Em entrevista ao vivo no programa Francisco Barbosa, da Super Rádio Tupi, nesta manhã de 1° de outubro, o engenheiro Luiz Carneiro, diretor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), defendeu que o governo do estado realize o projeto de levar o metrô até Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Carneiro é dos engenheiros do Crea que mais conhecem a história do metrô do Rio, pois trabalhou no projeto, ainda no Negrão de Lima, em 1970.
“A conclusão da estação da Gávea é importantíssima, por causa da segurança, entre outros fatores. Mas é muito importante atentarmos que é preciso fazer a ligação da Linha Dois com o outro lado da Baía de Guanabara. Precisamos levar o metrô a Niterói e São Gonçalo, onde há dois milhões de habitantes precisando de um transporte público como o metrô. É um projeto que existe e está parado e beneficiaria toda a população do outro lado. Precisamos fazer a ligação entre o Estácio, Carioca, Barcas, e até Guaxindiba. Esse trecho seria todo subterrâneo e é muito fácil cruzar a Baía por um túnel na rocha, cerca de 5 quilômetros e meio de extensão”, afirmou Carneiro, que acompanhou o presidente do Crea-RJ, engenheiro Miguel Fernández, em mais uma visita aos estúdios da rádio Tupi.
Fernández foi convidado pelo apresentador e radialista Francisco Barbosa para comentar a informação de que o governo do Estado do Rio pretende retomar as obras da Linha 4 do metrô, que inclui a estação Gávea, paralisadas desde 2015.
A retomada das obras é resultado de um acordo entre o governo do estado, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e as concessionárias.
A proposta prevê que a concessionária MetrôRio feche um contrato com as empresas que iniciaram as obras, com a anuência do estado. O investimento é estimado em R$ 600 milhões e, em troca, a concessionária ficará mais dez anos à frente da operação do transporte.
O presidente do Crea-RJ, Miguel Fernández, afirmou que a retomada das obras da Linha 4 “é um tema muito importante que requer a atenção de todos os envolvidos”.
“Essa obra que ficou paralisada representa riscos à sociedade, aos moradores e a uma universidade que estão no entorno. Então, a retomada dessa obra é fundamental. É uma questão que já vínhamos acompanhando mesmo antes de assumir a presidência do Crea-RJ. Vamos trabalhar conjuntamente com os órgãos competentes para garantir uma obra com engenharia adequada, com empresas responsáveis, profissionais habilitados, para que a gente possa garantir a segurança não só do nosso metrô, mas também de todo mundo que vive ali no entorno”, afirmou Fernández, em entrevista a Francisco Barbosa.
O presidente do Crea-RJ destacou que o Conselho pretende fiscalizar a retomada das obras.
“Essa obra da linha 4 tem que ser monitorada. O Crea-RJ estará acompanhando e fiscalizando, vendo as empresas que serão responsáveis. É fundamental que essa obra avance e se três anos foi o tempo que a engenharia entendeu ser necessária para finalização de forma segura, que seja três anos. Mas que não se prolongue mais. O mais importante é garantir a segurança daquela estação que não pode permanecer do jeito que está. O fundamental é não protelar ainda mais o início dessas obras”, disse Fernández.
O apresentador Francisco Barbosa afirmou considerar muito pequena a malha do metrô, diante do tamanho do Rio de Janeiro. Barbosa perguntou ao diretor Luiz Carneiro que outras alternativas existem para expansão do metrô do Rio.
“Tem um projeto antigo, dos alemães, aproveitando o corredor T5, ligando a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Tom Jobim
O projeto original dos alemães, do pré-metrô, também seguiria toda a Avenida das Américas, até o Km 18, no Recreio”, observou Carneiro.
Inaugurado em 1979, o metrô do Rio conta hoje com 41 estações e cerca de 57 quilômetros de extensão, distribuídos em 3 linhas (1, 2 e 4), e com movimento médio de cerca de 660 mil passageiros em dias úteis. O sistema é o quarto maior em extensão e o terceiro maior em movimento entre os sistemas metro-ferroviários em operação no Brasil, atrás apenas dos sistemas de trem metropolitano e metrô da Região Metropolitana São Paulo.