Maior evento nacional de valorização dos profissionais do Sistema Confea/CREA, a Semana Oficial de Engenharia e Agronomia (SOEA) é também uma espécie de feira multicultural que apresenta a diversidade regional do país. Realizada este ano em Salvador, a SOEA exibe um pouquinho de Brasil, iá, iá, deste Brasil que canta e é feliz, como diria o baiano João Gilberto.
Entre os estandes que se destacaram este ano estão o do Crea-RJ, que levou um pedaço da Praia de Copacabana, com mate e tudo; o de São Paulo, que instalou um espelho cheio de pompa para o profissional se valorizar ainda mais; o do Crea do Amazonas, que trouxe artesanatos indígenas e peixes regionais empalhados; o do Crea do Espírito Santo, que vai ser o anfitrião da próxima SOEA; e da Bahia, anfitrião deste ano, que mostrou bem o que a baiana tem, na figura de Marinalva Ribeiro, uma exuberante baiana e seus balangandãs.
No estande do Crea-RJ, a atração foi o ambiente instagramável que reproduziu a princesinha do mar, Copacabana, uma das praias mais famosas do mundo, e seu emblemático calçadão, com direito a vendedor de mate e limonada em galões e biscoito Globo fresquinho por causa da embalagem Premium.
“Olha o mate!”, gritava o vendedor de uma das mais tradicionais bebidas das praias do Rio de Janeiro.
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), engenheiro civil Miguel Fernández, exibia naturalmente a alegria e a hospitalidade dos cariocas, no estande:
“Esse evento é plural, do Brasil todo. cada estande está representando um estado e o Distrito Federal, da nossa grande nação, que é uma nação com diversos brasis representados aqui com a lógica de cada um, de sua Engenharia. O Estado do Rio de Janeiro traz a nossa querida praia de Copacabana, um dos grandes marcos do Brasil para o mundo. É uma praia interessante, pois é resultado de uma grande obra de Engenharia de engorda de praias para passar o interceptor oceânico”, afirmou o presidente do Crea-RJ, acrescentando que “o segundo marco do nosso estande é a Ponte Rio-Niterói, linda, maravilhosa, um ícone da Engenharia do nosso estado do Rio de Janeiro, um momento onde se uniram os estados da Guanabara e o estado do Rio de Janeiro. A ponte tem esse simbolismo, comemora 50 anos em 2024. Sejam bem-vindos à SOEA e aproveitem bastante as discussões, o networking”.
O coordenador da Assessoria de Marketing e Comunicação do Crea-RJ, Felipe Fox, explicou como foi a concepção do estande:
“Num primeiro momento pensamos em apresentar a Comunicação do CREA RJ aos profissionais e aos outros Creas que compõem o Sistema de todo o Brasil. No planejamento fizemos a curadoria meticulosa de nossos conteúdos em vídeo desenvolvidos em nossa WebTV Crea-RJ, onde tivemos a preocupação de selecionar conteúdos que agregassem valor às classes profissionais”, disse Fox, acrescentando como surgiu a ideia de levar Copacabana para Salvador.
“Ao percebermos que ainda não tínhamos pensado no que poderíamos apresentar sobre o Rio de Janeiro, foi aí que surgiu a ideia. Já que o Cristo era muito grande pra trazer, por que não um pouco das areias de Copacabana? Trouxemos um vendedor de mate para o evento direto de Copacabana e simulamos uma experiência imersiva para que os visitantes da SOEA tivessem a chance de se sentir na Praia de Copacabana. Oferecemos também o famoso biscoito Globo, que é um lanche tradicional carioca. Pacote Premium para manter a crocância”, observou Fox.
O estande ganhou também um totem fotográfico que mostra o melhor enquadramento no ambiente imersivo, facilitando a experiência com o máximo de qualidade possível com direito a cadeiras de praia e pé na “areia”, um adesivo que transmitia o efeito real na foto. Coisa de cinema.
O estande do Crea-RJ ficou o tempo todo lotado, com fila para fotos e a confraternização de profissionais, conselheiros e funcionários. O conselheiro Henrique Frickmann, engenheiro civil com 50 anos de profissão e três SOEAs no currículo, não conseguiu conter a alegria de ver o resultado de um trabalho que envolveu cerca de 15 funcionários do Crea-RJ.
“Essa ideia foi sensacional, muito criativa e virou um point como se a gente estivesse em Copacabana. Quando passa o vendedor de mate e de biscoito Globo, o cenário atinge seu clímax”, afirmou Frickmann.
A presidente do Crea do Amazonas, a engenheira de pesca Alzira Miranda, fez questão de conhecer o estande do Crea-RJ, onde cumprimentou e posou para fotos com o presidente Miguel Fernández. O estande do Crea-AM também deu show de criatividade ao trazer para a SOEA artesanatos indígenas, como cestos de arumã e cocares dos bois Caprichoso e Garantido – que disputam o espetacular Festival de Parintins, além de peixes regionais empalhados, como o Tucunaré e o Cuiú-Cuiú.
“Trouxemos também imagens das grandes estruturas, as maiores obras de Engenharia, que são pontos turísticos do Amazonas, como o Teatro do Amazonas, a maior ponte estaiada do mundo, a Jornalista Phelippe Daou, o nosso calçadão que deu origem ao calçadão do Rio, e a arena da Copa do mundo”, afirmou Alzira, destacando que o artesanato indígena também é uma forma de Engenharia, considerando-se que Engenharia vem de engenho, formas de pensar”, explicou a presidente do Crea do Amazonas, que reúne 30 mil profissionais.
No estande do Espírito Santo, a estagiária Jeniffer Vitali, do alto de seus 1,83m, dava as boas-vindas, oferecendo a cachaça Santa Terezinha, o guaraná Coroa, o café Chiara e o bombom da Garoto – artigos tipo exportação. O visitante também era presenteado com um kit de cartões postais do Espírito Santo. Para completar a receptividade, o presidente do Crea daquele estado, o engenheiro Jorge Silva, distribuía simpatia.
“A gente quer no nosso estande receber os amigos, colegas, e mostrar alguma coisa que produzimos no Espírito Santo, como aguardente, café, o chocolate é exportado para o mundo inteiro. Além disso, temos muita coisa para aprender aqui. O Espírito Santo já está se preparando para receber a próxima SOEA, que vai ser na Grande Vitória. Estamos nos preparando para ser melhor do que a atual, em termos de quantidade e de qualidade”, esnobou Jorge, em tom de brincadeira.
Falando sério, Silva disse que a SOEA do Espírito Santo vem toda repaginada para receber mais de oito mil profissionais, sem contar o prato típico que é orgulho do estado. “Moqueca capixaba, o resto é peixada”. brincou Silva.
Da mesma Região Sudeste, o estande de São Paulo tinha fila para provar o tradicional café paulistano. A presidente do Crea-SP, a engenheira Lígia Marta Mackey, recebia os convidados, animada com o clima de festa.
“As expectativas são muito boas. Trouxemos nossa delegação com muitas inovações. A gente quer que o profissional entenda o contexto da feira que hoje está muito voltada para tecnologia e inovação. É um novo momento da Engenharia. Aqui o profissional pode fazer networking, conhecer pessoas. Todo ano a gente busca trazer alguma coisa diferente. Este ano a gente tem o espelho onde a pessoa faz uma foto com uma moldura especial, onde o profissional pode se enxergar melhor para se valorizar”, explica a presidente do Crea-SP, Lígia Mackey.
Além do espelho – ideia da gerente de eventos Shirley Castello Branco – o estande de São Paulo oferece um delicioso café com a logo do Crea-SP impresso na espuma.
“Cada vez mais os Creas estão investindo na valorização dos profissionais, demonstrando a importância de ser registrado”, afirmou a presidente do Crea-SP, que reúne 350 mil profissionais e 95 mil empresas registradas, o que faz do Crea-SP o maior conselho de classes da América Latina.
Anfitrião do evento, o Crea-BA teve um estande digno da tradição baiana de bem receber. Por meio do patrocínio de empresas como Voar Turismo, Águia Branca, Unifacs e Hotel Quality foram sorteados pela roleta de prêmios brindes, passagens aéreas e hospedagem. Para participar, os visitantes deverão tirar foto no estande e marcar o Crea-BA nas redes sociais (@creaba). No local, também teve totem de fotos para eternizar os melhores momentos do evento.
Mas a grande sensação do estande do Crea da Bahia não poderia ter sido ninguém menos que a baiana Marinalva Ribeiro, natural de Santo Amaro da Purificação, que distribuía um sorriso inigualável e promessas de bênçãos nas fitas de Nosso Senhor do Bonfim, pedidas por muita gente. Marinalva certamente foi a campeã de selfies do evento.
Logo que viram a baiana rodando a saia, os engenheiros Joel Luiz Fares (eletricista), Edmo Cardoso (civil) e Luiz Challouts (eletricista), todos do interior paulista, correram para fotografar com ela. Todos querendo saber o que que a baiana tem.
A engenheira baiana Gildélia Reis, consultora de Engenharia ambiental e sanitária, formada pela Universidade Federal da Bahia, sabe muito bem.
“Temos que reverenciar a baiana, que foi quem nos deu de comer, nos ensinou a ser gente”, disse Gildélia, enquanto abraçava Marinalva, emocionada com tanto carinho. “O que que a baiana tem? (...) Tem saia engomada, tem. (...) Tem graça como ninguém”.