No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional das Mulheres. A data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 8 de março de 1975, com o objetivo de combater as desigualdades e discriminação de gênero em escala global, representando também a luta histórica. No período de sua oficialização, no movimento operário, as mulheres lutavam por melhores condições de trabalho e para que seus salários fossem equiparados aos dos homens.
Apesar dos avanços ao longo dos anos, como o direitos ao voto, ao trabalho, à educação e, principalmente o controle de seus direitos reprodutivos, ainda há uma igualdade plena entre os gêneros. De acordo com os dados da pesquisa realizada pelo Instituto Brasieliro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao quarto trimestre de 2023, revelam que o Brasil contava com 90,6 milhões de mulheres com 14 anos ou mais, das quais 47,8% milhões faziam parte da força trabalho e seu rendimento chega a apenas a R$4.600, enquanto a média salarial desses homens é de R$7.268, ou seja, elas receberam 63,3% do rendimento dos homens, em razão do rendimento habitual.
E também de acordo com a pesquisa divulgada na terceira edição do estudo Estatística de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, em 2023, mulheres são minoria em funções gerenciais, em uma relação de 60 por 40. A diferença aumenta com a idade – quando se considera pessoas de 60 anos ou mais, só 27,1% dos cargos de gerência são ocupados por mulheres. O percentual de mulheres na Câmara dos Deputados é mais um exemplo de desigualdade entre gêneros. Hoje, só 17,9% das cadeiras da Casa Baixa são ocupadas por parlamentares do sexo feminino.
Contexto histórico
Clara Zetkin sugeriu a criação do Dia Internacional das Mulheres em 1910. Ela era uma ativista, defensora dos direitos das mulheres no âmbito trabalhista e membro do Partido Comunista Alemão, e tinha como objetivo possibilitar que o movimento operário desse maior atenção às mulheres trabalhadoras. A ideia foi proposta durante uma Conferência Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague. Haviam 100 mulheres, de 17 países e elas concordaram com a sugestão por unanimidade.
Mas já em 1908, 15 mil mulheres marcharam pela cidade de Nova York exigindo a redução das jornadas de trabalho nas fábricas, o aumento salarial e o direito ao voto. Em 1909, o Partido Socialista da América declarou o primeiro Dia Internacional das Mulheres.
No dia 25 de março de 1911 aconteceu um incêndio na fábrica de roupas Triangle Shirtwaist, em Nova York, nos Estados Unidos. Foi um grande acidente industrial que causou a morte de centenas de pessoas, com um número estimado entre 130 a 150 trabalhadores, em sua grande maioria mulheres. Como as portas na fábrica de tecido eram trancadas para impedir os funcionários de sair durante as pausas dos turnos, todos morreram queimados. O evento marcou não só a história, mas também o mês de março.
No mesmo ano o Partido Socialista da América declarou o primeiro Dia Nacional das Mulheres e a data foi celebrada pela primeira vez na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. Não existia uma data fixa, porém na guerra de 1917, o dia foi formalizado após uma greve realizada por mulheres russas que exigiam "pão e paz". Quatro dias depois da greve, passando para o dia 8, o governo provisório concedeu às mulheres o direito ao voto.
A data foi oficializada em 1975, quando reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Nela é celebrado o engajamento na política e os avanços econômicos das mulheres na reivindicação por igualdade salarial.
Para TODAS as mulheres e meninas: Direitos. Igualdade. Empoderamento
O tema deste ano para o Dia das Mulheres representa um chamado para ações que possam ampliar a igualdade de direitos, poder e oportunidades para todas, e um futuro feminista que nenhuma mulher seja deixada para trás. O empoderamento da próxima geração é a parte central para a ideia expressa no tema.
O ano de 2025 é um momento decisivo na busca global pela igualdade de gênero e pelo empoderamento das mulheres, já que marca o 30º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim. Adotado por 189 governos ao fim da 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada em 1995 na cidade de Pequim, o documento continua sendo o instrumento mais progressista para a promoção dos direitos das mulheres e meninas em todo o mundo, contando com amplo apoio. A Plataforma orienta políticas, programas e investimentos que impactam áreas críticas, como educação, saúde, paz, mídia, participação política, empoderamento econômico e eliminação da violência contra mulheres e meninas. Junto com prioridades emergentes relacionadas à justiça climática e ao poder das tecnologias digitais, se torna urgente ao ser abordado essa temática porque faltam apenas cinco anos para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em 2030.
Sob a bandeira da campanha global da ONU Mulheres para marcar o 30º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, “Para TODAS as Mulheres e Meninas”, o Dia Internacional da Mulher deste ano é um chamado à mobilização em três áreas principais: promover os direitos de mulheres e meninas; promover a igualdade de gênero e fomentar o empoderamento.
O Programa Mulher
O Programa Mulher do Sistema Confea/Crea e Mútua foi criado para atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, mais especificamente o ODS n°5, que visa à equidade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas e o n°10, que tem como objetivo reduzir as desigualdades dos países, entre várias outras metas que preconizam a defesa dos direitos das mulheres.
O Programa Mulher Crea-RJ tem como objetivo orientar, capacitar e encontrar maneiras de estimular a participação feminina e seu protagonismo dentro do Sistema Confea/Crea, por meio de políticas e iniciativas que sejam atrativas para o gênero, bem como incentivar o registro profissional de mulheres nas áreas da Engenharia, Agronomia e Geociências em sua jornada profissional e acadêmica. O Programa Mulher foi instituído no Confea em setembro de 2019 e já está em pleno funcionamento nos 27 Conselhos Regionais, no Crea-RJ, já há mais de 10 anos.
O Crea-RJ parabeniza e apoia todas as mulheres por suas lutas e conquistas por igualdade ao longo de suas trajetórias e os espaços que elas abrem para que cada vez mais a geração futura possa se inspirar e o conhecimento seja plural e abrangente.
Fontes: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; Tribunal Regional Eleitoral - PR e ONU Mulheres