A fim de apresentar sugestões para minimizar os impactos de nossa realidade tão marcada por mudanças climáticas e eventos extremos, o Sistema Confea/Crea, uma das maiores redes de profissionais técnicos do Brasil, lançou, por ocasião do Dia do Engenheiro Florestal, o “Manual de Boas Práticas de Arborização Urbana nos Municípios Brasileiros: a engenharia das infraestruturas verdes para a sustentabilidade e resiliência às mudanças climáticas”.
Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, o manual foi elaborado por iniciativa das coordenadorias de câmaras especializadas de Agronomia (CCEAGRO) e de Engenharia Florestal (CCEEF) e contou com a participação das conselheiras do Crea-RJ, engenheiras florestais Márcia Regina Garrido de Freitas e Denise Baptista Alves. O documento apresenta soluções práticas para enfrentar os efeitos do aquecimento global, destacando a importância do tema como instrumento para o desenvolvimento sustentável dos municípios e visando a melhoraria da qualidade de vida e do bem-estar dos cidadãos.
A importância da arborização urbana
Os benefícios da arborização de ruas, parques, praças e jardins estão relacionados à estabilidade climática, conforto ambiental, melhoria da qualidade do ar e redução da poluição, entre outras consequências do acúmulo de gases de efeito estufa ao longo dos últimos séculos. Danos que poderiam ter sido atenuados se o planeta houvesse se empenhado em cumprir as metas estabelecidas pela Cúpula da Terra, conhecida como ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, e pelo Acordo de Paris, assinado três anos depois.
O conhecimento de cada país poderá contribuir para ampliar a mitigação dos danos provocados pelos gases de efeito estufa, diante de um cenário já bem mais complexo. Segundo cita o Manual de Boas Práticas na Arborização, o 6º Relatório da Avaliação do IPCC e o relatório do Estado do Clima Global da Organização Meteorológica Mundial (MMO), publicados respectivamente, em 2023 e 2024, apontam que o ano de 2023 foi o mais quente já registrado, com temperatura média global próxima da superfície a 1,45° acima da linha de base pré-industrial. “As ações previstas e implementadas até agora são insuficientes para que o limite do aumento médio de temperaturas estabelecido no Acordo de Paris, de 1,5°, seja atingido nos próximos anos”.
Nesse contexto preocupante, a ampliação da arborização urbana está incluída no conjunto de ações de adaptação às mudanças climáticas. “Isso contribui para diminuir as ilhas de calor, melhora a qualidade do ar e oferece um ambiente mais adequado para os deslocamentos das pessoas em dias de calor intenso, entre outros benefícios já conhecidos”, diz o Manual, cobrando do Estado o planejamento, execução e manejo da arborização urbana, elaborada por engenheiros agrônomos e engenheiros florestais.
Com o conhecimento desses profissionais habilitados para a realização da atividade, o Manual de Arborização desenvolve temas como recursos externos para planos municipais de arborização urbana; iniciativas para envolver a comunidade nos planos; como os profissionais habilitados elaboram e executam a arborização urbana; como é feita a manutenção desta atividade; benefícios da arborização urbana; legislação relacionada à atividade e ainda a apresentação dos conhecimentos necessários para essa atuação.