Diálogo e formação de parcerias são principais marcas da atual gestão do Crea-RJ, que completa seis meses

Equipe da Fiscalização do Crea-RJ em ação no Sambódromo do Rio de Janeiro

 

Com mestrado em Engenharia Urbana pela UFRJ, o engenheiro civil Miguel Fernández tem estabelecido à frente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) uma estratégia de construção de “pontes” – muito diálogo e parcerias – com o principal objetivo de inserir a entidade no contexto político e socioeconômico do Rio de Janeiro, valorizando os profissionais de Engenharia, Agronomia e Geociências onde quer que eles estejam. A gestão de Miguel Fernández, iniciada em janeiro deste ano, completou seis meses esta semana, marcada pela renovação e a criação de mecanismos que incentivam o exercício legal da profissão. 

Eleito com 3.643 votos na primeira eleição on-line do Sistema Confea/Crea e Mútua, Miguel Fernández reuniu uma equipe multidisciplinar de profissionais que estão dedicados à inovação no momento em que o Crea-RJ completa 90 anos de prestação de serviços aos profissionais e à sociedade. Empenhado em projetos inéditos como a digitalização dos processos do Crea-RJ, a gestão de Miguel Fernández já se destaca com uma lista de realizações, baseada nas propostas que fez durante a eleição para o Conselho.

Acordos de Cooperação Técnica

Fernández começou o ano dando o tom de sua administração, quebrando tabus, ao levar o Crea-RJ a se reaproximar dos arquitetos que criaram seu próprio Conselho em 2010. Em janeiro, ele assinou um Acordo de Cooperação Técnica com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio (CAU/RJ), alinhado com o presidente Sydnei Menezes, com o principal objetivo de aprimorar práticas de fiscalização conjunta, que obtêm resultados mais efetivos. Os dois conselhos também firmaram acordo com o Conselho Regional dos Técnicos (CRT). Essa parceria resultou num trabalho inédito de fiscalização conjunta, que atuou no show da Madonna, que reuniu mais de 1 milhão de pessoas na Praia de Copacabana.

Os acordos de cooperação estão também produzindo resultados com o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj), o Ministério Público Estadual e a prefeitura de Casimiro de Abreu. Está em andamento a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria Estadual de Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros.

Em reunião no Quartel Central do Corpo de Bombeiros, no dia 7 de maio, Miguel Fernández, e o secretário estadual de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Leandro Monteiro, concordaram em fazer uma parceria por meio de um termo de cooperação técnica entre as duas entidades para atuarem na fiscalização de forma conjunta. O secretário Leandro Monteiro colocou à disposição do Crea-RJ a estrutura do Corpo de Bombeiros, que inclui até helicópteros, para o Conselho fiscalizar o exercício ilegal da profissão de engenheiro.

 

Representantes do Crea-RJ recebem a mãe do jovem que morreu eletrocutado num festival de música na Barra da Tijuca, em março deste ano

 

Fiscalização de megaeventos

A parceria com os bombeiros será essencial para outra iniciativa já bem-sucedida, que foi a criação da Equipe de Megaeventos. Com 55 agentes, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) atuou na fiscalização de 103 eventos este ano, entre os quais o desfile das escolas de samba do Grupo Especial e o show de Madonna. A função principal da fiscalização do Crea é coibir o exercício ilegal da profissão. Com isso, o Crea-RJ contribui com a sociedade ao reduzir os riscos nos eventos. Ao levantar as empresas e profissionais encarregados dos serviços de Engenharia, o Crea permite que as autoridades possam rastrear mais facilmente os responsáveis técnicos pelos eventos e, desse modo, estabelecer a responsabilidade por eventuais falhas.

O trabalho da fiscalização foi reconhecido também por uma mulher que perdeu o filho, João Vinícius Ferreira Simões, de 25 anos, vítima de um choque elétrico ao tocar num trailer sem aterramento no festival de música “I Wanna Be tour”, no Riocentro, na Barra da Tijuca, na madrugada de 10 de março. Roberta Isaac Ferreira, a mãe da vítima, procurou a Ouvidoria do Crea-RJ e conseguiu se reunir com representantes da Presidência do Crea-RJ, que prestou a ela os esclarecimentos do trabalho da fiscalização e as etapas que seguem para que o profissional seja eventualmente submetido a julgamento pela Câmara de Engenharia Elétrica. 

“A atuação rápida e eficiente de todos os envolvidos foi crucial para assegurar que os padrões éticos e profissionais da Engenharia fossem mantidos. Agradeço pelo compromisso do Crea em zelar pela integridade e pela qualidade dos serviços prestados à sociedade. A fiscalização e a subsequente apuração dos fatos não só reforçaram a confiança na profissão, mas também serviram como um lembrete importante da responsabilidade que cada profissional de Engenharia tem perante a sociedade”, afirmou Roberta Isaac, por meio de um e-mail enviado à Ouvidoria do Crea-RJ.

Melhoria dos serviços

A Central de Relacionamento Crea-RJ unificou todos os canais de atendimento (telefone, WhatsApp, chat e e-mail), ampliando o horário em duas horas de segunda a sexta. O horário de atendimento agora é realizado das 9h às 17h. Em seis meses, houve um total de atendimentos de 23.045 (presencial), 19.002 (telefone) e 10.512 (chat/WhatsApp). Só em atendimento telefônico houve crescimento de 31,25% em relação ao mesmo período do ano passado. A Central conseguiu também reduzir de 48 horas para 24 horas o prazo de resposta por e-mail. Até maio deste ano, a nota do Crea-RJ no Reclame Aqui passou de 7,1 para 7,8.

A emissão de CAT (Certidão de Acervo Técnico) também registrou aumento no primeiro semestre deste ano, superando em 60% o número no mesmo período do ano passado. Houve também acréscimo de 15% de pedidos em relação a 2023. 

A Ouvidoria do Crea-RJ registrou, de janeiro a junho deste ano, um total de 1.551 atendimentos, dos quais a grande maioria (1.186) das demandas tem origem profissional. A terça parte do total de demandas foi concluída na hora e 324 levaram pelo menos 15 dias, por serem mais complexas.

“A Ouvidoria do Crea-RJ funciona como a última instância de atendimento ao usuário. A porta de entrada é o Atendimento do Crea-RJ. Depois, não sendo atendido na sua demanda naquele momento, o usuário recorre à Ouvidoria para que nós atendamos o mais rápido possível. Nós recebemos a demanda, a analisamos e encaminhamos para a área correspondente a fim de que eles sejam atendidos o mais rápido possível”, afirma o ouvidor do Crea-RJ, engenheiro civil Lucio Bandeira.

Comunicação 

Desde a campanha eleitoral, o presidente do Crea-RJ, Miguel Fernández, destacou que o Conselho precisa se comunicar de modo mais eficaz com os associados e com a sociedade. Autor do podcast Inova Rio, Fernández observa que as engenharias sempre foram pouco eficientes na comunicação. Por isso, ele considera importante investir na melhoria da comunicação com os profissionais e a sociedade. Dentro dessa estratégia, Fernández conseguiu espaço nas mídias impressa e eletrônica para apresentar seus planos e também contribuir para uma fiscalização mais ativa do exercício ilegal da profissão. 

“Em apenas seis meses, o Crea-RJ ganhou uma visibilidade maior do que a obtida nos últimos  anos”, afirmou Miguel Fernández, ressaltando que a comunicação é essencial para construir o diálogo entre o Crea-RJ, seus parceiros e toda a sociedade.

Por meio da Assessoria de Marketing e Comunicação (Amac), o Crea-RJ desenvolveu várias campanhas bem-sucedidas, entre as quais a inserção na televisão aberta de vídeo institucional anunciando as comemorações dos 90 anos do Conselho. Outra campanha que deu certo, em parceria com o Confea, foi a apresentação da oferta aos profissionais de acesso gratuito e ilimitado à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que acontece desde maio. Com essa campanha, o link da ABNT já teve mais de 4.100 acessos. 

Denúncia de poluição ambiental

O presidente do Crea-RJ participou de inspeções técnicas como a do local onde houve vazamento de tolueno, em Guapimirim, denunciando o desastre ambiental que acabou prejudicando o abastecimento de água de cerca de 2 milhões de pessoas, no Sistema Imunana-Laranjal.

Uma semana depois que o presidente do Crea esteve no ponto zero de contaminação, no Rio Guapiaçu, conforme foi publicado na coluna de Ancelmo Gois e no site do Crea-RJ, a reportagem da TV Globo foi ao local, acompanhando técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A reportagem teve grande repercussão, com depoimento de Fernández.

A convite da Fundação Getúlio Vargas, o presidente do Crea-RJ participou, ao lado de autoridades estaduais, do seminário  “Cidades Resilientes: Gestão de Riscos e Sustentabilidade”, realizado no dia 24/06. Após agradecer o  convite feito pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade e Gestão de Riscos (CESGRi), da FGV, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), engenheiro Miguel Fernández, defendeu um plano de ação com equipes treinadas, da ponta até a recuperação emergencial, para os governos e sociedade lidarem com os eventos climáticos extremos.

Novo Crea Júnior: o futuro é agora

A atual gestão do Crea-RJ reformulou o Crea Júnior, que tem a missão de preparar os estudantes para o mercado de trabalho. No Crea-RJ, o programa foi criado há 19 anos pelos então estudantes de Engenharia da UFRJ, Miguel Fernández, e da Uerj, Guilherme Neto. Dezenove anos depois, eles se reencontram no Crea-RJ para apresentar um novo Crea Júnior.

“Quando participamos da criação do Crea Júnior, naquela época chamado de Crea Estudante, profetizaram que daquele grupo sairia um presidente do Crea-RJ. Agora, quem profetiza sou eu: desse grupo de estudantes vai sair um presidente do Crea; espero que daqui saiam também as propostas mais loucas da nossa gestão. Vocês vão oxigenar o Sistema”, afirmou Miguel Fernández, entusiasmado em ver a participação dos jovens em reunião no auditório da sede do Crea-RJ, no dia 26 de junho.

Diálogo aberto com os empresários

Pela primeira vez em sua história, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) criou um canal de comunicação com o segmento empresarial. Fernández liderou no dia 25 de junho o café empresarial que reuniu representantes de entidades e empresas de Engenharia. O Crea-RJ reúne cerca de 110 mil profissionais do setor das engenharias e geociências, além de 20 mil empresas.

“Essa aproximação do Crea-RJ com o setor empresarial é muito importante. Nós dependemos do Crea, o Crea depende da gente. A gente tem que unir forças. Esse é o primeiro encontro; vários outros vão acontecer, a gente assim espera, para melhorar a situação das empresas e do Crea também”, afirmou o presidente do Fórum Setorial da Construção Civil da Firjan, empresário Marcelo Dias Kaiuca.

Diálogo e formação de parcerias são principais marcas da atual gestão do Crea-RJ, que completa seis meses