Em homenagem aos 90 anos do Crea-RJ, na Alerj, presidente destaca protagonismo das engenharias no Rio

Mesa da sessão solene dos 90 anos do Crea-RJ

Cinco minutos após iniciar a sessão solene em homenagem aos 90 anos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), no plenário do Palácio Tiradentes, a sede histórica da Alerj, nesta segunda-feira, dia 5 de agosto, o deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha pediu desculpas por quebrar o protocolo para anunciar mais uma medalha de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris. “Rebeca Andrade acabou de faturar o ouro”, disse Luiz Paulo, que também é engenheiro. O plenário lotado explodiu em gritos de alegria, como se o aniversário do Crea-RJ fosse presenteado com a conquista da ginasta brasileira.

Na sessão solene, da qual participaram presidentes de Crea e representantes de diversas entidades da Engenharia, foram lançados o selo e carimbo comemorativos dos Correios com a logomarca dos 90 anos do Crea-RJ, que apresenta ícones da Engenharia no Rio, como a Ponte Rio-Niterói, o bondinho do Pão de Açúcar e o Cristo Redentor. 

O presidente do Crea-RJ e os convidados para a obliteração do selo comemorativo, lançado pelos Correios

Acompanhado do coordenador de operações dos Correios, José Oliveira dos Santos, o presidente do Crea-RJ, engenheiro Miguel Fernández, entregou uma folha do selo a cinco pessoas, representando os ex-presidentes do Crea-RJ (Arciley Alves Pinheiro), os inspetores do Crea (o engenheiro Elcio da Silva Lyrio), os conselheiros (José Schipper), os funcionários do Crea (a advogada Ana Maria Sanches) e a Mútua-RJ (Jamerson Freitas). Eles participaram da obliteração de lançamento do selo.

O presidente do Crea-RJ homenageou também, com placas comemorativas, os engenheiros civis César Drucker, de 92 anos, e Paulo José Poggi da Silva Pereira, de 91 anos, representando as entidades de classe dos profissionais do Sistema Confea/Crea/Mútua, no Rio de Janeiro. Drucker é do Clube de Engenharia e Poggi, da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio (Seaerj).

“Temos orgulho de ser mais velhos do que o Crea e ainda estarmos atuando em nossas entidades em meio às mudanças demográficas que acontecem no mundo”, afirmou Drucker.

O presidente do Crea-RJ, engenheiro Miguel Fernández, o mais jovem eleito para o Conselho, destacou o protagonismo das engenharias no Rio de Janeiro para o desenvolvimento socioeconômico do estado do Rio e do país. Em apresentação bem ilustrada, ele lembrou que a cidade do Rio de Janeiro é o berço da Engenharia, com a Escola Politécnica da UFRJ (1792) e o Clube de Engenharia (1880), e sede de grandes empresas como a Petrobras, cuja presidente atual, Magda Chambriard, é engenheira e registrada no Crea. O diretor da Petrobras, Paulo Gustavo Luz, participou da solenidade, representando a empresa.

“Em 90 anos, os profissionais do Crea-RJ participaram da construção de grandes obras que alteraram a paisagem urbana do Rio, como a Floresta da Tijuca, o Edifício A Noite, o Sistema Guandu, o Maracanã, a Ponte Rio-Niterói, o interceptor oceânico, o Sambódromo, o Porto do Açu e as usinas nucleares”, afirmou o presidente do Crea-RJ, engenheiro civil Miguel Fernández, em seu discurso na sessão solene. Ele agradeceu a presença de todos, sobretudo a de seu pai, o engenheiro Miguel Fernández, que o inspirou a se tornar engenheiro.

Ao agradecer a participação da Banda da Polícia Militar na sessão, Fernández lembrou que uma das músicas executadas foi “Cidade Maravilhosa”, marchinha de autoria de André Filho, composta em 1934, mesmo ano da fundação do Crea-RJ.

A sessão solene foi presidida pelo deputado Luiz Paulo, que idealizou a homenagem. Fizeram parte da mesa as seguintes autoridades: o presidente do Confea, Vinicius Marchese; a deputada Elika Takimoto, presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Alerj; o presidente do Crea-RJ, Miguel Fernández; o deputado Samuel Malafaia; a conselheira federal Carmem Petraglia; e o professor Walter Suemitsu, decano do Centro de Tecnologia da UFRJ.

A conselheira federal Carmem Petraglia lembrou que o Crea-RJ sempre foi inovador, na indução de melhorias do Sistema Confea/Crea/Mútua.

“As mulheres são mão-de-obra importante nas engenharias e hoje representam 20% dos cerca de 1 milhão e 400 mil profissionais registrados”, destacou.

O plenário do Palácio Tiradentes, no Centro do Rio, foi tomado por líderes de entidades de classe, como o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio (CAU/RJ), Sydnei Meneses, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), Walter Palis; o presidente licenciado do Conselho Regional de Técnicos do Rio, Gilberto Palmares; autoridades, como o vice-prefeito do Rio, Nilton Caldeira, e o subsecretário de Agricultura do Estado do Rio, Felipe Brasil; e ex-presidentes do Crea-RJ, como Reynaldo Barros; diretores da Mútua-RJ; e integrantes da diretoria do Crea-RJ, como o vice-presidente Alberto Balassiano e as diretoras Catarina Luíza de Araújo e Denise Baptista Alves. 

Também participaram da solenidade, entre outros, o vice-presidente do Crea de São Paulo, Luis Chorilli Neto; o presidente do Clube de Engenharia, Márcio Girão; a presidente da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio (Seaerj), Maria isabel de Vasconcelos Porto Tostes; a presidente da Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas (Abea), Iara Nagle, conselheira do Crea-RJ; o presidente da Associação de Engenheiros Ferroviários (Aenfer), Marcelo Freire da Costa; o presidente da concessionária Rio + Saneamento, Leonardo Righetto; a vice-diretora do Cefet, Gisele Maria Ribeiro Vieira; e o presidente do Sindicato da Indústria de Refrigeração do Estado do Rio, Leonardo Salles.

O presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e presidentes de Creas manifestaram felicitações à atual gestão do Crea-RJ pelas comemorações dos 90 anos.

Presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), Vinicius Marchese:

“Como instituição, chegar aos 90 anos, uma entidade jovem, e poder comemorar isso num momento de mudanças, em que o Miguel está trazendo o Crea para um nova relação com os profissionais, tem uma importância significativa para os profissionais que veem o Sistema Confea/Crea/Mútua como ferramentas presentes no dia a dia deles, que possam ser usadas para que o profissional desempenhe melhor sua função. O Crea chega aos 90 anos num momento bastante interessante, em que as atenções estão voltadas para a engenharia, para projetos de infraestrutura e políticas públicas que vão depender das engenharias. Desejamos que o Crea, durante o mandato do Miguel, que é um amigo de longa data, possa entregar muito para a sociedade e para os profissionais”.

Presidente do Crea do Distrito Federal, Adriana Resende Avelar de Oliveira:

“Quero agradecer a Deus por estar aqui presente neste momento histórico. A importância do Crea é muito grande não só para os profissionais do sistema como a segurança que é prestada à sociedade, que são um legado. Quero parabenizar o presidente Miguel e desejar que ele faça um excelente trabalho em sua gestão”

Presidente do Crea do Espírito Santo, Jorge Luiz e Silva:

“O Crea do Rio sempre foi a base do desenvolvimento sustentável do estado e dos municípios, da Região Sudeste e do país. Nós do Crea do Espírito Santo estamos com 64 anos e fazemos parte dessa história porque no passado nós éramos uma delegacia do Rio de Janeiro. Sempre em sintonia com o Crea-RJ. Queremos parabenizar os profissionais, empresas, todos os conselheiros, inspetores, todos os funcionários e o presidente do Crea-RJ, que tem feito um excelente trabalho”

Presidente do Crea de Goiás, Lamartine Moreira Júnior:

“Primeiro quero parabenizar o presidente Miguel pela belíssima fala no plenário, mostrando realmente a importância do Crea-RJ, desde seu nascimento até os dias atuais. O Crea-RJ, fazendo 90 anos, mostra sua potência e que está presente, fortalecendo não só os profissionais como a segurança da sociedade”

Presidente do Crea de Minas Gerais, Marcos Gervásio:

“Vários Crea estão completando 90 anos em 2024, inclusive o nosso, de Minas Gerais. Mas o Crea Rio tem uma singularidade. O Rio de Janeiro foi capital federal. Grandes obras da engenharia estão aqui no Rio de Janeiro, uma cidade emblemática, conhecida mundialmente. E o Crea Rio tem grande atuação. O presidente Miguel fez uma apresentação muito boa, apresentando a história e a influência do Crea-RJ no país”

Presidente do Crea de Santa Catarina, Carlos Alberto Kita Xavier:

“Estamos aqui no Crea-RJ celebrando este Crea pujante. Queremos celebrar a engenharia, a agronomia e as geociências que transformam a vida das pessoas. Estamos investindo muito na inovação, na tecnologia. A engenharia está à frente deste processo para que a gente possa transformar a vida da sociedade, trazer coisas boas e fazer a diferença. Quero parabenizar o Crea Rio pelos seus 90 anos porque onde tem a marca do Crea tem a marca da responsabilidade.”

Palácio Tiradentes: história da democracia no Centro do Rio

O Palácio Tiradentes é um marco histórico e político do Brasil, localizado na cidade do Rio de Janeiro. Sua história remonta à época colonial, quando o primeiro edifício foi construído no local por volta de 1640 para abrigar os primeiros três vereadores eleitos. Este edifício tinha um cofre, conhecido como “burra”, onde todo o dinheiro público arrecadado era guardado. Abaixo do cofre, havia uma prisão conhecida como “Cadeia Velha” ou “Cadeia da Relação”, onde o alferes Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, foi preso por três dias antes de ser enforcado em 21 de abril de 1792.

Em 1922, a velha cadeia, já em estado precário, foi demolida para dar lugar a um grande palácio, cuja arquitetura lembra muito o Grand Palais de Paris. O Palácio Tiradentes foi projetado pelos arquitetos Archimedes Memória e Francisque Couchet no estilo eclético e inaugurado em 6 de maio de 1926. Ele passou a abrigar a Câmara Federal, que funcionou lá de 1926 a 1960, e todos os presidentes do período, de Washington Luiz a Juscelino Kubitscheck, foram empossados lá.

Durante o Estado Novo, de 1937 a 1945, o Parlamento foi fechado pelo presidente Getúlio Vargas e o Palácio Tiradentes passou a abrigar o Ministério da Justiça e o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), o órgão de censura do regime.

Em 1960, com a transferência da capital do país para Brasília, o Palácio Tiradentes passou a abrigar a Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara (ALEG). Quinze anos depois, com a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, passou a ser chamada de Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).

Hoje, o Palácio Tiradentes não é apenas um importante marco arquitetônico carioca, mas também o mais importante referencial da democracia brasileira. As escadarias do Palácio Tiradentes foram ponto de referência para várias manifestações políticas e protestos ao longo dos anos, além de serem usadas como palco para performances culturais de dança, teatro, música etc. Suas galerias, corredores, plenário e salão nobre estão abertos aos visitantes, turistas nacionais e estrangeiros, que encontram ali um espaço alternativo para a expressão da arte e do entretenimento.

Visitando a História

O interior do Palácio Tiradentes é tão impressionante quanto a sua fachada. Ele foi projetado com uma configuração de plantas livres e sem paredes estruturais, o que proporciona grande flexibilidade de uso dos espaços. Em uma das obras de restauro e retrofit, o prédio recebeu fechamentos em vidro duplo fumê (com persianas entre as duas camadas), que proporciona boa iluminação e economia de energia.

Um dos detalhes arquitetônicos mais notáveis é a cúpula do palácio, que é adornada com pinturas de Rodolfo Chambelland e um vitral que reproduz o céu da noite de 15 de novembro de 1889 – data da Proclamação da República.

Além de um tour virtual, o Palácio Tiradentes disponibiliza visitação guiada ao público, que  pode acompanhar passo a passo todos os acontecimentos importantes que marcaram a existência da edificação.

A sede do Crea-RJ ocupa a mesma região cultural do Palácio Tiradentes, no Centro do Rio de Janeiro, estando a poucos quarteirões de distância. É um grande orgulho compartilhar esse território de defesa da Democracia, pois o Sistema Confea/Crea acredita que deve protagonizar o crescimento do país, propondo soluções que contribuam para o fortalecimento das profissões, o reconhecimento da importância de seu trabalho e, sobretudo, o desenvolvimento nacional.