A convite da presidente da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (Seaerj), a arquiteta Maria Isabel Tostes, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), engenheiro Miguel Fernández, foi um dos conferencistas do seminário “Infraestrutura, Arquitetura e Engenharia Públicas”, realizado nesta quinta-feira, dia 5, na Seaerj. Em 2025, a Seaerj completará 90 anos de atividades. Foi fundada em 1935 pelo engenheiro Edson Passos. O presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian, foi à Seaerj para assistir ao seminário.
O presidente do Crea-RJ apresentou um retrospecto dos 90 anos do Conselho, registrados em junho deste ano, no qual destacou a importância da cidade do Rio de Janeiro como berço da engenharia nacional.
“Aqui em nossa cidade foram criadas a Escola Politécnica da UFRJ, a mais antiga escola de engenharia das Américas, fundada em 1792; e o Clube de Engenharia, entidade precursora do Sistema Confea/Crea fundada em 1880”, lembrou Fernández, acrescentando que são instituições que são motivo de orgulho para a engenharia brasileira.
Fernández lembrou também que, além de se notabilizar como berço da engenharia nacional, o Rio de Janeiro sedia a maior empresa de engenharia do país, a Petrobras, que é também a maior empresa nacional com valor de mercado de R$ 535 bilhões, em setembro deste ano. Presidida pela engenheira Magda Chambriard, a Petrobras oferece salário médio de R$ 13 mil por mês a engenheiros, o que representa 82% acima da média nacional.
O presidente do Crea-RJ observou que o Estado do Rio tem vários pólos industriais e que a cidade do Rio sempre sediou grandes empresas de Engenharia, “mas agora precisa resgatar os sinais desse protagonismo”. Fernández lembrou que o Crea tem registrados 110 mil profissionais e 20 mil empresas, mas que esse número é inferior a todo o potencial do estado que sedia o terceiro maior Crea do país, após São Paulo e Minas Gerais.
Em sua palestra realizada na sede da Seaerj, onde foi construída a primeira estação de esgoto do Brasil, em 1864, no bairro da Glória, o presidente do Crea destacou a importância da atuação da fiscalização do Conselho. Como exemplo, citou o caso da denúncia recebida pelo Crea das péssimas condições de uma ponte em Niterói, que ameaça desabar. O presidente lembrou que após a denúncia feita pelo Crea, a prefeitura de Niterói informou que vai investir R$ 21 milhões para obras de reforma da ponte.
O seminário teve também a conferência do conselheiro do Crea-RJ, Mathusalécio Padilha, que falou sobre a Engenharia de Segurança do Trabalho, uma de suas especialidades. Padilha destacou que “segurança do trabalho e saúde ocupacional são áreas fundamentais para garantir o bem-estar dos trabalhadores e promover um ambiente laboral saudável e seguro". Ele lembrou que só no ano passado o país registrou 499.995 acidentes de trabalho, com 2.888 óbitos.