Presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) vai mediar painel sobre saneamento na SOEA

O Elevador Lacerda: cartão postal de Salvador que recebe a 79ª SOEA

Nos anos 1940, o Brasil entrava na era da industrialização e das grandes obras de infraestrutura, no governo Getúlio Vargas. Pois foi justamente naquele ano em que foi realizada a primeira Semana Oficial da Engenharia e Agronomia, a SOEA, que há oito décadas é um dos principais eventos de integração e valorização dos profissionais da engenharia, da agronomia e das geociências do país.

Com o tema “Educação, tecnologia e inovação para um futuro sustentável”, a 79ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (SOEA) acontece de 7 a 10 de outubro, no Centro de Convenções de Salvador, onde são esperados cerca de seis mil pessoas neste que é o maior evento da área tecnológica do país. A SOEA é promovida pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), e reúne engenheiros, agrônomos, geólogos, geógrafos, meteorologistas e demais profissionais do Sistema Confea/Crea e Mútua.

Pela primeira vez como presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), o engenheiro Miguel Fernández, que é especialista em recursos hídricos, vai participar da SOEA, como moderador de do painel “Os desafios do Novo Marco do Saneamento”, que vai acontecer no dia 8, terça-feira, às 16h30m, no Auditório 2:

A engenharia, a agronomia e as geociências vão se reunir em Salvador para discutir inúmeros temas relacionados ao setor. Um deles será o saneamento, as concessões e o novo marco regulatório. Será discutido o caso do Rio de Janeiro, onde se deu a maior concessão de serviços de água e esgoto do Brasil até o momento em operação. Estarão representantes da Cedae, a Águas do Rio e a Rio + Saneamento, duas das empresas privadas que ganharam concessão e a empresa estadual, que permanece na operação dos serviços de fornecimento de água na Região Metropolitana. Serão mostrados os cases após três anos de concessão, os desafios, os avanços e as expectativas para o futuro”, afirma Fernández, lembrando que será “uma oportunidade de discutir o caso do Rio com o Brasil inteiro e trocarmos experiências com os outros estados sobre como está ocorrendo a universalização do saneamento no Rio e no Brasil”.

Além de Miguel Fernández, participarão do painel o diretor institucional da Águas do Rio, Sinval de Araújo Andrade Filho; Flavia Accioly, assessora-chefe de contratos de concessão e regulação; e Leonardo das Chagas Righetto, presidente da Rio + Saneamento.

Este ano, a SOEA terá como foco central a inovação e o papel estratégico dos profissionais do Sistema Confea/Crea e Mútua na construção de um futuro sustentável. A escolha de Salvador como sede ressalta a importância da região Nordeste no cenário nacional, destacando também os desafios e as oportunidades específicas da Bahia. Durante três dias, o encontro terá 72 paineis, 33 reuniões e a apresentação de quase 500 trabalhos aprovados no Contecc, o Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia, que é realizado durante a SOEA.

O presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), Vinicius Marchese, destaca que a SOEA é a oportunidade de reunir especialistas em áreas fundamentais para as políticas públicas, que podem ajudar no desenvolvimento do país.

Sabemos o quanto a área tecnológica é fundamental para a construção do nosso país. Então, reunir esses profissionais, fomentar o debate e incentivá-los a serem os agentes desta transformação é uma forma que o Sistema encontrou de contribuir com o Brasil. Em um único local, temos especialistas em áreas fundamentais para as políticas públicas que podem mudar o futuro. Como presidente do Conselho, queremos cada vez mais nos colocar como peças e valorizar a engenharia, agronomia e geociências brasileira”, enfatizou Vinicius Marchese.

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA), engenheiro agrimensor Joseval Carqueija, manifestou entusiasmo com a realização da SOEA em Salvador. Ele destaca a importância do evento para a atualização profissional, troca de experiências e discussões sobre as inovações que impulsionarão o setor nos próximos anos.

Receber a SOEA em Salvador é um grande privilégio para a Bahia. Este evento proporciona uma oportunidade ímpar para a comunidade de engenheiros, agrônomos e geocientistas do estado da Bahia para se conectarem com as últimas tendências e tecnologias. Estamos comprometidos em promover debates construtivos sobre como podemos contribuir para o desenvolvimento sustentável, enfrentando os desafios atuais e nos preparando para os futuros”, ressalta Carqueija.

Para o presidente do Conselho baiano, Joseval Carqueija, a 79ª Soea chega em um momento onde se torna cada vez mais urgente discutir o futuro das cidades do planeta:

O impacto das mudanças climáticas está diante de nós, como vimos recentemente nos eventos climáticos extremos no sul dos Estados Unidos e nas queimadas que afetam tantas regiões, inclusive o Brasil. Aqui, na SOEA, teremos a oportunidade de discutir e buscar soluções para esses desafios”, destaca Carqueija.

Segundo a assessoria de comunicação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA), a 79ª SOEA em Salvador promete ser um marco para a engenharia e agronomia na região, consolidando a importância desses profissionais na construção de soluções que impulsionam o desenvolvimento sustentável e contribuam para um futuro mais promissor.

Palestras sobre sustentabilidade, cidades inteligentes e agricultura sustentável compõem o evento focado em como é possível construir uma sociedade que respeite os limites do meio ambiente, mas que, ao mesmo tempo, continue a promover o desenvolvimento e a produção de alimentos de maneira responsável e sustentável.

Facilidades tecnológicas também estão na pauta da Mútua para o evento. O aplicativo da 79ª Soea, onde estarão disponíveis todas as informações do evento, como a programação, mapa dos espaços no Centro de Convenções, dicas culturais e gastronômicas, entre outras, dará maior mobilidade aos participantes, que poderão abandonar a tradicional programação em papel.

Ainda no campo tecnológico e, também, a cargo da Mútua, a entrada e saída dos congressistas no local do evento deverá ser mais rápida e sem filas.

Catracas com sistema biométrico por leitura facial permitirão um deslocamento mais ágil e, ainda, registrarão o acesso de todos que passarem pela Semana Oficial nos quatro dias de programação. O credenciamento será feito com base em reconhecimento facial, para agilidade no ingresso aos espaços.

A candidatura de Salvador foi aprovada por aclamação no Colégio de Presidentes dos Creas, em março do ano passado, em Recife. Salvador vai sediar a SOEA pela quarta vez, sendo a primeira realizada em 1949.

Morre o engenheiro e ex-prefeito do Rio Saturnino Braga

Morreu hoje o engenheiro Roberto Saturnino Braga, aos 93 anos de idade. Ex-prefeito do Rio em 1986, ele estava internado no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, na Zona Sul, onde recebia cuidados paliativos. A causa da morte foi a doença pulmonar obstrutiva crônica. Com o registro de n° 1981123431 no Crea-RJ, Saturnino exerceu a profissão de engenheiro por 49 anos, de 1956 a 2005.

Filho do engenheiro Francisco Saturnino Braga, diretor do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), e neto de Ramiro Saturnino Braga, Saturnino pertencia a uma tradicional família de Campos dos Goytacazes, no norte do Estado do Rio de Janeiro. Tanto seu pai quanto o avô foram deputados federais do Rio de Janeiro, o primeiro ligado a Nilo Peçanha, e o segundo aliado político do ex-interventor Ernani do Amaral Peixoto, líder regional do Partido Social Democrático (PSD).
Saturnino era primo de Saturnino de Brito Filho, filho do patrono da Engenharia Sanitária no Brasil. Saturnino Braga foi deputado federal, vereador da cidade do Rio de Janeiro, Senador da República e o primeiro prefeito eleito na redemocratização, em 1986, na primeira eleição direta para a prefeitura do Rio após o período do regime militar, que tornou todas as capitais áreas de segurança nacional, sem direito à eleição para o chefe do poder executivo municipal. Os chamados prefeitos biônicos eram nomeados pelos militares.
Formado em engenharia em 1954 pela Universidade do Brasil (atual UFRJ), passou a trabalhar dois anos depois no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), onde se especializou em engenharia econômica. Ele também estudou na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), onde foi aluno de Celso Furtado, e no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB).