Presidente do Crea-RJ em entrevista ao vivo ao Jornal da Tupi: ‘A ação da fiscalização salva vidas’

O presidente do Crea-RJ, Miguel Fernández (à direita na foto) em entrevista a Sidney Rezende, Chico Otávio e Maurício Bastos, do Jornal da Tupi

Em entrevista ao vivo ao jornalista Sidney Rezende, âncora do Jornal da Tupi, na quinta-feira, dia 12 de setembro, o presidente do Crea-RJ, o engenheiro Miguel Fernández, afirmou que tem investido na comunicação dos trabalhos de fiscalização do Conselho porque “a ação da fiscalização salva vidas”. Indagado por Sidney se a fiscalização do exercício legal das profissões do Sistema Confea/Crea é mesmo rigorosa, Fernández explicou que a primeira tarefa do Conselho, nesse aspecto, é educar os profissionais e a sociedade.

“Em primeiro lugar, a gente quer instruir os profissionais. Quer trazer à ciência a importância de uma obra ou serviço ter profissionais registrados. Por isso, a gente faz uma ação muito forte de comunicação e aí eu agradeço a Tupi pelo apoio a essa estratégia de informar os profissionais e à sociedade porque essa ação salva vidas, evita acidentes”, disse Fernández, acrescentando que, apesar de atuar educativamente, o Conselho também conta dispositivos legais para agir com todo o rigor em defesa da sociedade.

“A gente sabe da importância de termos empresas e profissionais devidamente qualificados, habilitados e registrados. Se permanecer a negligência, a imprudência, aí a gente tem os dispositivos legais, como a multa, podemos ajuizar. Se representar risco à sociedade, podemos até paralisar algum serviço ou obra, por meio das parcerias que temos com a Defesa Civil estadual e a Polícia Militar”, lembrou o presidente do Crea-RJ.

Os jornalistas da Tupi – Sidney Rezende, Chico Otávio e Maurício Bastos – manifestaram bastante curiosidade com a nova tecnologia empregada pelo Crea-RJ para a fiscalização do exercício legal da profissão, que foi lançada na Cidade do Rock, onde hoje começa o maior festival de música e entretenimento do mundo. O presidente do Crea-RJ explicou que a iniciativa é resultado da implantação de uma Equipe de Trabalho para Grandes Eventos, que desde janeiro já fiscalizou mais de cem eventos em todo o estado, incluindo o desfile das escolas de samba na Sapucaí e o show da Madonna, em Copacabana.

Fernández lembrou que no dia seguinte após vencer a eleição para presidente do Crea-RJ, em novembro passado, houve um show da americana Taylor Swift, em que morreu uma menina  devido ao intenso calor e a falta de água para o público. Na ocasião, Fernández foi indagado sobre como seria a ação da fiscalização do Crea. Aí surgiu a ideia de fiscalizar grandes eventos. Para isso, a equipe de fiscalização do Crea faz ações de inteligência e de campo, em que o objetivo principal é coibir o exercício ilegal da profissão para minimizar os riscos de acidentes para os próprios profissionais e para o público.

“Infelizmente existem, sim, muitos acidentes porque são estruturas montadas de forma transitória e exigem uma operação de acompanhamento antes, durante e depois. O nosso trabalho é garantir que essas empresas tenham responsáveis técnicos pelas obras e serviços, e estejam habilitadas para prestar aquele tipo de serviço e não uma de fundo de quintal. Para o profissional desempenhar esse serviço ele precisa preencher um documento chamado ART, que é a Anotação de Responsabilidade Técnica. Só um profissional devidamente habilitado e registrado no Conselho profissional pode fazer esse documento. É um documento de inteligência, onde levantamos todos os dados dos serviços de engenharia que estão ocorrendo formalmente no Rio de Janeiro”, explicou o presidente do Crea-RJ.

Na entrevista ao Jornal da Tupi, transmitido diariamente às 18h pela Super Rádio Tupi (FM 96,5), o presidente do Crea-RJ explicou que “historicamente a ART era apresentada em placas de obras de construção civil”.

“Só que isso não se aplica à nossa nova realidade. Muito menos num evento, que é passageiro. A placa agora é virtual. Através de um QR-Code qualquer pessoa com seu celular consegue ver todas as informações técnicas da empresa e do profissional. A Cidade do Rock tem cerca de cem QR-Codes indicando todas as ARTs dos profissionais. Estive lá e fui o primeiro a instalar a primeira placa virtual. Isso traz mais garantias que tem um serviço profissional prestado por uma empresa com responsabilidade”, assegurou Fernández.

Indagado pelo jornalista Chico Otávio sobre o que é priorizado em termos de fiscalização, o presidente do Crea-RJ explicou que a ação deve ser levada em conta antes, durante e depois. Segundo ele, no período anterior ao início do evento se foca na segurança do trabalho dos profissionais do nosso setor. 

“São várias as questões a serem observadas nesse quesito. Uma delas são os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), que envolvem todos os equipamentos de segurança. Verificamos também se as empresas têm o profissional qualificado para determinado tipo de serviço, como a parte elétrica, de estruturas, de ignifugação, para prevenção contra incêndios, quando há shows pirotécnicos, tem o combate a incêndios e pânico. O Corpo de Bombeiros faz a avaliação do projeto, mas o Crea verifica se tem um profissional devidamente habilitado e responsável pelo serviço”, explicou Miguel Fernández.

Fernández lembrou ainda que o Crea-RJ terá fiscais durante todos os dias de realização do Rock in Rio. 

“São muitas as intervenções que acontecem durante um evento e é importante que a gente esteja sempre atento e acompanhando. Depois tem toda a parte da desmobilização, que também representa um risco aos profissionais, além da questão do meio ambiente. Para onde vão os resíduos gerados? O Conselho vem trabalhando fortemente nisso”, disse o presidente do Crea.

Também participou da entrevista o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio (CAU/RJ), Sydney Meneses, que falou sobre o Plano Diretor do Rio e a importância de os candidatos nas eleições municipais estarem atentos às leis de ordenamento do território urbano. Sydney destacou que entre as questões mais importantes relativas à desordem urbana estão “a ocupação inadequada de calçadas e praças, a população de rua que ocupa todas as áreas da cidade e o problema da criminalidade”, o que inclui a ação nefasta das milícias. “Você tem hoje em áreas dominadas pelo crime organizado uma produção de construções sem controle e sem cumprir as leis”, observou Meneses.

O presidente do Crea-RJ, Miguel Fernández, lembrou também que firmou um inédito acordo de cooperação técnica com o CAU, que tem permitido uma parceria muito importante entre os dois conselhos para a discussão dos principais problemas urbanísticos do Rio. Um exemplo disso foi a associação inédita dos dois conselhos para a realização de um seminário sobre urbanismo que foi organizado pelo Fórum Global de Inovação e Tecnologia em Sustentabilidade, no Rio, em agosto.

Presidente do Crea-RJ em entrevista ao vivo ao Jornal da Tupi: ‘A ação da fiscalização salva vidas’