Presidente do CREA-RJ leva engenheiros portugueses para conhecer os bastidores do Sambódromo

O presidente do CREA-RJ, Miguel Fernández, com seus assessores; o presidente da RioLuz, Rafael Thompson, e os diretores da Ordem dos Engenheiros de Portugal: visita técnica aos bastidores do Sambódromo

Quem vê o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro pela televisão, mal pode imaginar que nos bastidores do espetáculo há um verdadeiro show de Engenharia de todo tipo. De passagem pelo Rio para participar de cimeira bilateral entre o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e a Ordem de Engenheiros de Portugal (OEP), três engenheiros portugueses deixaram o Sambódromo boquiabertos com o que viram na visita técnica coordenada pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ), engenheiro Miguel Fernández, na noite de sexta-feira passada, dia 21 de fevereiro, a uma semana do Carnaval 2025.

O principal anfitrião foi o presidente da RioLuz, Rafael Thompson, que apresentou aos visitantes os bastidores do espetáculo de luz e som que acontece nos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e tem sido testado nos ensaios técnicos.

“Sem Engenharia a gente não conseguiria fazer nada do que foi feito aqui no Sambódromo. Os nossos engenheiros responsáveis, os diretores da companhia, já têm uma experiência de ter vivido isso aqui nos últimos 30 anos, mas a gente agora inovou, fazendo novas instalações, reformas de muitos equipamentos e assim, a Engenharia é sempre fundamental para que isso aconteça e dê a segurança para esse espetáculo maravilhoso que a gente tem aqui”, afirmou o presidente da RioLuz, a companhia municipal de energia e iluminação  do Rio de Janeiro, responsável por mais de 530 mil pontos de iluminação pública da cidade.

O presidente da RioLuz mostra ao engenheiro português Fernando Almeida Santos a mesa de luz do Sambódromo

Para evitar qualquer risco de o show na Passarela do Samba ser interrompido, o presidente da RioLuz explicou que o Sambódromo tem hoje nada menos que 24 quilômetros de cabos de fibra ótica que percorrem cinco subestações de energia que contam com três redundâncias (a replicação de componentes do sistema elétrico para dar confiabilidade à infraestrutura). Thompson apresentou aos visitantes a sala de controle de iluminação do Sambódromo, onde há uma mesa de edição de luzes e um painel com 12 câmeras que exibe em tempo real pontos da passarela. Um sistema de monitoramento em 3D permite testar a mistura de luzes, de acordo com a orientação dos representantes de cada escola de samba. A iluminação e o som do Sambódromo repetem hoje o mesmo sistema empregado no Maracanã.

Acompanhado dos superintendentes técnico e administrativo do CREA-RJ, respectivamente Leonardo Dutra e Édipo Ázaro, além de uma equipe de fiscais, o presidente do Conselho, Miguel Fernández, mostrou aos visitantes portugueses a importância da fiscalização do CREA-RJ para garantir a segurança do espetáculo. 

“A ação da fiscalização é muitas vezes um trabalho invisível, mas fundamental para garantir a segurança do maior espetáculo da terra, que é o carnaval do Rio de Janeiro. Esse espetáculo também é feito por profissionais da Engenharia, centenas de empresas de Engenharia. Para que isso aconteça, é fundamental que a fiscalização esteja presente, exigindo sempre profissionais devidamente habilitados e registrados, trazendo segurança ao carnaval”, afirmou Fernández, que levou os portugueses por vários pontos da Passarela do Samba,  como camarotes, cadeiras, as estruturas que ainda estavam sendo montadas e até a o palco principal, a pista por onde desfilam as escolas de samba.

O presidente do CREA-RJ com os engenheiros portugueses e o presidente da RioLuz

O presidente e os vice-presidentes da Ordem dos Engenheiros de Portugal, respectivamente Fernando Almeida Santos, Jorge Liça e Lídia Santiago, não escondiam o entusiasmo diante do que viram nos bastidores da Marquês de Sapucaí.

“É realmente muita Engenharia. Todas as áreas de Engenharia estão aqui de alguma maneira. Engenharia Civil, Eletrotécnica, Engenharia do Ambiente, tudo está aqui e de forma sincronizada. Portanto, só tenho a dizer que fiquei impressionado com aquilo que é a responsabilidade dos técnicos e o processo de engenharia que está montado para que o carnaval no Rio de Janeiro funcione de forma espetacular”, afirmou o presidente da OEP, observando que, diferentemente da Arquitetura, o produto final da Engenharia não é visível por todos.

Por isso mesmo, o presidente do CREA-RJ reforça a importância do trabalho da fiscalização para se coibir o exercício ilegal da profissão.

“Eu acho fundamental cuidar da fiscalização porque é o que traz segurança a essa beleza de espetáculo. Tem o lado artístico, mas também tem o lado técnico, que é o lado da Engenharia, para garantir a iluminação e o som. E a gente só lembra da Engenharia, quando dá problema, só lembra quando falha. E comunicar isso ao público é mostrar um pouco da grandeza e da beleza que existe no nosso trabalho”, afirmou Miguel Fernández.

Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do CREA-RJ faz visita técnica ao Sambódromo do Rio de Janeiro

Os membros da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes (CAPA) do CREA-RJ fizeram uma visita técnica ao Sambódromo do Rio de Janeiro na sexta-feira, 21 de fevereiro, acompanhados pela equipe de Fiscalização do Conselho, conduzidos pelo superintendente técnico do CREA-RJ, Leonardo Dutra e pelo gerente de Fiscalização, Cosme Chiniara.  

A Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes tem por finalidade proceder estudos das ações praticadas e das consequências do exercício profissional de empresas e leigos, visando à proteção da sociedade e o cumprimento das normas do Sistema Confea/Crea. 

Participaram da visita a coordenadora da CAPA, Lucyane Almeida Ferreira; o coordenador-adjunto Antonio Pereira Monteiro; e os membros Davidson Ferreira dos Santos; Evaldo Valladão Pereira e Fernanda Monteiro Villarinho.

“A Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes fez esta visita técnica ao Sambódromo do Rio de Janeiro para verificar o andamento das obras e como está sendo acompanhada essa questão relacionada à segurança do trabalho, que é muito importante para nós, que somos engenheiros e somos da CAPA”, ressaltou Lucyane Almeida. 

O coordenador-adjunto da CAPA, Antonio Monteiro, completou: “Em relação à prevenção de acidentes de trabalho, tudo está funcionando de acordo com a plena performance que nós gostaríamos de encontrar. Ou seja, não aconteceu nenhum acidente durante esse período das obras e nós estamos fazendo nosso papel da CAPA dentro da Engenharia de prevenção de acidentes de trabalho. Estamos muito satisfeitos com essa vistoria e esperamos que nada ocorra daqui para a frente. A CAPA estará sempre presente em todos os eventos em que envolva a Engenharia de Segurança do Trabalho.  E estaremos sempre atentos”.

A Engenharia presente no Sambódromo do Rio

Nos bastidores da Passarela do Samba há muita Engenharia envolvida. Os membros da CAPA percorreram o Sambódromo do Rio e acompanharam de perto as obras de infraestrutura que envolvem o Carnaval Carioca. O superintendente técnico, o gerente de fiscalização e os fiscais foram explicando o funcionamento dos trabalhos e sanando as dúvidas dos membros da CAPA. 

“Mais um ano, mais um carnaval e a Engenharia por trás disso tudo é espetacular. Esse evento não poderia acontecer se a Engenharia não estivesse envolvida. A Engenharia ajuda a dar segurança, a garantir toda a qualidade, fazer todos os movimentos e o CREA-RJ está aqui justamente para isso, para proteger o direito do engenheiro que está trabalhando. É o CREA-RJ e a fiscalização juntos com o profissional da Engenharia”, afirmou Leonardo Dutra.

“A fiscalização hoje é uma parte muito importante do carnaval, pois ela pega toda a parte técnica, as montagens, as instalações e inclusive, garante a segurança dos profissionais, dos montadores e posteriormente do público. Esse é nosso objetivo, garantir que todos os serviços que estejam sendo executados tenham um profissional responsável, capacitado e habilitado para a execução daquele serviço, garantindo, assim, a segurança de todo o público que estará presente aqui no Carnaval, que é a maior festa do planeta”, analisou Cosme Chiniara.

Atribuições da CAPA

Compete à Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes (CAPA), de acordo com o Regimento do CREA-RJ : 

  1. Receber demandas de situações de risco ou acidentes ocorridos em ocasiões de atividades ligadas ao Sistema Confea/Crea para apuração de possíveis causas do acidente, de forma a emitir relatório recomendando medidas de prevenção e/ ou corretivas, encaminhando-as para a câmara especializada competente, após ao plenário; 
  2. Fornecer ao Plenário do CREA-RJ orientação, quando necessário, por meio de relatórios fundamentados nos casos de acidentes de grande repercussão, ocorridos no âmbito da jurisdição do CREA-RJ; e 
  3. Notificar, por intermédio do Gabinete da Presidência, os profissionais envolvidos em processos de apuração dos fatos que envolvam seu nome para que apresentem, por escrito, seus esclarecimentos quanto aos fatos ocorridos, de forma a elucidar as dúvidas e permitir melhor apuração dos resultados; 
O trabalho da Fiscalização do CREA-RJ no Sambódromo

O agente de Fiscalização do CREA-RJ, Leonardo Bride,  explica como é feita a atividade de fiscalização no Sambódromo. 

“Ela é feita em etapas, com coleta de informações em todos os camarotes, em todas as estruturas que tem aqui dentro do Sambódromo, incluindo as estruturas principais da pista. Aqui e do lado do Sambódromo, que é tombado. Essas informações são catalogadas, são planilhadas, são analisadas para que a gente possa verificar o cumprimento da legislação. Atualmente a gente está com cerca de 415 Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) cadastradas, uma quantidade de quase 120 profissionais e cerca de 40 empresas. A importância da gente estar aqui no sambódromo, no carnaval, é que a quantidade de pessoas que tem aqui dentro é muito grande e os riscos para elas, se alguma coisa der errado, são grandes também. Então, a presença do CREA aqui é uma maneira de defender o público, os profissionais que vão trabalhar aqui dentro, diminuir os riscos de qualquer incidente que possa acontecer”, avaliou Leonardo Bride.