Catedral Metropolitana: ícone carioca completa 45 anos

A Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro, situada na Lapa, na capital fluminense, foi inaugurada no dia 15 de agosto de 1979. Um dos cinco monumentos mais visitados da cidade, a construção possui 75 metros de altura externa e 64 metros de altura interna, 106 metros de diâmetro externo e 96 metros de diâmetro interno, uma área total de oito mil metros quadrados e capacidade para abrigar 20 mil pessoas em pé ou cinco mil sentadas. Isso deve-se a influências do Concílio Vaticano II na arquitetura religiosa.

A porta principal, de 18 metros, é decorada com 48 placas com baixo-relevo em bronze, tratando o tema fé. O monumento social, cultural e religioso, projetado pelo arquiteto Edgar de Oliveira da Fonseca, foi construído entre 1964 e 1979 e teve como inspiração a pirâmide Chichén Itzá – uma obra da civilização Maia localizada na Península de Yucatan, no México. Porém, ela possui forma circular e cônica, diferentemente da construção Maia, que tem a base quadrada. 

Os quatro vitrais (64,50 x 17,80 x 9,60 metros cada\\), que parecem estar abraçados por fios de betão, simbolizam as quatro características da igreja: Una, Santa, Católica e Apostólica. A Una, em vitral verde, apresenta o bom pastor; a Santa, em vermelho, apresenta os santos; a Católica, em amarelo, apresenta as quatro raças e os quatro evangelistas; por fim a Apostólica, em vitral azul, apresenta o primeiro papa, São Pedro, e homenageia seus sucessores.

No subsolo há o Museu de Arte Sacra, que conta com 5 mil peças, onde tem destaque a fonte usada para batizar os príncipes da Família Real, a estátua de N.S. do Rosário, o trono de D.Pedro II e a Rosa de Ouro concedida à Princesa Isabel pelo Papa Leão XIII celebrando sua assinatura do Ato de Abolição da Escravatura no Brasil. 

Confira o vídeo

Modernização

Há alguns anos, a Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro investe em projetos de eficiência energética, com a finalidade de modernizar todas as instalações e equipamentos elétricos, para redução de energia. No bojo dessa ação, foi realizado o primeiro projeto luminotécnico em LED desenvolvido e instalado em um monumento da cidade, inaugurado em 1º de outubro de 2010.

Realizado por equipes técnicas privadas e da Rioluz, seguindo as premissas de sustentabilidade, economia de energia e iluminação dinâmica propostas pela Catedral, o projeto consistiu em iluminar com 91 projetores de LED o corpo principal da igreja, o campanário, a estátua em homenagem ao Papa João Paulo II e a substituição da antiga iluminação do estacionamento.

Detalhes do interior e exterior

A catedral é dedicada ao padroeiro da arquidiocese, São Sebastião, mas também a Sant’Ana, padroeira secundária. Isso é visto através das esculturas de Humberto Cozzo, instaladas no fundo do presbitério. A sacristia fica atrás do presbitério e sobre ela foi construído um estrado com capacidade para coral, orquestra e órgão. 

O seu interior é de mármore branco e nele estão representados painéis das Missões, desenhados pelo Irmão Paulo Lachenmayer. Entre a sacristia e o vitral dos fundos, fica a capela do Santíssimo Sacramento, com um grande sacrário e dois lampadários construídos por Nicolla Zanotto.

Do lado de fora da sacristia, estão quatro quadros em alto-relevo feitos também por Cozzo, que construiu a cruz latina sobre o altar-mor, suspensa por dois cabos de aço. O mesmo escultor é o autor dos relevos do pórtico e da estátua de São Francisco de Assis, na entrada lateral direita da catedral. O pórtico principal, feito em cobre martelado, possui 48 alto-relevos em bronze.

O campanário no exterior, construído cinco anos depois da catedral, é feito de concreto aparente, estruturado em quatro colunas inclinadas, que se encontram no topo, e forma a base de uma cruz. Os jardins são de Roberto Burle Marx.

A construção da Catedral do Rio de Janeiro rompeu com a tipologia das igrejas coloniais.

O Crea-RJ orgulha-se de ter sua sede no mesmo município que abriga essa obra, que traduz a grande ruptura entre o passado e o presente, mas sem deixar de integrá-los nos valores humanísticos que caracterizam a cidade.

Catedral Metropolitana: ícone carioca completa 45 anos