Autor: Crea-RJ
Parabéns ao município de Casimiro de Abreu, 165 anos!
A história do município de Casimiro de Abreu está diretamente ligada à criação, em 1502, da feitoria de Cabo Frio pela expedição comandada por Américo Vespúcio. Em apoio à ela, foram criadas no ano de 1616 a Aldeia de São Pedro e a sesmaria de Campos Novos, entre São Pedro e o Rio Peruíbe, atual Rio São João.
Em 1740, foi ocupada a área onde se encontra Aldeia Velha, hoje distrito de Silva Jardim. A sede da Freguesia foi oficialmente transferida para a Barra do Rio São João em 1801, onde se ergueu a matriz da Sacra Família. Somente em 1813 foi criado o município de Macaé, abrangendo a aldeia de Barra de São João, Leripe (Rio das Ostras), Indaiaçu (Casimiro de Abreu) e Vila de Capivary (Silva Jardim).
Em 1839, Casimiro José Marques de Abreu nasce em uma residência, onde funcionava um trapiche onde comercializava e exportava diversos produtos para o Rio de Janeiro, inclusive produtos agrícolas.
Em 1846, a região foi elevada à categoria de vila, com a denominação de Barra de São João. O município teve regular desenvolvimento da agricultura, mas com a Lei da Abolição dos Escravos, Barra de São João também sofreu um declínio notável na sua produção.
Em 31 de março de 1938, o município de Barra de São João teve o seu nome alterado para Casimiro de Abreu e a casa onde residiu o poeta Casimiro de Abreu foi doada ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, em 18 de setembro de 1958, para ali ser instalada uma Casa de Cultura em homenagem ao poeta.
Com a emancipação de Rio das Ostras em 1992, Barra de São João tornou-se o único pedaço de litoral do município de Casimiro de Abreu.
O Crea-RJ parabeniza Casimiro de Abreu por seus 165 anos, celebrando todos os profissionais do Sistema Confea/Crea que atuam no município, trabalhando pelo desenvolvimento da região!
Fonte: Prefeitura Municipal de Casimiro de Abreu
Setembro Amarelo 2024: se precisar, peça ajuda! Ligue 188
O dia 10 de setembro é oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, trouxe a data para o calendário nacional, divulgando e conquistando parceiros em todo o Brasil. Em 2024, o tema é “Se precisar, peça ajuda!”, mas as diversas ações que já estão sendo desenvolvidas, seguem durante todos os outros meses.
Ao longo dos anos, tem sido possível observar uma evolução na conscientização da sociedade como um todo em relação ao assunto, com quebra de tabus e a abertura para se conversar abertamente sobre suicídio em diferentes ambientes sociais, como dentro da família, nas empresas, imprensa e poder público.
No mundo, uma em cada cem mortes é por suicídio!
Dados da Organização Mundial da Saúde - OMS mostram que, embora os números de suicídio estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas estão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde divulgado pelo Ministério da Saúde, em setembro de 2022, entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil. 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio, no país.
As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil). Atualmente, apenas 38 países são conhecidos por terem uma estratégia nacional de prevenção do suicídio.
Esteja aberto a ajudar
O tema ainda é visto como tabu. É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda.
Se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. É muito importante que as pessoas próximas saibam identificar que alguém está pensando em se matar e a ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está disponível para ajudar e demonstrar empatia, mas principalmente levando-a ao médico psiquiatra, que vai saber como manejar a situação e salvar esse paciente.
Movimento no Brasil
O Centro de Valorização da Vida - CVV é parte fundamental desse processo. Uma das ONGs mais antigas do país, fundada em São Paulo em 1962, atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio por meio do telefone 188, e também por chat, e-mail e pessoalmente.
Hoje, 3,5 mil voluntários, em cerca de cem postos, prestam serviço voluntário e gratuito 24 horas por dia, nos 365 dias do ano, aos que querem e precisam conversar sobre seus sentimentos, dores e descobertas, dificuldades e alegrias. De forma sigilosa e sem julgamentos, o voluntário do CVV busca ouvir aquele que liga com profundo respeito, aceitação, confiança e compreensão, valorizando a vida e, consequentemente, prevenindo o suicídio
Após a implantação do telefone 188, em 2015, por meio de acordo com o Ministério da Saúde que garante gratuidade da tarifação telefônica, já foram registrados cerca de 3 milhões de atendimentos por ano.
Todas as formas de acesso podem ser conferidas no site www.cvv.org.br, onde também é possível se informar sobre o Posto CVV mais próximo e como se tornar voluntário.
Dia da Independência do Brasil
No dia 7 de setembro comemoramos o Dia da Independência do Brasil.
Há 202 anos, em 1822, Dom Pedro de Alcântara de Bragança, então príncipe regente do Brasil, proferiu o célebre grito “Independência ou Morte”, conhecido como o “Grito do Ipiranga”, às margens do Rio com o mesmo nome, em São Paulo.
O Dia da Independência do Brasil celebra a emancipação do povo brasileiro do Reino de Portugal, tornando-se uma nação independente, e não mais um estatuto colonial.
O processo da Independência
A chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808 trouxe transformações significativas, como a abertura dos portos ao comércio estrangeiro e o desenvolvimento econômico.
No entanto, também gerou insatisfação, manifestada na Revolução Pernambucana de 1817 e na Revolução Liberal do Porto de 1820, que forçou D. João VI a retornar a Portugal e seu filho, D. Pedro de Alcântara de Bragança, a tornar-se príncipe regente do Brasil.
Durante a regência de D. Pedro, as cortes portuguesas tomaram medidas impopulares, como a tentativa de transferir instituições brasileiras para Portugal e exigir o retorno do príncipe à sua terra natal. Isso gerou resistência no Brasil e fortaleceu o movimento pela independência.
Em janeiro de 1822, um documento com mais de 8 mil assinaturas exigiu que D. Pedro permanecesse no Brasil, e ele teria declarado: “Como é para bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto; diga ao povo que fico.”
O processo de independência culminou no dia 7 de setembro de 1822, quando D. Pedro declarou a independência do Brasil às margens do Rio Ipiranga. Embora a independência tenha sido proclamada nesta data, o processo se estendeu com uma guerra de independência e a posterior aclamação e coroação de D. Pedro I como imperador do Brasil.
O Crea-RJ comemora a Independência do Brasil, assim como a luta pela democracia, em prol de um país mais justo e igualitário.
Confira o vídeo
Museu de Arte Contemporânea de Niterói comemora 28 anos
O Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC), projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, é uma das obras mais emblemáticas da arquitetura contemporânea no Brasil. Inaugurado em 2 de setembro de 1996, o museu se destaca por sua arquitetura futurista e localização privilegiada no Mirante da Boa Viagem, em Niterói, Rio de Janeiro.
Atual símbolo da cidade, a história do MAC começa na década de 1990, quando Niterói buscava revitalizar sua imagem cultural e se tornar um ponto de referência para a arte moderna e contemporânea. A escolha de Oscar Niemeyer para projetar o museu foi estratégica, uma vez que ele já era uma figura proeminente na arquitetura mundial, reconhecido por suas formas orgânicas e pelo uso ousado do concreto.
A forma do MAC lembra uma flor, ou uma nave espacial, flutuando sobre uma pedra que avança para o mar. Construído com um espelho d’água ao seu redor, ele ganha ainda mais leveza, e sua grande rampa externa de concreto, com piso vermelho, conduz o visitante aos pavimentos superiores do Museu, com vista panorâmica de 360 graus para a Baía de Guanabara e as cidades do Rio de Janeiro e de Niterói. O MAC abriga a Coleção João Sattamini, uma das mais importantes coleções de arte contemporânea do país.
A estrutura do MAC é uma forma de disco suspenso sobre um pedestal que se destaca contra o cenário da Baía de Guanabara e do Pão de Açúcar. Essa forma fluida e futurista é um exemplo da capacidade de Niemeyer de integrar arte e arquitetura, criando um espaço que provoca tanto a interação do público quanto a contemplação das obras expostas. O museu possui grandes janelas que oferecem vistas panorâmicas, unindo a experiência artística com a beleza natural ao redor.
A construção, entretanto, apresentou grandes desafios. O terreno escolhido exigiu um estudo cuidadoso, dado que a área estava sujeita a condições geográficas e climáticas complexas. Além disso, a necessidade de unir estética e funcionalidade, garantindo que a estrutura suportasse as obras de arte e resistisse ao tempo, exigiu inovações técnicas na Engenharia.
O financiamento da obra envolveu parcerias entre os governos municipal, estadual e federal, além de total apoio de patrocinadores privados. A execução do projeto trouxe ainda desafios relacionados ao planejamento e ao cronograma de entrega, algo comum em grandes obras desse porte.
Após sua inauguração, o MAC se estabeleceu como um pólo artístico vital, abrigando exposições de artistas contemporâneos brasileiros e internacionais. O espaço cultural se tornou um local de encontros, debates e reflexões sobre a arte moderna, consolidando-se na paisagem cultural de Niterói e do Brasil.
Projeto e concepção
A ideia de construir o MAC surgiu do então prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, que convidou o arquiteto para criar um espaço dedicado à arte contemporânea. Niemeyer, conhecido por suas formas ousadas e inovadoras, projetou o museu como uma estrutura circular, que lembra um disco voador ou um cálice, com 16 metros de altura, uma cúpula com 50 metros de diâmetro, um espelho d’água de 817 metros quadrados de superfície e 60 centímetros de profundidade, tudo em uma área construída de 3,4 mil metros quadrados.
Desafio Estrutural
Um dos maiores desafios foi a construção da estrutura circular em um terreno rochoso e inclinado. Para resolver isso, foi necessário um trabalho de Engenharia complexo, que incluiu a criação de uma base sólida e o uso de concreto armado para garantir a estabilidade do edifício. O engenheiro estrutural responsável pelo Museu de Arte Contemporânea de Niterói foi Bruno Contarini, que trabalhou em colaboração com Oscar Niemeyer em diversos projetos, trazendo sua expertise para garantir a estabilidade e a segurança das estruturas inovadoras projetadas por ele.
Além das toneladas de aço que foram empregadas na estrutura para garantir a resistência e a durabilidade, foram utilizados aproximadamente 3,2 milhões de metros cúbicos de concreto, quantidade que seria suficiente para construir um prédio de 10 andares.
Outro desafio foi a resistência aos ventos fortes da região. A estrutura foi projetada para suportar ventos de até 200 km/h, e os vidros inclinados a 40 graus foram fabricados especialmente para o projeto. Niemeyer também se preocupou em integrar o museu à paisagem natural. O espelho d’água na base do museu reflete o mar e as montanhas ao redor, criando uma continuidade visual entre a construção e a natureza.
O MAC não é apenas um espaço para exposições de arte contemporânea, mas também uma obra de arte em si e o Crea-RJ parabeniza todos os envolvidos desde o projeto e execução à manutenção e curadoria, desta obra de grande relevância para o estado do Rio de Janeiro e para o Brasil.
Crea-RJ participa do Seminário Nacional Cidades Sustentáveis
O Seminário Nacional Cidades Sustentáveis organizado pela Abea-RJ (Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas do Estado do Rio de Janeiro), com o apoio do Crea-RJ, discute, no Clube de Engenharia, no Centro do Rio, o futuro das cidades do Brasil e do mundo.
“Um evento multidisciplinar que discutiu o futuro das cidades, o futuro da sustentabilidade, o futuro da vida. Escolhemos alguns temas de relevância e tivemos grandes personalidades participando, desde técnicos a acadêmicos e pensadores. O evento realmente foi um sucesso e ficamos lisonjeadas pela receptividade do evento”, afirmou a engenheira civil Iara Nagle, presidente da Abea-RJ.
O presidente do Crea-RJ, engenheiro civil Miguel Fernández, participou da mesa de abertura e destacou que a discussão das cidades sempre esteve relacionada ao desenvolvimento da humanidade: “O setor das Engenharias é o setor que vai responder a esses desafios de poder permitir o adensamento urbano. Um adensamento que tem na palavra sustentabilidade o desafio de respeitar as questões ambientais, as questões sociais, e entender o que isso significa em termos de governo”
Jornalista, escritor e político com forte militância na defesa do meio ambiente, Fernando Gabeira apresentou, juntamente com a jornalista Miriam Duailibi, a palestra magna “A importância da transição das cidades para sustentabilidade e resiliência em um contexto de mudanças climáticas”.
“Os pobres são os mais prejudicados. Nós costumamos chamar de sociedade de risco, onde os pobres substituem os proletários. Os pobres são aqueles que sofrem tudo. Não só os pobres nas grandes cidades, como os países pobres também. Os pobres nas grandes cidades vivem nos lugares com mais risco e as sociedades mais ricas exportam o seu risco para as sociedades mais pobres”, analisou Gabeira.
O evento teve patrocínio da Finep e da Mútua - Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea. “Apresentar soluções inovadoras que transformam as nossas cidades em ambientes mais verdes, sustentáveis e resilientes é de suma importância. E todas essas discussões estão intimamente ligadas”, afirmou a diretora administrativa da Mútua/RJ, engenheira civil Ana Paula Masiero.
O então presidente do Clube de Engenharia (mandato 2021-2024), engenheiro civil Márcio Girão, recepcionou o evento. “Temos que reconstruir as cidades do ponto de vista de sustentabilidade, de resiliência, de todos esses termos importantes para a construção de uma nova sociedade”, ponderou.
O seminário reuniu líderes, políticos, pesquisadores e expoentes do setor apresentando sete mesas de palestras e debates.
Um dos palestrantes foi Gustavo Mendanha, ex-prefeito da cidade de Aparecida de Goiânia: “vim falar um pouquinho sobre o case de cidade inteligente que nós enfrentamos na cidade de Aparecida de Goiânia, Goiás, investindo em tecnologia para mudar a vida das pessoas e, claro, também trabalhando um tema tão importante que é o meio ambiente a partir de uma parceria que nós fizemos idealizando um viveiro que hoje atende, não só a Prefeitura, mas toda a comunidade aparecidense”.
Segundo Heloísa Borges, diretora de estudos de petróleo, gás e biocombustíveis da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), “é preciso pensar de forma integrada questões como mobilidade, uso dos resíduos do saneamento urbano, o melhor aproveitamento em termos de eficiência energética, edificação dos edifícios, mas também a questão da inclusão social, redução de desigualdade e acesso à energia das populações. E como que a gente faz um planejamento de cidades que também considere essas questões para garantia de uma transição energética que seja justa, equilibrada e inclusiva”.
O diretor executivo da AEERJ (Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro), Ícaro Moreno Jr, salienta: “o mundo hoje evoluiu muito na tecnologia. Mas a parte social, a parte de meio ambiente, a parte de gestão, está muito atrasada. Então, nós necessitamos cada vez mais dessa questão de transparência, questão de integridade, questão da sustentabilidade”.
Já do ponto de vista do engenheiro Wagner Victer, gerente executivo da Petrobras, “estamos discutindo aspectos relacionados à energia e como eles podem se inserir em políticas públicas para a cidade. Eu acho que não teria ambiente melhor do que esse, fazer no Clube de Engenharia, em um momento tão oportuno, às vésperas do G20, estarmos executando essa discussão”.
Para Marília Melo, secretária de meio ambiente de MInas Gerais, “a gente precisa de fato pôr à mesa todas essas questões da grande complexidade que é remodelar as nossas cidades no Brasil, que já vivem com impactos muito importantes, seja da mudança do clima, seja do modelo de desenvolvimento de ocupação e uso do solo que foi uma escolha né dessas cidades”.