Museu de Arte Contemporânea de Niterói comemora 28 anos

O Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC), projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, é uma das obras mais emblemáticas da arquitetura contemporânea no Brasil.  Inaugurado em 2 de setembro de 1996, o museu se destaca por sua arquitetura futurista e localização privilegiada no Mirante da Boa Viagem, em Niterói, Rio de Janeiro. 

Atual símbolo da cidade, a  história do MAC começa na década de 1990, quando Niterói buscava revitalizar sua imagem cultural e se tornar um ponto de referência para a arte moderna e contemporânea. A escolha de Oscar Niemeyer para projetar o museu foi estratégica, uma vez que ele já era uma figura proeminente na arquitetura mundial, reconhecido por suas formas orgânicas e pelo uso ousado do concreto.

A forma do MAC lembra uma flor, ou uma nave espacial, flutuando sobre uma pedra que avança para o mar. Construído com um espelho d’água ao seu redor, ele ganha ainda mais leveza, e sua grande rampa externa de concreto, com piso vermelho, conduz o visitante aos pavimentos superiores do Museu, com vista panorâmica de 360 graus para a Baía de Guanabara e as cidades do Rio de Janeiro e de Niterói. O MAC abriga a Coleção João Sattamini, uma das mais importantes coleções de arte contemporânea do país.

A estrutura do MAC é uma forma de disco suspenso sobre um pedestal que se destaca contra o cenário da Baía de Guanabara e do Pão de Açúcar. Essa forma fluida e futurista é um exemplo da capacidade de Niemeyer de integrar arte e arquitetura, criando um espaço que provoca tanto a interação do público quanto a contemplação das obras expostas. O museu possui grandes janelas que oferecem vistas panorâmicas, unindo a experiência artística com a beleza natural ao redor.

A construção, entretanto, apresentou grandes desafios. O terreno escolhido exigiu um estudo cuidadoso, dado que a área estava sujeita a condições geográficas e climáticas complexas. Além disso, a necessidade de unir estética e funcionalidade, garantindo que a estrutura suportasse as obras de arte e resistisse ao tempo, exigiu inovações técnicas na Engenharia. 

O financiamento da obra envolveu parcerias entre os governos municipal, estadual e federal, além de total apoio de patrocinadores privados. A execução do projeto trouxe ainda desafios relacionados ao planejamento e ao cronograma de entrega, algo comum em grandes obras desse porte.

Após sua inauguração, o MAC se estabeleceu como um pólo artístico vital, abrigando exposições de artistas contemporâneos brasileiros e internacionais. O espaço cultural se tornou um local de encontros, debates e reflexões sobre a arte moderna, consolidando-se na paisagem cultural de Niterói e do Brasil.

Projeto e concepção

A ideia de construir o MAC surgiu do então prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, que convidou o arquiteto para criar um espaço dedicado à arte contemporânea. Niemeyer, conhecido por suas formas ousadas e inovadoras, projetou o museu como uma estrutura circular, que lembra um disco voador ou um cálice, com 16 metros de altura, uma cúpula com 50 metros de diâmetro, um espelho d’água de 817 metros quadrados de superfície e 60 centímetros de profundidade, tudo em uma área construída de 3,4 mil metros quadrados.

Desafio Estrutural

Um dos maiores desafios foi a construção da estrutura circular em um terreno rochoso e inclinado. Para resolver isso, foi necessário um trabalho de Engenharia complexo, que incluiu a criação de uma base sólida e o uso de concreto armado para garantir a estabilidade do edifício. O engenheiro estrutural responsável pelo Museu de Arte Contemporânea de Niterói foi Bruno Contarini, que trabalhou em colaboração com Oscar Niemeyer em diversos projetos, trazendo sua expertise para garantir a estabilidade e a segurança das estruturas inovadoras projetadas por ele.

Além das toneladas de aço que foram empregadas na estrutura para garantir a resistência e a durabilidade, foram utilizados aproximadamente 3,2 milhões de metros cúbicos de concreto, quantidade que seria suficiente para construir um prédio de 10 andares.

Outro desafio foi a resistência aos ventos fortes da região. A estrutura foi projetada para suportar ventos de até 200 km/h, e os vidros inclinados a 40 graus foram fabricados especialmente para o projeto. Niemeyer também se preocupou em integrar o museu à paisagem natural. O espelho d’água na base do museu reflete o mar e as montanhas ao redor, criando uma continuidade visual entre a construção e a natureza.

O MAC não é apenas um espaço para exposições de arte contemporânea, mas também uma obra de arte em si e o Crea-RJ parabeniza todos os envolvidos desde o projeto e execução à manutenção e curadoria, desta obra de grande relevância para o estado do Rio de Janeiro e para o Brasil.

Museu de Arte Contemporânea de Niterói comemora 28 anos