Crea-RJ presta esclarecimentos aos parentes de jovem que morreu no Riocentro

Assessorado por uma equipe multidisciplinar, o chefe de gabinete da presidência do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), Rodrigo Machado, recebeu na sexta-feira passada, dia 7 de junho, parentes do jovem João Vinícius Ferreira Simões, de 25 anos, que sofreu um choque e morreu depois de encostar num food truck durante forte chuva no festival de música “I Wanna Be Tour”, na madrugada do dia 10 de março passado, no Riocentro, na Zona Oeste do Rio.

 

A mãe da vítima, Roberta Isaac Ferreira, é a segunda da esquerda para a direita. Em primeiro plano, Rodrigo Machado, chefe de gabinete da Presidência, e Cosme Chiniara gerente de fiscalização do CREA-RJ

 

Realizada na sede do Crea-RJ, no Centro do Rio, a audiência foi solicitada pela mãe do jovem, Roberta Isaac Ferreira, que havia enviado e-mail pedindo informações sobre o andamento da fiscalização feita pelo Crea-RJ. Depois de manifestar condolências a Roberta Ferreira, Rodrigo Machado destacou que “a atual gestão do Crea-RJ é comprometida com a missão de proteger a sociedade” e por isso mesmo criou uma comissão de fiscalização de grandes eventos, que já atuou também no desfile das escolas de samba e no show de Madonna. Além de Machado, participaram da reunião o gerente de fiscalização do Crea-RJ, Cosme Chiniara; procuradora-geral do Crea, Karen Cristina; e a representante da Ouvidoria, Jacqueline Frinhani.

Após a reunião, Roberta Isaac Ferreira, a mãe do rapaz, enviou e-mail à Ouvidoria do Crea-RJ, agradecendo pela atuação da fiscalização do Conselho:

“A atuação rápida e eficiente de todos os envolvidos foi crucial para assegurar que os padrões éticos e profissionais da engenharia fossem mantidos. Agradeço pelo compromisso do CREA em zelar pela integridade e pela qualidade dos serviços prestados à sociedade.
A fiscalização e a subsequente apuração dos fatos não só reforçaram a confiança na profissão, mas também serviram como um lembrete importante da responsabilidade que cada profissional de engenharia tem perante a sociedade”, afirmou Roberta.

Desde que o episódio veio a público, a Gerência de Fiscalização do Crea-RJ tem feito intenso trabalho com levantamento de informações sobre a situação das empresas e profissionais de engenharia envolvidos no caso. O Crea-RJ verificou a contratação de oito empresas que atuaram no evento, assim como oito responsáveis técnicos. Esses profissionais registraram um total de nove Anotações de Responsabilidade Técnica (ART).

A fiscalização produziu um relatório de 82 páginas, que tem anexado o relatório da perícia de local feita pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli, que apontou falhas nas instalações elétricas em caixas subterrâneas usadas para a passagem de cabos e num trailler, onde a vítima levou o choque.

A fiscalização constatou também que o engenheiro responsável pelas instalações elétricas é o mesmo que seria responsável pelo aterramento elétrico, que tem a função de proteger o usuário do equipamento das descargas atmosféricas. Este profissional de engenharia tem registro no Crea-SP, e é um dos 13 indiciados pelo inquérito da Polícia Civil. Se a Câmara de Engenharia Elétrica encaminhar o caso para a Comissão de Ética, a infração prevê punições que vão da censura reservada até a cassação do registro profissional.

“A Fiscalização do Crea-RJ conseguiu reunir toda a documentação solicitada pela Câmara Especializada em Engenharia Elétrica, produzindo um relatório que foi enviado à própria câmara. Neste momento, a Câmara vai analisar se encaminha ou não o caso à Comissão de Ética do Crea”, destacou o gerente da fiscalização do Crea-RJ, Cosme Chiniara, acrescentando ter obtido todos os elementos necessários para balizar a análise da Câmara de Engenharia Elétrica.Cosme Chiniara observou também que “o caso contribuiu para tornar mais rigorosa a fiscalização dos grandes eventos, especialmente quanto à responsabilidade técnica relacionada às instalações elétricas e de aterramento”.

O gerente da fiscalização do Crea-RJ afirmou também que o episódio comprova a importância em “haver uma fiscalização atuante e que seja capaz de rastrear os responsáveis e assim garantir a proteção da sociedade e o exercício legal da profissão”.

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