do efeito estufa (GEEs),e essa camada tem ficado cada vez mais espessa, retendo mais calor na Terra, aumentando a temperatura da atmosfera terrestre e dos oceanos e ocasionando o aquecimento global.

Segundo a OMM - Organização Meteorológica Mundial, o ano de 2024 foi o mais quente da história. Neste período, a temperatura média da Terra registrou um aumento de 1,55°C em relação à média entre 1850 e 1900. Apesar de parecer uma mudança pequena, esse índice acarreta uma maior frequência de fenômenos naturais extremos, além de torná-los cada vez mais destrutivos.

Enchentes

Uma atmosfera mais quente pode reter mais vapor de água, levando a chuvas mais fortes. A relação Clausius Clapeyron indica que a 1,3°C de temperatura global, a atmosfera pode reter cerca de 9% mais umidade. Além disso, o aquecimento dos oceanos também contribui para chuvas fortes, pois a água mais quente leva ao aumento da evaporação.

De acordo com estudos da Atribuição do Clima Mundial (WWA), de 16 eventos de inundação, 15 foram relacionados aos efeitos das mudanças climáticas. No Afeganistão, no Paquistão e nas enchentes do Irã, esses estudos foram inconclusivos devido ao mau clima e ao desempenho do modelo. Esses resultados são o reflexo das mudanças esperadas associadas ao contínuo aquecimento global.

Manter e atualizar as defesas contra inundações é essencial à medida que o clima esquenta. Em 2023, o rompimento de barragens na Líbia, após fortes chuvas, resultou em inundações que mataram mais de 12.000 pessoas. Em 2024, uma barragem colapsou no Sudão e levou a inundações que mataram dezenas de pessoas e no Brasil a precipitação extrema levou as defesas contra inundações ficarem sobrecarregadas, o que amplificou os impactos. O desafio do envelhecimento das defesas contra inundações não é apenas enfrentado pelos países em desenvolvimento. Nos EUA, mais de 20% das barragens, com idade média superior a 60 anos, são classificados em más condições. 

Impacto nos oceanos 

Os oceanos também têm sofrido com o calor. A Copernicus indica que a temperatura do mar no segundo semestre de 2024, foi a segunda mais quente já registrada. Um dos grandes problemas gerados pelo calor nos oceanos é o derretimento das geleiras. Em pesquisa realizada pela Universidade do Colorado Boulder, em 2024, foi observado que a extensão do gelo marinho antártico atingiu uma redução histórica de 200 mil km². 

O oceano absorve cerca de um quarto das emissões anuais de CO2. A interação do dióxido de carbono com a água do mar altera a química do carbonato resultando na redução do pH. Esse processo é conhecido como acidificação. De acordo com o Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), o pH da superfície do oceano aberto é o mais baixo dos últimos 26 mil anos.

O aumento do nível do mar por registros de satélites atingiu o máximo histórico e, nos últimos dez anos, é mais que o dobro comparado ao início dos registros em 1993. O aquecimento contínuo e o derretimento de glaciares e camadas de gelo estão entre os fatores que contribuíram. A Unesco relata que, devido ao degelo acelerado, o nível do mar subiu 9 centímetros nos últimos 30 anos, duplicando o ritmo médio de elevação dos anos anteriores.

As consequências desses dados à biodiversidade marinha são catastróficas. De acordo com artigo publicado na revista Science, caso o cenário não melhore até o ano 2300, a vida nos oceanos enfrentará uma extinção em massa. A acidificação coloca em risco os recifes de coral, já que abala a fixação de carbonato de cálcio em conchas, ouriços do mar, entre outras espécies. E também com a redução de oxigênio nos mares leva a um crescimento da produção de óxido nitroso, o que agrava ainda mais o efeito estufa. 

O impacto do aquecimento dos oceanos também pôde ser visto na tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, em 2024. Cientistas integrantes da WWA, concluíram que as condições das águas do Pacífico multiplicaram em três vezes as chances de chuva na região, além de aumentarem a intensidade em 7%.

Desmatamento e Seca

O desmatamento é outro importante fator que contribui com o aquecimento global, já que as florestas são responsáveis por reduzir o CO2 presente na atmosfera. O Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, contabilizou entre janeiro e agosto de 2024, um aumento de 78% de queimadas no Brasil em relação ao mesmo período de 2023. Esse contexto leva à degradação de terras e florestas, o que libera ainda mais dióxido de carbono. Aterros para lixo são uma das principais fontes de emissões de metano. Energia, indústria, transporte, edificações, agricultura e uso da terra estão entre os principais emissores.

E uma das consequências do desmatamento é o desenvolvimento de áreas secas de forma mais intensa ao longo dos anos. Em 2024, as secas afetaram todos os continentes, com impactos significativos nos recursos hídricos, na agricultura, ecossistemas e comunidades vulneráveis. A agricultura é o primeiro setor a ser atingido durante as secas, ainda mais com os pequenos agricultores, o que leva à escassez de alimentos e crises humanitárias. 

A capacidade de retenção de água da atmosfera e as circulações oceânicas e aéreas que impulsionam os sistemas de chuva, estão mudando à medida que o clima aquece. Isto significa que os riscos de secas e inundações aumentam em diferentes tempos e lugares. A elevação das temperaturas piora as secas, aumentando a perda de água nos solos através da evaporação e transpiração das plantas. 

O calor prolongado intensificou a devastadora seca na Bacia do Rio Amazonas. A Amazônia é uma das maiores florestas tropicais do mundo e a mais importante em absorver o carbono terrestre, sendo importante para a estabilidade do clima global. Assim, as secas podem ser devastadoras para estas florestas tropicais que não resistem a períodos de baixa pluviosidade e altas temperaturas. E com isso pode se desencadear a liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera, acelerando o processo do aquecimento global. 

Medidas contra as mudanças climáticas 

Combater o aumento da temperatura global é fundamental para frear a ocorrência de desastres naturais. Este é o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 13 - Ação contra a Mudança Global do Clima - da Agenda 2030 da ONU. No mesmo sentido, 195 países aprovaram o Acordo de Paris, um compromisso com o objetivo de reunir esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Na prática, a meta é reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa até 2030.

Diminuir o desmatamento, investir no reflorestamento e na conservação de áreas naturais, incentivar o uso de energias renováveis (solar, eólica, biomassa e hidrelétricas), preferir utilizar biocombustíveis (etanol, biodiesel) a combustíveis fósseis (gasolina, óleo diesel), são algumas das possibilidades para reverter essas mudanças prejudiciais à vida. 

Além disso, é possível investir na redução do consumo de energia e na eficiência energética, reduzir, reaproveitar e reciclar materiais, investir em tecnologias de baixo carbono, melhorar o transporte público com baixa emissão de GEE. Estas e outras medidas podem ser estabelecidas através de políticas nacionais e internacionais de clima.

Os profissionais das áreas da Engenharia, Agronomia e Geociências, são fundamentais na luta contra as causas e os impactos das mudanças climáticas na sociedade, mitigando os danos das catástrofes e contribuindo para a construção de um mundo mais sustentável. 

Fórum Sudeste da Engenharia Nacional vai debater temas estratégicos para o setor

 

O Fórum Sudeste da Engenharia Nacional será realizado nos dias 19 e 20 de fevereiro, em formato online, e promoverá uma série de debates sobre temas estratégicos para o setor. 

Coordenada pela diretora do Crea-RJ, engenheira Cládice Nobile Diniz, a mesa do Rio de Janeiro será apresentada pelo engenheiro Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia e o debatedor será o engenheiro Wagner Victer, gerente executivo de programas estruturantes da Petrobras. Serão apresentadas as palestras “Política de Inovação Industrial e o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Sudeste”, pelo Professor Dr. Mauro Osório (UFRJ), e “NIB – Nova indústria brasileira “, pelo Professor Dr. Fernando Peregrino (FINEP).

“O Fórum se destaca não apenas como um novo palco para apresentar grandes questões relacionadas à engenharia e à tecnologia brasileira, como também por seu processo de organização, onde se delegou às comissões organizativas dos quatro estados, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, a organização da sua mesa de debates” afirma a engenheira Cládice Nobile Diniz.

Ela completa: “E a organização da mesa fluminense inovou em uma formidável ação participativa articulando as atividades com 28 entidades, destas 15 instituições de ensino, e inúmeros profissionais, que propuseram e debateram temas candentes, para enfim selecionarem por consenso os temas que serão objetos de duas palestras e debate, com discussão de questões que os inscritos enviarem previamente.”

 O engenheiro Wagner Victer destaca a relevância do evento não apenas para os profissionais experientes, como também para os jovens. “Termos eventos como o Fórum Sudeste é uma oportunidade de pegarmos profissionais com elevada experiência e que estejam em posições decisivas no processo de desenvolvimento para o Brasil e trazer não só para outros profissionais, mas especialmente para os jovens, para buscarmos construir uma nova sociedade brasileira. Sem a Engenharia não é possível reconstruirmos a sociedade brasileira e retomarmos o processo de desenvolvimento nacional”, analisa.

Diversos professores,  conselheiros do Crea-RJ, estão participando da organização do Fórum, tais como Carlos Eduardo Soares Canejo Pinheiro da Cunha; Claudia do Rosário Vaz Morgado; Débora Candeias Marques; Alberto Balassiano e Julio Artur Villas Boas, entre outros.

Confira a programação

No primeiro dia, após a abertura oficial, o Bloco Paulista dará início às palestras com os temas:

  • "Gestão de riscos e desastres e o papel da engenharia no suporte às políticas públicas de interesse social" – Prof. Dr. Fernando Rocha Nogueira.
  • "Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação" – Prof. Dr. Fábio Augusto Gomes.

Na sequência, o Bloco Mineiro apresentará os seguintes assuntos:

  • "Emergência, Mudanças Climáticas e COP-30 – o papel do Estado e da engenharia na transição energética e seus reflexos no desenvolvimento sustentável" – Prof. Dr. Silvio Motta.
  • "Mineração e privatização no setor energético e outros setores estratégicos e suas consequências para o desenvolvimento do país" – Prof. Dr. Cláudio Scliar.

Encerrando a programação do primeiro dia, um vídeo do Prof. Ênio Padilha abordará as modificações em discussão na Lei 5.194/66, que regulamenta as profissões da engenharia.

No dia 20, a abertura contará com a exibição de um vídeo explicativo sobre o Fórum da Engenharia Nacional, cuja primeira reunião anual está prevista para os dias 2 e 3 de junho, no Clube de Engenharia.

As palestras seguirão com o Bloco Fluminense:

  • "Política de Inovação Industrial e o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Sudeste" – Prof. Mauro Osório.
  • "NIB – Nova Indústria Brasileira" – Prof. Dr. Fernando Peregrino.

Finalizando o evento, o Bloco Capixaba apresentará:

  • "PPP - Parceria Público-Privada: aplicações e impactos no setor de saneamento e meio ambiente – uma visão da engenharia" – Eng. Ambiental Riscieri Moscon.
  • "O papel da engenharia agrônoma no desenvolvimento nacional" – Eng. Agr. Merci Pereira Fardin.
Certificado

A organização do evento informa aos estudantes que haverá certificado de horas de extensão.

Inscrições

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo formulário online: https://forms.gle/GuEDk9XHfxnUKdt96.

O Fórum Sudeste da Engenharia Nacional é uma oportunidade para profissionais e estudantes debaterem questões fundamentais para o futuro da engenharia no Brasil. 

Entidades do Rio de Janeiro que estão apoiando o Fórum Sudeste da Engenharia Nacional

Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas (ABEA NACIONAL)

Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas do Rio de Janeiro (ABEA-RJ)

Associação de Engenheiros de Volta Redonda (AEVR)

Associação Fluminense de Engenheiros e Arquitetos (AFEA)

Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ)

Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM)

Centro Universitário de Volta Redonda (UNIFOA)

Centro Universitário Redentor-AFYA (UNIREDENTOR-AFYA)

Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB de Volta Redonda)

Clube de Engenharia

Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU-RJ)

Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-RJ)

Engenharia pela Democracia (EngD)

Faculdade Souza Marques (FSM)

Fórum Estadual de Meio Ambiente e Agricultura do RJ (FEMAARJ)

Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos (IBEC)

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC- Rio)

Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda (SENGE-VR)

Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro (SENGE-RJ)

Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (SEAERJ)

UNIVASSOURAS - Campus Universitário de Saquarema

Centro Universitário de Barra Mansa (UBM)

Universidade de Vassouras (UNIVASSOURAS)

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Universidade Federal Fluminense (UFF)

Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO-NT)

Universidade Veiga de Almeida (UVA)

Dia Internacional das Mulheres na Ciência

Em 11 de fevereiro, é comemorado o Dia Internacional das Mulheres na Ciência. A data foi definida em 22 de dezembro de 2015, na Assembleia Geral das Organizações Unidas (ONU), com o objetivo de conscientizar a sociedade e destacar a importância da igualdade de gênero no conhecimento científico. 

A ideia da celebração é também contribuir para dar visibilidade ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 (ODS-5) da Agenda 2030 da ONU, que busca alcançar a igualdade de gênero e dar poder às mulheres e meninas para realizarem seu potencial criativo. A igualdade de gênero é uma prioridade global da UNESCO. O apoio a jovens meninas, sua formação e suas habilidades plenas para fazer com que suas ideias sejam ouvidas, impulsionam o desenvolvimento e a paz.

Segundo a UNESCO, a porcentagem média global de pesquisadoras é de 33,3%, e apenas 35% de todos os estudantes das áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês) são mulheres. Os números demonstram como ainda persistem barreiras e baixa representatividade para as mulheres e meninas, sobretudo em áreas consideradas predominantemente masculinas.

No Brasil, os dados divulgados pela terceira edição do estudo Estatística de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, em 2023, do Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a desigualdade de rendimentos do trabalho era maior entre os profissionais das ciências e intelectuais. Neste grupo, elas receberam 63,3% do rendimento dos homens, em razão do rendimento habitual, ou seja, enquanto a média salarial desses homens é de R$7.268,00, a das mulheres chega apenas a R$4.600,00. 

Segundo o mesmo estudo,  embora sejam maioria no acesso ao nível superior de ensino - sendo de 21,3% contra 16,8% dos homens - as mulheres ainda enfrentam barreiras nos cursos das áreas de CTEM (Ciências, Tecnologias, Engenharias, Matemática), evidenciando o estigma social do gênero, como o pensamento de que as mulheres não são racionais, mas dotadas de emoções e que não correspondem às áreas exatas.

Mulheres para se inspirar 

Apesar das dificuldades e barreiras impostas socialmente, algumas mulheres foram pioneiras em conquistar seu espaço nas ciências, abrindo portas e mostrando como a diversidade contribui para o avanço e desenvolvimento de ferramentas que compõem o nosso cenário atual, tornando-se indispensável. 

  • Bertha Lutz: Referência da zoologia brasileira, Bertha identificou a Liolaemus Lutzae, conhecida como lagartixa de praia, sendo uma espécie de réptil endêmica das restingas do Rio de Janeiro. Em 1919, se tornou pesquisadora do Museu Nacional do Rio de Janeiro e participou da Conferência das Nações Unidas em São Francisco, em 1945, para que a igualdade de gênero fosse incluída na Carta das Nações Unidas. Em 1975, ano do Dia Internacional da Mulher, estabelecido pela ONU, Bertha foi convidada pelo governo brasileiro a integrar a delegação do país no primeiro Congresso Internacional da Mulher, realizado na capital do México.
  • Enedina Alves Marques: foi a primeira engenheira negra do Brasil. Formada em 1945, ela se graduou em Engenharia Civil na Universidade Federal do Paraná (UFPR), rompendo padrões acadêmicos e sociais impostos. Foi a primeira a chefiar a Divisão de Engenharia da Secção de Estatística do Estado do Paraná. Ganhou destaque e reconhecimento, a nível nacional, ao projetar a Usina Hidrelétrica Capivari Cachoeira. 
  • Jaqueline Goes: a biomédica brasileira foi responsável por sequenciar o genoma do SARS-CoV-2 após 24 horas do primeiro caso registrado no Brasil. Ela quem coordenou a equipe de cientistas do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade de São Paulo (Universidade de São Paulo).
  • Maria Odília Teixeira: Primeira médica negra brasileira, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1904 e foi a única mulher entre os 48 alunos da turma. Pioneira, ela desmistificou questões ligadas ao racismo científico, e também lecionou obstetrícia na universidade que se formou.    
  • Marie Curie: não somente descobriu os elementos químicos Rádio e Polônio em 1898 na Academia Francesa de Ciências, mas revolucionou os estudos da radioatividade, contribuindo para o tratamento contra o câncer. A polonesa também foi a primeira mulher a ser contemplada com o Prêmio Nobel duas vezes. O primeiro foi o de Física pela sua contribuição na radioatividade, descobrindo que as radiações emitidas pelo urânio eram de dentro do átomo, e o segundo de Química pela descoberta dos dois elementos químicos.
  • Nise da Silveira: médica psiquiatra reconhecida mundialmente por sua contribuição à psiquiatria, revolucionou o tratamento mental no Brasil. Dedicou sua vida ao trabalho com pessoas com transtornos mentais, manifestando-se radicalmente contra as formas que julgava serem agressivas em tratamentos como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.
  • Sônia Guimarães: primeira mulher negra doutora em física e professora do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), é também ativista na luta contra o racismo e na discriminação de gênero. Ela desenvolveu tecnologias baseadas em semicondutores, que são materiais essenciais para a fabricação de dispositivos eletrônicos. Nesse processo, a pesquisa de Guimarães trouxe a primeira patente brasileira para o uso de sensores infravermelhos em mísseis. 
  • Thelma Krug: graduada na Roosevelt University, nos Estados Unidos, e doutora em estatística espacial pela Universidade de Sheffield, na Inglaterra, Thelma Krug é pesquisadora brasileira com foco em mudanças climáticas, considerada um das autoridades mundiais nos estudos de clima e florestas.
  • Viviane dos Santos: Formada em Bioquímica e em Engenharia Química na Delft University of Technology, desenvolveu catalisadores metálicos nanoestruturados contendo um ou mais elementos, produzidos através do método conhecido por spark generation and inertial impaction, que oferece a possibilidade de misturar metais até a escala atômica. Os catalisadores preparados através desse método podem ser utilizados na produção de energia alternativa e no controle ambiental.

O Crea-RJ comemora o Dia Internacional das Mulheres na Ciência e reconhece a data como um marco importante e, apesar das conquistas e avanços ao longo dos anos,  mais espaços ainda precisam ser implementados com maior diversidade  e com igualdade de gênero. Assim, a ciência avança com todos e para todos no progresso da sociedade, ampliando as perspectivas de desenvolvimento. 

 

Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e Fiocruz

Curso Online Gratuito | BIM – Bulding Information Modeling

O Building Information Modeling (BIM) ou Modelagem de Informações da Construção é uma metodologia inovadora que transforma o setor da construção civil ao integrar tecnologia e gestão. Por meio de modelos digitais tridimensionais, o BIM permite simular, planejar e monitorar todas as etapas de um projeto, otimizando custos e prazos. Além disso, facilita a colaboração entre profissionais, reduz erros e aumenta a eficiência. 

Este curso online e gratuito tem como objetivo principal demonstrar os aspectos essenciais da tecnologia BIM para sua implementação em empresas de projetos, de construção e de operação de edificações.

Tem como público-alvo engenheiros, arquitetos e alunos de cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia Mecânica, Civil e Arquitetura, bem como profissionais que executam projetos.

As inscrições estão abertas até 28 de fevereiro e o curso tem início imediato. 

A carga horária é de 10 horas e o tempo de acesso é de 90 dias. 

Inscreva-se no link: https://webstore.grupohct.com.br/home/agenda-engenharia/soft-0040-acao

 

 

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Faculdade de Engenharia da Uerj realiza o mapeamento 3D do Santuário da Penha

Foto: Divulgação/Uerj

Em outubro de 2024, a Basílica Santuário da Penha recebeu seu mapeamento 3D com o objetivo de preservar a memória da igreja para futura divulgação turística, restauro e gestão de edificação. Os dados coletados serão apresentados no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da aluna Heloísa Macieira, da graduação em Engenharia Cartográfica, sob orientação dos professores Samir de Souza Oliveira Alves e Luiz Carlos Teixeira Coelho Filho, com previsão para defender em dezembro deste ano. 

De acordo com Alves, a ideia central foi aplicar diferentes métodos de levantamento 3D para obter informações tridimensionais de toda a estrutura da Basílica, popularmente conhecida como Igreja da Penha. 

O mapeamento 3D

Os mapeamentos possuem a finalidade de reconstruir digitalmente a realidade. No projeto da Basílica, há a edificação da Igreja da Penha com todos os detalhes arquitetônicos, além dos objetos que compõem o espaço como o altar, imagens, entre outros elementos. A partir de diferentes métodos de levantamento é possível obter dados sobre esses elementos, como medidas, cores e texturas.

Imagem: Divulgação/Uerj

Assim, o trabalho de campo incluiu quatro levantamentos simultâneos: 

  • um fotogramétrico, a partir de um drone, com o qual foram obtidas imagens de todas as fachadas para elaboração de um modelo 3D da parte externa; 
  • um por varredura com um Laser Scanner Terrestre (LST) da parte interna, com o qual foram geradas nuvens de pontos coloridos e imagens panorâmicas para a construção de navegação indoor
  • um GNSS (Global Navigation Satellite System), método de posicionamento que utiliza satélites para determinar a localização de um ponto, para o rastreio de pontos de apoio ao levantamento fotogramétrico; 
  • e um topográfico de alvos externos e internos. 

Esse último levantamento foi fundamental para que, futuramente, seja possível unir os dados dos quatro levantamentos realizados, formando um modelo 3D completo da edificação. 

Legado digital do patrimônio histórico 

Para otimizar o mapeamento, Heloisa Macieira mobilizou o trabalho em equipe com 11 colegas do curso para ajudar a carregar equipamentos e realizar as medições. A escolha da igreja também foi um desafio para Macieira, já que sua ideia era alinhar o propósito técnico e simbólico em seu projeto, representando sua fé e relevância histórica e cultural para a cidade do Rio. 

Heloisa percebeu que a tecnologia de laser scanner tem ganhado cada vez mais espaço no mercado, especialmente após tragédias como o incêndio no Museu Nacional, em 2018. Ela observou que essa técnica poderia ter viabilizado a reconstrução completa do patrimônio, preservando a realidade do espaço. Esse episódio motivou a criação do mapeamento 3D da Igreja da Penha.

Foto: Divulgação/Uerj

História de devoção 

Ponto turístico e religioso, a Igreja da Penha fica no alto de um penhasco no bairro de mesmo nome, na Zona Norte do Rio. Famosa pelos 382 degraus que atraem peregrinos e pagadores de promessas, a igreja tem grande importância cultural para a cidade.

Sua construção data do século XVII e um milagre teria originado a primeira capela ali erguida. Ao ser atacado por uma serpente, o proprietário das terras, Baltazar de Abreu Cardoso, rogou à Nossa Senhora que o salvasse. Grato pelo milagre, ergueu no local uma pequena capela dedicada à santa. 

A obra da escadaria foi iniciada no início do século XIX. Em narrativa popularmente difundida, a esposa de um casal com dificuldade para ter filhos, Maria Barbosa, prometeu a construção do acesso ao templo após conseguir engravidar.

As escadas só foram concluídas no ano de 1819, tornando tão conhecido o local e popularizando a prática de subir, muitas vezes, de joelhos, o penhasco como pagamento de promessas. Ao longo do século XX, o espaço recebeu diversas reformas e ampliações, tendo sido elevado à categoria de Basílica Santuário da Penha pelo Papa Francisco em 2016.

Fonte: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)

CREA-RJ marca presença na Formatura do Curso de Engenharia da Universo

CREA-RJ e Mútua/RJ presentes na formatura dos alunos de Engenharia da Universidade Salgado de Oliveira. Foto: Divulgação/Promover Formaturas

Com o objetivo de se aproximar cada vez mais das instituições de ensino das áreas da Engenharia, Agronomia e Geociências, que formam os futuros profissionais do setor, o CREA-RJ marcou presença na colação de grau das Engenharias da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), que aconteceu no Clube Português de Niterói, nesta quinta, 6 de fevereiro. 

No evento, o Coordenador da Regional Metropolitana Leste, Otassano Panetto, representou o CREA-RJ na mesa solene da formatura das turmas de Engenharia. “Foi uma honra ter participado da colação de grau dos alunos com a entrega das carteiras provisórias do CREA-RJ. É uma aproximação do CREA-RJ com as universidades, e isso é muito importante para a nossa coordenação”, avalia. 

Além de Otassano Panetto, prestigiaram a formatura, a gerente de relações institucionais do CREA-RJ, Landijara Duarte; o Gerente de Fiscalização, Cosme Chiniara; o Coordenador de Registros e Cadastros, Wallace Ronda, e o assessor da presidência, Rodrigo Motta, juntamente com o diretor geral da Mútua/RJ, Jamerson Freitas.

"Foi gratificante participar desta cerimônia e estreitarmos a relação com os profissionais recém-formados. Nesta nova fase, eles poderão contar com os programas estratégicos: CREA-Jovem e Progredir para desenvolver suas habilidades e conhecimentos", afirma Landijara Duarte, gerente de relações institucionais e programas estratégicos do CREA-RJ.

Graduaram-se 32 alunos de Engenharia Civil; 14 de Engenharia de Produção; 11 de Engenharia Elétrica; e 6 de Engenharia Ambiental. O curso de Engenharia Civil foi criado em 2012 e formou ontem a sua 17ª turma, já o curso de Engenharia Mecânica é novo e deve formar a primeira turma no final de 2026.

Para o gestor e coordenador do Curso de Engenharia da Universo, professor Alexandre Calheiros  “é  importante que a nossa ‘casa’ maior, o CREA-RJ, esteja próxima da universidade, tomando conhecimento do que fazemos e ao mesmo tempo amparando os nossos acadêmicos que serão os futuros profissionais de engenharia”. 

Ele completa: “Assim como nós acolhemos os nossos alunos com amor e responsabilidade é fundamental que eles se sintam amparados pelo Conselho e saibam o que o Conselho significa para eles. Que eles vejam o Conselho não só como um órgão fiscalizador das suas atividades mas, principalmente, como um órgão orientador e dinamizador da sua profissão. Que eles, efetivamente, se sintam amparados e protegidos como profissionais. Precisamos fazer uma Engenharia sólida e bem fincada nas suas bases. Só assim teremos um CREA-RJ forte e respeitado por todos. O CREA-RJ presente na colação de grau é um bom começo. Uma demonstração de acolhimento. Os formandos se sentem muito seguros e felizes com isso”.

Os formandos de Engenharia da Universidade Salgado de Oliveira fizeram questão de posar para as fotos segurando a carteira provisória do CREA-RJ, primeiro passo rumo ao futuro profissional. 

Foto: Divulgação/Promover Formaturas

 

Foto: Divulgação/Promover Formaturas