Beneficiada pela fartura de água potável, por um litoral recortado e de águas tranquilas e pela riqueza da fauna e flora, a população indígena, oriunda das tribos goianases, apresentava-se numerosa na região de Paraty. Esse fato motivou, desde a primeira metade do século XVI, incursões dos colonos do núcleo de São Vicente em busca de indígenas para escravizar na lavoura de cana, além de constituir caminho que ligava São Paulo e Rio de Janeiro com as Minas Gerais, quando a serra do Mar era praticamente um obstáculo intransponível.
Foi Martim Corrêa de Sá que, em 1597, formou uma expedição utilizando-se de caminho por terra e mar, passando por Paraty, para alcançar a região das minas. Um século mais tarde, numerosos colonos habitavam as margens desse caminho e, arregimentados pelo capitão-mor João Pimenta de Carvalho, muitos se fixaram num local denominado São Roque, posteriormente Vila Velha.
O contato com indígenas foi importante no conhecimento de trilhas por eles abertas entre o litoral e o planalto, destacando-se a que atingia Guaratinguetá, por meio da localidade de Cunha. Dessa forma, achou-se por bem transferir o povoado para local mais próprio, estabelecendo-se às margens do rio Perequê-Açu um pequeno núcleo, onde foi erguida uma capela em homenagem a Nossa Senhora dos Remédios, que deu origem à atual Paraty que, na língua tupi, significa "peixe de rio" ou "viveiro de peixes". O povoado mostrava-se próspero, o que levou à emancipação e a sua instalação, dada pela carta régia de 28 de fevereiro de 1667, assinada pelo rei Afonso VI, com o nome de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty.
A descoberta de ouro no interior das Minas Gerais, no final do século XVII, transformou a vila de Paraty na porta de entrada para os que, aos milhares, buscavam enriquecer no “eldorado” brasileiro. Seu porto passou a ser, então, o porto de embarque do ouro e das pedras preciosas para a cidade do Rio de Janeiro, de onde seguiam para Lisboa.
A substituição do ouro pelo café, no século XIX, também teve em Paraty importante ponto de apoio, servindo este núcleo, em conjunto com Angra dos Reis, Mangaratiba, Ubatuba e outros, de porto marítimo para escoamento da produção do Vale do Paraíba.
Lei provincial de 1844 elevou a vila à categoria de cidade, com o nome de Paraty. Apesar da abertura de rodovia em leito natural para as localidades paulistas de Cunha e Guaratinguetá em meados do século passado, Paraty somente veio a ser redescoberta há poucas décadas, com a abertura da rodovia BR-101, a Rio-Santos, e com a assinatura do Decreto 58.077, de 24 de março de 1966, pelo qual foi declarada Monumento Histórico Nacional.
O Crea-RJ parabeniza Paraty por seus 358 anos, celebrando todos os profissionais do Sistema Confea/Crea que atuam no município, trabalhando pelo desenvolvimento da região!
Fonte: TCE/RJ - Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro