Uma das mais antigas cidades do Brasil, Angra dos Reis foi ‘descoberta’ pelo navegador André Gonçalves em 6 de janeiro de 1502, Dia dos Santos Reis, daí a origem do seu nome. Seu território era habitado pelos índios goianases. Os colonizadores chegaram em 1556, fixando-se junto a uma enseada. O núcleo foi reconhecido como freguesia em 1593 e, por ordem régia, elevado, em 1608, com o nome de Vila dos Reis Magos da Ilha Grande.
Poucos anos depois, em 1617, o povoado mudou-se para o local onde hoje se assenta a cidade. O novo sítio, provavelmente, foi escolhido por nele já existir a casa conventual das carmelitas, erguida em 1593. O local da povoação antiga recebeu o nome de Vila Velha, conservado até hoje. Em 1626, deu-se início à construção da igreja matriz, a paróquia de N. Sª da Conceição da Ilha Grande, concluída em 1750.
Em 1835, a povoação de N. Sª da Conceição, agora denominada Angra dos Reis, foi elevada à categoria de cidade. Apesar do relevo acidentado da região, a cultura da cana-de-açúcar constituiu a base da economia do município durante o século XVIII, juntamente com a pesca. Os embarcadouros naturais propiciaram o surgimento da atividade portuária que, tanto quanto a atividade pesqueira, seria de grande importância para o desenvolvimento local.
A emergente cultura do café no vale do rio Paraíba do Sul teve nesses embarcadouros significativo ponto de apoio e, naquela época, o papel do porto começou a delinear a estrutura urbana do município.
A partir da segunda metade do século XIX, a região de Angra dos Reis entra em decadência, cujo processo teve início com a queda nas exportações de café e o fim do tráfico de escravos, culminando com a construção da estrada de ferro D. Pedro II que, ao ligar o Rio de Janeiro a São Paulo pelo vale, isolou de vez a localidade.
Entretanto, na década de 20 do século XX, objetivando maior desenvolvimento econômico local, foram realizadas obras no porto para possibilitar a integração com o ramal ferroviário da Rede Mineira de Viação. Outros marcos foram a abertura do trecho rodoviário ligando Angra dos Reis à estrada Rio-São Paulo, em 1945, a instalação dos estaleiros da Verolme, em Jacuecanga, em 1960, a do terminal marítimo da Petrobrás, em 1977, e a construção das usinas nucleares Angra I e II, em 1972 e 1985.
Desde a abertura da rodovia BR-101, iniciada em 1972, o conjunto formado pelas numerosas praias e ilhas do litoral e pela mata atlântica preservada atrai investimentos para o setor de turismo e veraneio, dando origem ao crescimento do comércio e dos serviços.
O Crea-RJ parabeniza Angra dos Reis por seus 523 anos, celebrando todos os profissionais do Sistema Confea/Crea que atuam no município, trabalhando pelo desenvolvimento da região!
Fonte: TCE/RJ - Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro