Prêmio Johanna Döbereiner 2024

Sobre a premiação

O Prêmio Johanna Döbereiner, que ocorre anualmente, é promovida pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea-RJ), com o objetivo de reconhecer e celebrar ​​personalidades, instituições e entidades que se destacaram por suas contribuições na área da Agronomia e que demonstraram excelência em suas posições, ações, trabalhos, estudos e projetos, promovendo o avanço e o desenvolvimento do campo da Agronomia.

As inscrições para concorrer ao prêmio podem ser feitas por qualquer pessoa ou entidade, preenchendo a ficha de indicação. As fichas devem ser enviadas à Comissão Executiva do "Prêmio Johanna Döbereiner" exclusivamente por esse link eletrônico, de 19 agosto a 16 de setembro de 2024. Indicações enviadas por outros meios não serão consideradas.

Informações: ceagro@crea-rj.org.br

Sobre Johanna Döbereiner

A denominação do prêmio deu-se para homenagear a memória da profissional Johanna Liesbeth Kubelka Döbereiner, que nasceu em 28 de novembro de 1924 em Aussig, Tchecoslováquia, formou-se em Engenharia Agronômica, em 1950, pela Escola Superior de Agronomia Freising-Weihenstephan da Escola Superior Técnica de Munique, Alemanha. Em 1951, emigrou para o Brasil, onde começou a trabalhar no Laboratório de Microbiologia de Solos do antigo DNPEA, do Ministério de Agricultura, que posteriormente se transformou na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), onde ela trabalhou até o final de sua vida. Naturalizou-se brasileira em 1956 e obteve grau de mestre pela Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, em 1963. Posteriormente, fez um curso de bacteriologia no Instituto Pasteur de Paris e, em 1999, foi a primeira brasileira indicada para o Prêmio Nobel de Química, em 1999. 

Foram quase 50 anos de carreira, mais de 500 publicações e mais de 25 prêmios e homenagens oficialmente registrados. Johanna Döbereiner não foi apenas membra da Academia Brasileira de Ciências, mas integrou a Academia de Ciência de Nova York e chegou também ao seleto grupo de cientistas integrantes da Academia de Ciências do Vaticano, cargo no qual tomou posse em 1978. Dentre os prêmios, também não ficou restrita ao território brasileiro: foi reconhecida pela Unesco, pela Organização dos Estados Americanos (OEA), pela Academia Indiana, pela República Alemã e pela Sociedade Mexicana de Microbiologia. 

Por meio de pesquisas, para a adoção de práticas mais sustentáveis na agricultura,  Johanna Döbereiner revolucionou a agricultura no Brasil com os estudos de bactérias do solo que realizam a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), tecnologia capaz de diminuir ou até mesmo eliminar a dependência de adubos nitrogenados na cultura da soja, poupando, atualmente, bilhões de dólares por ano. Tal tecnologia faz com que o Brasil tenha o menor custo de produção de soja do mundo, estabelecendo-se como maior produtor mundial. Ademais, Johanna Döbereiner realizou a descoberta de outras espécies de bactérias fixadoras de nitrogênio em simbiose com plantas como a cana-de-açúcar, o que levou também ao Programa Nacional do Álcool (Proálcool), em 1970, devido à grande produtividade da cana plantada com esta tecnologia. Johanna, com seus estudos, levou à descoberta de nove espécies de bactérias fixadoras de nitrogênio associadas a leguminosas, gramíneas e tuberosas, e é a cientista brasileira mais citada pela comunidade científica internacional.

A profissional faleceu em 5 de outubro de 2000, aos 75 anos, no município de Seropédica – RJ e, neste ano de 2024, completaria 100 anos de vida!  Clique aqui e conheça aqui a sua trajetória.