O dia 10 de setembro é oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, trouxe a data para o calendário nacional, divulgando e conquistando parceiros em todo o Brasil. Em 2024, o tema é “Se precisar, peça ajuda!”, mas as diversas ações que já estão sendo desenvolvidas, seguem durante todos os outros meses.
Ao longo dos anos, tem sido possível observar uma evolução na conscientização da sociedade como um todo em relação ao assunto, com quebra de tabus e a abertura para se conversar abertamente sobre suicídio em diferentes ambientes sociais, como dentro da família, nas empresas, imprensa e poder público.
No mundo, uma em cada cem mortes é por suicídio!
Dados da Organização Mundial da Saúde - OMS mostram que, embora os números de suicídio estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas estão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde divulgado pelo Ministério da Saúde, em setembro de 2022, entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil. 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio, no país.
As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil). Atualmente, apenas 38 países são conhecidos por terem uma estratégia nacional de prevenção do suicídio.
Esteja aberto a ajudar
O tema ainda é visto como tabu. É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda.
Se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. É muito importante que as pessoas próximas saibam identificar que alguém está pensando em se matar e a ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está disponível para ajudar e demonstrar empatia, mas principalmente levando-a ao médico psiquiatra, que vai saber como manejar a situação e salvar esse paciente.
Movimento no Brasil
O Centro de Valorização da Vida - CVV é parte fundamental desse processo. Uma das ONGs mais antigas do país, fundada em São Paulo em 1962, atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio por meio do telefone 188, e também por chat, e-mail e pessoalmente.
Hoje, 3,5 mil voluntários, em cerca de cem postos, prestam serviço voluntário e gratuito 24 horas por dia, nos 365 dias do ano, aos que querem e precisam conversar sobre seus sentimentos, dores e descobertas, dificuldades e alegrias. De forma sigilosa e sem julgamentos, o voluntário do CVV busca ouvir aquele que liga com profundo respeito, aceitação, confiança e compreensão, valorizando a vida e, consequentemente, prevenindo o suicídio
Após a implantação do telefone 188, em 2015, por meio de acordo com o Ministério da Saúde que garante gratuidade da tarifação telefônica, já foram registrados cerca de 3 milhões de atendimentos por ano.
Todas as formas de acesso podem ser conferidas no site www.cvv.org.br, onde também é possível se informar sobre o Posto CVV mais próximo e como se tornar voluntário.