Maracanã completa 74 anos de história

Maracanã, mais que um templo do futebol, um símbolo brasileiro

O Estádio Jornalista Mário Filho, mais conhecido como Maracanã, completa 74 anos! Um dos estádios de futebol mais icônicos do mundo, está localizado no bairro de mesmo nome, no coração do Rio de Janeiro. Sua história começa em 1938, quando o presidente da FIFA, Jules Rimet, visitou o Rio e aceitou a candidatura do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 1950. 

A construção do Maracanã foi um projeto ambicioso e tinha como objetivo criar o maior e mais moderno do mundo na época. As obras, iniciadas em 2 de agosto de 1948 no terreno do antigo Derby Club, que antes era utilizado para corridas de cavalo, envolveram o trabalho de milhares de pessoas e duraram cerca de dois anos. A escolha do local foi alvo de controvérsias, mas prevaleceu a visão do prefeito Mendes de Moraes, apoiada pelo jornalista Mário Filho, que defendia a construção no bairro da Tijuca.

O estádio foi inaugurado em 16 de junho de 1950, com uma capacidade inicial de 155 mil lugares, tornando-se o maior estádio do mundo na época. O Maracanã superou o Hampden Park de Glasgow e, desde então, testemunhou momentos históricos do futebol, como o milésimo gol de Pelé, finais de campeonatos nacionais e internacionais, e até mesmo eventos não esportivos, como grandes shows musicais.

Ao longo dos anos, o Maracanã passou por várias reformas, especialmente para os Jogos Pan-Americanos de 2007, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Cada reforma modernizou o estádio, mas sempre mantendo sua essência e importância cultural.

Hoje, o Maracanã não é apenas um estádio, mas um símbolo da paixão brasileira pelo futebol e um ponto de encontro para os amantes do esporte de todo o mundo. 

Jogo de inauguração

O Maracanã recebeu seu primeiro jogo um dia depois de sua inauguração, em 17 de junho. Com a obra ainda inacabada e cheia de andaimes, a seleção de São Paulo venceu a do Rio de Janeiro por 3 a 1, embora o gol inaugural tenha sido de Didi, que jogava pelo Rio.

Sete dias depois, o Maracanã foi palco da abertura da Copa do Mundo de 1950, na partida entre Brasil e México. E, em 16 de julho, ficou marcado pela derrota do Brasil para o Uruguai, por 2 a 1, na final da Copa.

Maracanazo

A derrota da seleção brasileira para o Uruguai por 2 a 1 ficou conhecida como Maracanaço ou Maracanazo, em espanhol. Após o jogo, o país registrou 34 suicídios, além da morte de 56 pessoas por ataque cardíaco. O impacto da derrota contra o Uruguai foi muito maior do que o 7 a 1 da Alemanha no Mundial de 2014 ou do que a final da Copa de 1998, quando o Brasil perdeu para a França.

 

 

Recordes de público (com informações de TNT Esportes)

Atualmente, a capacidade do Maracanã é de cerca de 80 mil pessoas. Há divergências sobre o recorde de público oficial do Maracanã, mas os dez maiores registrados são:

1) 183.341 – Brasil 1 x 0 Paraguai – 31/8/1969 (Eliminatórias)

2) 177.656 – Fluminense 0 x 0 Flamengo – 15/12/1963 (Carioca)

3) 174.770 – Flamengo 1 x 1 Vasco – 4/4/1976 (Carioca)

4) 174.599 – Brasil 4 x 1 Paraguai – 21/3/1954 (Eliminatórias)

5) 173.850– Brasil 1 x 2 Uruguai – 16/7/1950 (Final da Copa do Mundo)

6) 171.599 – Flamengo 2 x 3 Fluminense – 15/6/1969 (Carioca)

7) 171.599– Botafogo 0 x 0 Portuguesa-RJ – 15/6/1969 (Carioca)

8) 165.358 – Flamengo 0 x 0 Vasco – 22/12/1974 (Carioca)

9) 162.764– Brasil 6 x 0 Colômbia – 9/3/1977 (Eliminatórias)

10) 162.506 – Flamengo 2 x 1 Vasco – 17/10/1954 (Carioca)

A construção (com informações de Uol Esportes)

Até 31 de dezembro de 1948, quando a construção do estádio caminhava para o sexto mês, já haviam sido gastos 10,4 milhões de cruzeiros só com material. O orçamento inicial de 150 milhões de cruzeiros aumentou quase 54%, para 230 milhões. A obra, porém, não começou com muitos funcionários —eram 200 no início—, principalmente se comparada com os últimos meses. Um ano após o começo da construção, 1.481 operários ajudavam a erguer as arquibancadas. 

À época, a Prefeitura tinha a previsão de erguer o Maracanã até abril de 1950. Dessa forma, em janeiro de 1950, 2,8 mil operários trabalhavam na obra. Para erguer a  arquitetura oval com 32 metros de altura e eixos de 317 e 279 metros, foram utilizados 500 mil sacos de cimento; 10 mil toneladas de ferro; e 80 mil metros cúbicos de concreto. 

O estádio apresentava um cronograma apertado. As arquibancadas já estavam concluídas, mas a marquise começava a se tornar uma preocupação. Somente nos primeiros dias de fevereiro a cobertura começou a tomar forma. Para agilizar a entrega de materiais, o prefeito Mendes de Moraes conseguiu tomar emprestado caminhões de carga do Exército que se juntaram à frota da Prefeitura.

Foi nesse cenário que o engenheiro responsável pela obra, coronel Herculano Gomes, teve a ideia de adicionar uma resina especial à marquise. O objetivo era realizar a secagem do concreto em um tempo menor. A pressão aumentava à medida que a data de abertura do Mundial chegava. O presidente da Fifa, Jules Rimet, pôde acompanhar o ritmo acelerado da construção quando visitou o país para acompanhar a competição. Em 2 de junho de 1950, a apenas 22 dias do jogo inicial da Copa, o Maracanã ainda não estava pronto para receber uma partida de futebol.

Curiosidades

O nome Maracanã tem origem no tupi "maraka'nã", que significa "semelhante a um chocalho". Isso porque a região ao redor do rio Maracanã, onde fica o estádio, era habitada por várias espécies de aves, incluindo o papagaio Maracanã-Guaçu, cujo canto se assemelhava ao som de um chocalho.

O Maraca é nosso

O Maraca, como é carinhosamente chamado pelos cariocas, foi batizado em 1966 com o  nome de  Estádio Jornalista Mário Filho, em homenagem a um dos maiores incentivadores de sua construção. Irmão de Nelson Rodrigues, tricolor apaixonado, Mário Filho fez grande campanha na imprensa para convencer a cidade e o país sobre a importância da construção do estádio perto do Centro do Rio.

Fim da ‘Geral’

Setor mais  popular do futebol brasileiro, a Geral do Maracanã, ficou conhecida por reunir torcedores dos grandes clubes cariocas lado a lado sempre com alegria e irreverência. 

Os ingressos tinham preços acessíveis, mas, em compensação, mal dava para ver o jogo de lá. A maioria dos torcedores complementava a emoção através do inseparável radinho de pilha.

Em 2005, a modernização do Maracanã, sepultou o maior espaço democrático do futebol mundial. Seus 30 mil lugares foram substituídos por 18 mil cadeiras, uma medida imposta pela FIFA. Os geraldinos saíram de cena e entraram para a história, perdendo essa partida para os arquibaldos - aqueles torcedores que que só assistiam aos jogos na arquibancada. 

O Crea-RJ parabeniza todos os profissionais do Sistema Confea/Crea e Mútua que ao longo desses 74 anos trabalharam nesse que é um dos mais importantes marcos da história mundial do futebol, além de ser um importante símbolo cultural do país.