A AEVR - Associação de Engenheiros e Arquitetos de Volta Redonda recebeu, no dia 10 de junho, o primeiro encontro microrregional, etapa preparatória para o 12º Congresso Estadual de Profissionais (CEP), que acontecerá no dia 2 de agosto, na cidade do Rio de Janeiro.
Conhecida como a Cidade do Aço, Volta Redonda tem sua economia fortemente ligada à presença da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), fundada em 1941, considerada a maior indústria siderúrgica da América Latina, que gera milhares de empregos e fomenta a produção local. A cidade tornou-se um dos maiores polos industriais do país e expandiu sua atuação para outros setores estratégicos. Hoje a região é também um pólo regional nos setores de saúde, educação, comércio e tecnologia no Sul Fluminense.
Esta edição do CEP traz como tema “Engenharia, Agronomia e Geociências no desenvolvimento das cidades”. E os subtemas são: Acessibilidade e Mobilidade Urbana; Saneamento Básico (tratamento e distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto, drenagem urbana e gestão de resíduos sólidos); Engenharia Pública (Reurbs, Moradia, Tecnologia Social); Qualidade Ambiental (Áreas Verdes Urbanas; Emissões de CO₂ por Habitante; Focos de Calor; Índice de Vulnerabilidade Climática dos Municípios; Supressão da Vegetação Primária e Secundária) e Desenvolvimento Sustentável Energético para os municípios (energia acessível e limpa).
Mesa de abertura
Compuseram a mesa de abertura: o presidente do Crea-RJ, engenheiro civil Miguel Fernández; o coordenador da Comissão Organizadora do CEP e 1º vice-presidente do CREA-RJ, , eng. de produção Alberto Balassiano; a presidente da AEVR, arquiteta Tatiane Telemos; a diretora administrativa da Mútua/RJ, engenheira civil Ana Paula Masiero; o conselheiro do Crea-RJ representante da AEVR, engenheiro metalurgista José Eduardo Ribeiro de Carvalho; o vice-presidente do Senge-VR, engenheiro eletricista Fernando Elias Vieira Jogaib; e, representando os inspetores da região, o engenheiro civil Walcymar Cunha Bastos.
Desenvolvimento do país
Alberto Balassiano abriu o evento falando da importância da cidade de Volta Redonda por sediar a CSN - Companhia Siderúrgica Nacional, um dos marcos mais importantes da industrialização brasileira.
“O Brasil para crescer precisa da Engenharia e todos aqui estão chamados para esta tarefa de reerguer nosso país, construir e industrializar o país, inclusive, para gerar empregos para a nossa categoria”, afirmou, na abertura do evento.
A presidente da AEVR, a arquiteta Tatiane Telemos, agradeceu a escolha da entidade para sediar o evento e fez a sua fala na mesa de abertura, logo após Balassiano.
“É com grande satisfação que recebemos este importante evento, o primeiro encontro microrregional preparatório para o 12º CEP, que vai debater temas tão importantes para o setor tecnológico. Estamos abertos a escutar e entender todas as propostas para que hoje saiam excelentes delegados representantes da nossa região”.
CREA-RJ e a união das classes
O engenheiro metalurgista José Eduardo Ribeiro de Carvalho deu o seu depoimento.
“Sou novo no Sistema, é meu primeiro mandato, mas estou há 35 anos trabalhando na CSN, e ainda não tinha percebido a grandiosidade do Crea, o quão pujante é e como tem uma estrutura forte, e a sua potencialidade em poder contribuir para o desenvolvimento da Engenharia no nosso país. Esta é uma oportunidade única dos profissionais do Sistema contribuírem para o desenvolvimento brasileiro. Eu me sinto muito honrado em fazer parte do CREA-RJ e da AEVR”.
O inspetor Walcymar Cunha Bastos relatou a experiência na prefeitura de Paraty, onde atua como engenheiro civil, há 31 anos.
“Sou um crítico ferrenho em relação a nós engenheiros, porque acho que somos pouco unidos. Trabalho numa prefeitura pequena e vejo a coesão de médicos e advogados, mas não vejo a coesão dos engenheiros. Fico feliz de ver essa associação, a AEVR, porque essa união irradia. E temos que deixar esse legado para os futuros engenheiros”.
Inspetor honorário do CREA-RJ desde 2013, atuando na região há mais de 20 anos, o engenheiro eletricista Edilson Carlos Catete acredita que o CREA tem sido um diferencial para os profissionais locais.
“Hoje, o CREA sai na frente através dessa administração em evidência. Para nós é muito importante um evento como esse encontro microrregional e o Congresso Estadual, porque fortalecem a Engenharia, fortalecem a nossa categoria e dão o vislumbre de um futuro melhor. A nossa região hoje necessita de uma infraestrutura adequada, principalmente para os municípios aqui da região. Volta Redonda, por exemplo, é uma capital do interior. Resende também tem essa necessidade. Então é importante que os profissionais estejam aqui fazendo parte, fazendo um coro para trazer as nossas ansiedades, as nossas expectativas”.
Assessor regional do CREA-RJ no Sul Fluminense, Itamar Lima, em suas andanças pela região e em conversas com os estudantes e profissionais locais também tem percebido um anseio por uma infraestrutura melhor, ao mesmo tempo tem recebido elogios pela atuação do Conselho.
“Os profissionais da região têm elogiado muito o Crea Aqui, vendo o evento como uma forma de valorização profissional”.
O inspetor de Valença, engenheiro florestal Vagner Luiz, destaca outras vocações locais, com mercado de trabalho para diversos profissionais.
“A região do Médio Paraíba do Sul, composta por inúmeros municípios que margeiam a nossa bacia do Rio Paraíba, é uma região realmente muito diversificada. Nós temos aqui um polo industrial muito grande, mas, é importante ressaltar a vocação agropecuária, tendo em vista que nós temos vários municípios com produção do leite e arranjos produtivos locais, a questão hoje da valorização do café e do queijo, é uma região realmente muito diversificada para diversos pontos da Engenharia, da Agronomia e das Geociências.”
Engenharia Pública e valorização profissional
A engenheira civil Ana Paula Masiero, diretora administrativa da Mútua/RJ, ressaltou a relevância da Engenharia Pública neste debate do desenvolvimento das cidades.
“É um prazer estar participando deste primeiro encontro. Tenho certeza que daqui sairão ótimas proposições para pensarmos no desenvolvimento das nossas cidades, que é o tema do CEP e do CNP este ano. Quero chamar atenção para a importância da Engenharia Pública no pensar das cidades e no pensar do atendimento das necessidades básicas da nossa sociedade. A gente sabe que a Engenharia Pública funciona como uma mola propulsora, que acaba fomentando todo desenvolvimento da cadeia produtiva, e o quanto as políticas públicas são importantes para que efetivamente a gente consiga construir cidades mais resilientes”.
Vice-presidente do Senge/VR, que representou a presidente Neide Aparecida dos Santos, que estava em viagem de trabalho, o engenheiro eletricista Fernando Elias Vieira Jogaib sublinhou a importância da valorização profissional.
“Quero chamar a atenção para a importância desses encontros para a valorização da nossa classe. Não existe nada no mundo que não tenha a Engenharia embarcada. Então, o país não pode se desenvolver sem engenheiros. Hoje nós temos uma preocupação muito grande em relação ao piso salarial do engenheiro. Nós temos que nos movimentar, temos que nos unir, fazer alguma mobilização, porque senão daqui a 5, 10 anos, não teremos mais engenheiros nesse país, teremos que importar mão de obra”
Cerca de 60 pessoas compareceram ao evento, entre profissionais, conselheiros, inspetores e assessores. Da COR - Comissão Organizadora do 12º CEP compareceram, além do coordenador Alberto Balassiano, os membros Iara Nagle e Milton Neves e ainda os apoios Rodrigo Machado, Roberto Carvalho e Sheila Aparecida de Oliveira.
Convite aos profissionais
A engenheira civil Iara Nagle, conselheira do Crea-RJ e membro da Comissão Organizadora do 12º CEP, convidou os profissionais do Sistema a participarem dos próximos encontros microrregionais.
“Nossas cidades enfrentam muitos desafios e podemos contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade. É uma oportunidade para apresentarmos e discutirmos as nossas propostas. A nossa voz importa”
Os conselheiros Antonio Carlos Soares Pereira, Bernardo Gomes, Janaína Oliveira, José Eduardo Ribeiro de Carvalho, Luiz Antonio Cosenza, Milton Neves e Teneuza Cavalcanti também marcaram presença. Assim como os seguintes inspetores: de Paraty, Walcymar Cunha e Romualdo Neto; de Itatiaia, Carine Sampaio; de Quatis, Edilson Catete; de Barra do Piraí, Marcos Antônio Ribeiro; e de Volta Redonda, Thamires Galantini e Antônio Espíndola. O procurador geral do CREA-RJ, Rodrigo Bayer também prestigiou o evento.
O conselheiro Antonio Carlos Pereira Soares, mais conhecido como Tonhão, que também é da AEVR, contribuiu com ideias e interagiu bastante com os profissionais.
“Foi uma grande satisfação participar deste encontro em Volta Redonda. Foi uma oportunidade ímpar poder discutir, apresentar e deliberar propostas para o fortalecimento do nosso Sistema. Foi muito bom encontrar os colegas. E espero que os profissionais do Rio de Janeiro se dediquem a participar dos próximos encontros. Será muito gratificante”.
Ganhou destaque a presença da jovem profissional Esther Souza Silva, recém-formada em Engenharia de Produção, moradora de Barra Mansa, que após receber a divulgação do evento por e-mail, viajou até Volta Redonda para prestigiar o encontro. "Vim para conhecer melhor o CREA-RJ, os profissionais, fazer networking e entender como posso contribuir para melhorar o nosso setor", disse a jovem, que foi muito bem recebida pelos profissionais mais experientes, prestou bastante atenção a todo evento, conversou com o presidente Miguel Fernández e acabou sendo eleita delegada.
Balanço do evento
Ao final, o presidente do CREA-RJ fez uma avaliação do primeiro encontro microrregional.
“Primeiro quero agradecer à AEVR, entidade registrada no Crea-RJ, por estar abrindo a sua linda sede. Foi uma participação recorde, eu estou muito feliz em ver essa preocupação dos nossos profissionais, discutindo os temas relacionados à realidade das nossas profissões, principalmente no que se refere às questões das cidades, que é um tema, talvez, da maior relevância para a maior parte da população do Brasil e está cada vez mais se acentuando nas grandes dificuldade relacionadas às questões do saneamento, da mobilidade, questões ambientais, então, todos eles estão sendo abordados e aqui foi um riquíssimo debate com profissionais da nossa região aqui do médio paraíba. Estou muito feliz de ver que a coisa vem evoluindo de forma positiva na capacidade de representatividade no nosso CREA-RJ”
O encontro de Volta Redonda elegeu 16 delegados e reuniu propostas, que, após sistematizadas, serão levadas ao Congresso Estadual de Profissionais.
Próximos encontros
Após o Congresso Estadual de Profissionais, as propostas consolidadas serão levadas ao Congresso Nacional de Profissionais (CNP), que acontece em outubro no Espírito Santo, promovendo a participação ativa dos profissionais das áreas tecnológicas no desenvolvimento de políticas públicas e estratégias para o setor.
Os próximos encontros microrregionais acontecerão em Itaperuna, Campos dos Goytacazes, Macaé, Nova Iguaçu, São Pedro D’Aldeia, Nova Friburgo, Maricá e Rio de Janeiro.
Inscreva-se no site: www.crea-rj.org.br/12cep