Presidente do Crea-RJ faz diagnóstico da crise hídrica no Sistema Imunana-Laranjal e propõe soluções

O sistema Imunana-Laranjal, da Cedae, opera com dificuldades por causa da seca; presidente do Crea-RJ adverte para risco de falta d'água. Foto: Divulgação/Cedae

O presidente do Crea-RJ, engenheiro Miguel Fernández, especialista em recursos hídricos, faz um diagnóstico da crise hídrica pela qual passa o Sistema Imunana-Laranjal, que abastece 2 milhões de pessoas que vivem na Grande Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, parte de Maricá e Paquetá. Ele defende que uma das soluções seria a realização de grande obra de infraestrutura, como uma nova transposição do Rio Paraíba do Sul e a construção do chamado Túnel do Taquaril para ampliar a capacidade de abastecimento do Sistema Imunana-Laranjal. 

Fernández informou que, pela primeira vez, o Crea-RJ ganhou assento no Conselho Estadual de Recursos Hídricos, onde vai levar o debate sobre a necessidade dessa grande obra.

“O novo problema que está sendo alardeado por indisponibilidade hídrica na região do sistema Imunana-Laranjal é um velho conhecido dos profissionais do setor, já diagnosticado no plano de segurança hídrica do Estado do Rio de Janeiro há muitos anos”, afirmou o presidente do Crea-RJ.

“A verdade é que, em anos de escassez hídrica, esse sistema sempre operou no seu limite e estamos vivendo agora no momento um ano de escassez hídrica em virtude dos eventos climáticos extremos. Se não chover nos próximos dias, faltará água na região da grande Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, parte de Maricá, Paquetá”, prevê o engenheiro Miguel Fernández.

Ele lembra que o problema é grave devido à ausência de investimentos em décadas.

“É um sistema que opera da mesma forma desde 1950, em que aproveitou obras de dragagem, do antigo DNOS, para transpor uma água para aquela região e que nunca foi ampliada sua capacidade. As intervenções que estão sendo realizadas agora são paliativas; o que é necessário ser feito é uma grande intervenção para trazer uma nova fonte de água para região”, afirma Fernández.

Segundo o presidente do Crea-RJ, para lidar com o problema “existem diversas opções como, por exemplo, a dessalinização ou transpor água de outras fontes”. Para ele, a mais barata e viável já estudada é uma nova transposição do Rio Paraíba do Sul através de um túnel de aproximadamente 40 quilômetros que, além de resolver o problema de abastecimento de água da região resolveria também o problema do Polo Gaslub Itaboraí, que está sendo inaugurado agora e que também é um grande consumidor de água, o que agrava ainda mais a situação da região”.

O presidente do Crea-RJ assinala que o projeto do Túnel do Taquaril funcionaria também como fonte de energia renovável e sustentável “porque tem um desnível de cerca de 250 metros que pode também estar trazendo esse ganho efetivo para toda a região.”

Miguel Fernández destaca que a solução do Taquaril é a mais viável.

“É um projeto de Engenharia importante, que o Estado do Rio precisa, e que pode ser visto como uma espécie de novo Guandu, mas dessa vez para abastecer o outro lado da Baía de Guanabara”, afirma.

Fernández informou que, pela primeira vez, o Crea-RJ  ganhou assento no Conselho estadual de recursos hídricos, “o que vai poder levar esse debate para os tomadores de decisão e instituições com capacidade de investimento para realização desse tipo de projeto.”

Presidente do Crea-RJ faz diagnóstico da crise hídrica no Sistema Imunana-Laranjal e propõe soluções