O presidente da Aenfer, engenheiro eletricista Marcelo Freire da Costa, abriu as comemorações. “No decorrer destes 170 anos tivemos muitas vitórias, mas também foi muito difícil. A ferrovia nesses últimos anos atravessa um momento crucial. Ela está numa encruzilhada e nós temos que olhar para frente. Nós temos que olhar que é importante a inovação tecnológica para trazer a ferrovia de novo para perto da população”.
Representando o presidente do Crea-RJ, engenheiro civil Miguel Fernández, que estava cumprindo outra agenda, compareceu ao evento o 1º vice-presidente, engenheiro de produção Alberto Balassiano. “A ferrovia é um modal muito importante para o nosso país, embora ele não esteja tão desenvolvido quanto a gente gostaria. Por isso é importante estarmos prestigiando aqui esta solenidade”.
Além de Balassiano, do Crea-RJ também estiveram presentes o diretor Alexandre Almeida e os conselheiros Licinio Machado, Therezinha Magalhães e Lilian Borges.
“A rede ferroviária ajudou muito no desenvolvimento do país, levando tanto riquezas, distribuindo mercadoria e até, na época, numa data mais longínqua, até de trem que fazia o pagamento no interior do país”, lembra Lilian Borges.
O conselheiro Licínio Machado, que fez parte da Comissão de Mobilidade Urbana do Crea-RJ, afirma: “Sem trilho, a gente nunca vai conseguir resolver o problema dos transportes. Então, vamos mudar essa tendência, a do rodoviarismo, e criar mais transporte ferroviário para que todos possam viver melhor aqui no Rio de Janeiro’.
Para a conselheira Therezinha Magalhães, engenheira ferroviária de carreira, a situação do transporte ferroviário no Rio de Janeiro é muito triste. “Aqui foi muito sucateado e nós esperamos que tanto a parte de carga quanto a de transporte de pessoas melhore”.
Ao longo da celebração, que contou com a participação do grupo vocal Som Bonde Carioca, ex-presidentes da Aenfer receberam medalhas comemorativas pelos 70 anos de ferrovia no Brasil.
Ferroviários apaixonados tinham muitas histórias para contar e fizeram questão de dar seu depoimento, como a presidente da Federação das Associações de Engenheiros Ferroviários, Clarice Soraggi. “Os exemplos dos que passaram e deixaram nos trilhos, nos ferros, as suas marcas de trabalho, nos dá a certeza de que não foi em vão e que enquanto tivermos a vida, a vida será através dos nossos trilhos”.
Ex-presidente da Aenfer, Ruben Eduardo Ladeira, também deu a sua fala. “Eu, realmente, tenho uma paixão muito grande pela ferrovia, mas espero que a iniciativa privada desenvolva a ferrovia porque é o modal mais importante para transporte não só de passageiros como também de carga”.
Ex-ferroviário, escritor e associado da Aenfer, Mauricio Fernandes Gomes de Souza declarou seu amor pela ferrovia. “A ferrovia fez parte da minha vida e como tal ela está dentro de mim. E para o país, considero ser vital”.
Associado mais jovem da Aenfer, o engenheiro do Metrô Rio Henrique Carou faz parte da nova geração de ferroviários. “Sou dessa turma que está chegando para render a turma que já fez tanta coisa nessa ferrovia. Nós esperamos fazer a ferrovia e o Brasil se desenvolverem em cima dos trilhos”.
O vice-presidente técnico, cultural e de preservação da memória ferroviária da Aenfer, Helio Suêvo, acredita na retomada da ferrovia no Brasil: “Além de muita luta e muito empenho, nós esperamos e estamos ansiosos para que o governo brasileiro defina a retomada do desenvolvimento da ferrovia no Brasil. Por isso a gente precisa muito do apoio político e, principalmente, da mobilização da sociedade civil”.
Ao final da cerimônia, o presidente da Aenfer descerrou a placa comemorativa alusiva aos 170 anos da ferrovia no Brasil. Foi um dia de reencontros, comemoração e muita emoção.
A Aenfer
Com 87 anos de história, a origem da Aenfer é a Associação de Engenheiros da Estrada de Ferro Central do Brasil – AECB, que foi fundada em 19 de junho de 1937. Em 26 de março de 1992, juntando-se a outras associações de engenheiros – Administração Geral da Rede Ferroviária Federal, AEAG e Companhia Brasileira de Trens Urbanos, AECBTU – deu origem à Aenfer.
Desde o princípio, seu quadro associativo esteve aberto a todos os ferroviários: inicialmente aos da Estrada de Ferro Central do Brasil e, posteriormente, no período AENFER, aos ferroviários de todo o Brasil. Sempre esteve presente na defesa da classe ferroviária, dos destinos da ferrovia nacional e da preservação de sua memória histórica.
Participa ativamente no Crea-RJ, onde ocupa uma cadeira no Plenário da Câmara Especializada de Engenharia Civil, com um representante e um suplente.