Foi dada largada para a fiscalização do maior espetáculo da terra – o desfile das escolas de samba do Grupo Especial, do Rio de Janeiro, que este ano será realizado em três dias. O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, Gabriel David, recebeu na sede da Liesa, no Centro, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ), engenheiro Miguel Fernández, em reunião na qual alinharam ações conjuntas de comunicação, nesta quinta-feira, dia 9 de janeiro.
Até o momento, a fiscalização do CREA-RJ já registrou 11 empresas encarregadas da montagem do espetáculo, por 20 profissionais que fizeram 28 ARTs (Anotações de Responsabilidade Técnica), que permitem que serviços e obras de engenharia tenham os responsáveis técnicos registrados, garantindo assim maior segurança dos eventos.
“Nosso objetivo é garantir a segurança das instalações do espetáculo, a maior festa popular do mundo, antes, durante e depois da festa”, afirmou o presidente do CREA-RJ, obtendo apoio e colaboração do presidente da Liesa, Gabriel David, que ressaltou a importância de um trabalho conjunto de comunicação das duas entidades:
“Nós também trabalhamos por um evento 100% seguro para todos”, afirmou David, destacando a importância de uma comunicação eficiente para mostrar o sucesso do evento:
“O pato e a galinha botam ovos, mas o ovo da galinha faz mais sucesso porque na hora de botar o ovo ela berra”, brincou Gabriel David, profissional de marketing, apoiando a ideia apresentada por Fernández da produção de uma série de vídeos mostrando como a engenharia é vital para o sucesso do megaevento. “Os bastidores do carnaval comprovam que a festa é uma grande obra de engenharia”, lembrou o presidente do CREA-RJ. Em comum, Gabriel e Miguel são os mais jovens profissionais a assumirem a presidência em suas entidades.
O diretor de carnaval da Liesa, Elmo José dos Santos, destacou considerar “importantíssima a parceria com o CREA-RJ para a realização do carnaval com todas as condições de segurança”. Presidente da Mangueira entre 1995 e 2001, Elmo tem vasta experiência no desfile das escolas de samba. Ele manifestou alegria em poder se reunir com os engenheiros do CREA-RJ para colaborar com a fiscalização.
“Quando que os bambas da Velha Guarda das escolas de samba imaginaram poder sentar com os doutores da Engenharia para discutir um trabalho conjunto”, afirmou Elmo, antecipando algumas novidades que ainda serão divulgadas, como a construção de uma ponte sobre a Sapucaí na área da concentração para permitir a passagem de técnicos e profissionais, evitando a ocupação da pista. O diretor de operações da Liesa, Rodrigo Isaac Dominguez, informou também que a Liga está empenhada em reduzir os acidentes de trabalho na montagem e desmontagem da avenida, determinando o uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para todos os trabalhadores na Sapucaí, além da implantação de um manual de regras de segurança para a montagem dos camarotes.
Tanto o presidente do CREA-RJ quanto o superintendente técnico do Conselho, engenheiro Leonardo Dutra, fizeram questão de afirmar que a fiscalização do Conselho tem como principal objetivo a orientação dos profissionais do Sistema Confea/Crea para que a sociedade seja beneficiada com a segurança de serviços e obras. Para isso, a atual gestão criou no ano passado a Equipe de Trabalho de Grandes Eventos, que fiscalizou um total de 403 eventos em todo o estado do Rio de Janeiro. A fiscalização registrou mais de 30 mil ações que resultaram em quase 3.000 autos de infrações.
No ano passado, durante os preparativos do Sambódromo, foi constatada a atuação de 95 profissionais de Engenharia, de um total de 51 empresas registradas no Conselho. Os agentes de fiscalização do CREA-RJ atuaram em parceria com os do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU).
Também participaram da reunião entre CREA-RJ e a Liesa o gerente de fiscalização do CREA-RJ, Cosme Chiara, com uma equipe de fiscais; o diretor financeiro da Liesa, João Drummond; e o engenheiro Edson Marcos de Andrade, que coordena os serviços de Engenharia na Sapucaí e na Cidade do Samba, onde ficam os barracões das 12 escolas de samba que este ano vão desfilar durante três dias pelo Grupo Especial. O local também será fiscalizado pelo CREA-RJ.