Conheça o grafeno: ‘material do futuro’ que já transforma a tecnologia hoje

O grafeno é uma forma de carbono que consiste em uma única camada de átomos dispostos em uma estrutura bidimensional de favo de mel. É o material mais fino já descoberto, mas também é incrivelmente forte, sendo cerca de 100 vezes mais resistente que o aço. Além disso, o grafeno é um excelente condutor de calor e eletricidade e tem propriedades ópticas únicas, o que o torna transparente. Devido a essas características, tem potencial para ser usado em uma ampla gama de aplicações, desde eletrônicos até materiais compósitos e energia.

Produzido através de várias técnicas, cada uma com características distintas, a esfoliação mecânica, que é a remoção de camadas de grafite com fita adesiva, foi o primeiro método utilizado para isolar o grafeno, mas que não é adequado para produção em massa. A deposição química de vapor (CVD) é um processo no qual um ou mais precursores gasosos são introduzidos em uma câmara de reação, onde ocorrem reações químicas na superfície do substrato aquecido, resultando na deposição de um material sólido. Esse é considerado promissor para a fabricação em larga escala de grafeno de alta qualidade.

Outro método é a intercalação, que separa as camadas de grafite ao inserir moléculas ou íons entre elas. Por fim, a esfoliação química usa ácidos e oxidantes para esfoliar o grafite em camadas mais finas. Cada um desses métodos enfrenta desafios relacionados à qualidade do grafeno, eficiência do processo e escalabilidade para produção industrial.

Aplicações do grafeno

O grafeno é um material versátil com ampla possibilidade de aplicações potenciais. Na eletrônica, é utilizado em dispositivos como telas sensíveis ao toque e componentes eletrônicos flexíveis, aproveitando sua alta condutividade elétrica e transparência. No campo da energia, pode melhorar a eficiência de células solares e baterias e é usado em supercapacitores para armazenamento de energia rápido. Como aditivo em materiais compósitos, aumenta a resistência e a condutividade térmica e elétrica, ao mesmo tempo que reduz o peso dos materiais. 

Na biomedicina, sua biocompatibilidade está sendo explorada para uso em dispositivos médicos e sensores. Além disso, é utilizado em membranas de filtragem para a purificação de água e outras aplicações de separação. O grafeno traz diversas vantagens para a indústria eletrônica: sua alta condutividade elétrica, que permite a criação de dispositivos mais eficientes e com maior velocidade de processamento; sua flexibilidade abre caminho para eletrônicos dobráveis e dispositivos vestíveis; sua transparência quase total o torna ideal para telas sensíveis ao toque e displays; por ser extremamente leve e resistente, pode levar à produção de dispositivos eletrônicos mais leves e duráveis; sua capacidade de dissipar calor eficientemente pode melhorar a vida útil e o desempenho dos eletrônicos.

Grafeno e nanotubos de carbono

Os nanotubos de carbono são estruturas cilíndricas formadas por átomos de carbono dispostos em uma rede hexagonal, semelhante à estrutura do grafeno. Eles podem ser classificados como de parede única (SWNTs) ou de parede múltipla (MWNTs), dependendo do número de camadas de grafeno enroladas para formar o tubo. Os nanotubos são conhecidos por suas propriedades de alta resistência à tração, condutividade elétrica e térmica e têm potencial para uso em diversas aplicações, incluindo eletrônicos, materiais compósitos e tecnologias emergentes.

Embora possuam semelhanças, as estruturas distintas do grafeno e dos nanotubos de carbono conferem a cada um propriedades únicas. O grafeno é uma única camada de átomos de carbono arranjados em uma estrutura hexagonal bidimensional. Já os nanotubos de carbono são formados por folhas de grafeno enroladas em forma de cilindros ocos, que podem ser de parede única ou múltipla. Eles possuem propriedades mecânicas impressionantes e uma resistência à tração muito alta, com condutividade elétrica que varia conforme a estrutura do nanotubo, podendo ser metálica ou semicondutora. Essas diferenças estruturais resultam em uma variedade de aplicações potenciais para cada material no campo da tecnologia e dos materiais compósitos.

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